Banda Braia lança o álbum 'Vertentes lá e cá", um tributo a Minas
Com 12 faixas autorais e tendo a viola caipira como protagonista, novo disco da banda fundada pelo músico mineiro Bruno Maia faz várias referências ao estado
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Tendo a viola caipira como protagonista, a banda Braia manda para o streaming seu novo álbum “Vertentes lá e cá”. Com 12 faixas autorais, o terceiro disco do grupo mineiro já está disponível nas plataformas digitais. A banda foi fundada pelo músico mineiro Bruno Maia, artista reconhecido no universo do rock progressivo por conta da sua trajetória com o grupo Tuatha de Danann.
Bruno revela que queria fazer um disco como se fosse um tributo a Minas Gerais, sua história e seu povo. "A ideia inicial era fazer um álbum inteiro instrumental. Isso, já sabendo que sendo instrumental e uma homenagem a Minas Gerais, queria ser o mais didático possível. Então, já sabia que teria que escrever muito texto para explicar o por quê do batismo de cada música, até mesmo para despertar o interesse nas pessoas para pesquisarem sobre as localidades, os personagens ou os fatos que resolvi abordar."
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"Só que o projeto acabou virando um trabalho visual também, porque tem vídeo e cada música tem a sua ilustração própria, tornando-se um trabalho maior do que estava esperando", explica Bruno. "É um disco que tem a viola de 10 cordas como instrumento principal. Ela está em todas as músicas, é a protagonista, o carro-chefe. Se bem que não quer dizer que seja um disco só de música raiz, pois tem umas três ou quatro faixas que acho que se encaixam nesse perfil."
"Só que tem muita coisa da viola posta em cheque. A viola com um pouco de rock progressivo e umas até um pouco mais pesadas, com distorção", ressalta o músico. "Tem uma que é até uma coisa meio Piazzolla, enfim, uma viola mais moderna também. Ao mesmo tempo que em tem essa parte raiz, tem ela mais moderna. É um álbum totalmente autoral, sendo 10 faixas instrumentais e duas cantadas que são ‘Emboabas’ e ‘Rei do Campo Grande’."
“Resolvi abrir o disco com 'Emboabas' até porque dentro de todo o material e conteúdo que peguei de Minas Gerais, como a Guerra dos Emboabas, que já estava ligada à formação do povoamento do estado, com a febre do ouro, com as descobertas das minas, desse fluxo de gente que veio para cá. E ela está inscrita nesse alvorecer de Minas. Então, pensei, esta tem que ser a abertura do disco e ela será a música de trabalho, sendo que até vou fazer um clipe dela e lançar daqui a umas duas semanas. Aliás, vou fazer primeiro esse clipe e quero ver se faço outros depois", revela o músico.
CD E SHOWS
Ele avisa que o disco ficará, por enquanto, somente no streaming, mas revela que pretendo fazer CDs. "Faço vinil para a minha outra banda de metal, a Tuatha de Danann, porque vendem mais, mas é muito caro. Essas músicas do disco são novas, porém, já havia lançado quatro em um EP: ‘Ponta do morro’, ‘Pagode mouro’, ‘Ventura’ (Mina) e ‘Vertente’. Foi aí que deu a guinada para fazer um disco só de viola. Resolvi lançá-las para a galera ver que o próximo álbum seria com viola, depois juntei com as outras músicas que já havia composto."
"Agora quero ir para a estrada fazer show com esse disco", diz o músico. "Parece até que virou uma missão, porque há muita gente me escrevendo, contando que ficou encantada com a história de Minas, com esses recortes que venho fazendo e que vai estudar e pesquisar sobre o assunto. Tem também um professor que prometeu usar os vídeos em sala de aula. Parece mesmo que é uma missão de sair espalhando isso por aí, algo que acaba aproximando uma galera”, afirma Bruno.
O músico explica que o disco traz um som moderno, embora tenha essa coisa de raiz também. "Só que ele consegue dialogar com mais gente, com a galera que está no rock e que é mais nova. Vou tentar viajar com esse trabalho e fazer shows em praças também. O disco traz música homenageando várias localidades, como Carrancas (MG) e toda aquela região que é linda. Tem ‘Serra das letras’, que é uma homenagem à cidade de São Tomé das Letras (MG) e tem ‘O cururu de Ingaí’, que é bem raiz, com viola e sanfona e alude à fogueira da cidade de Ingaí, no Campo das Vertentes, e também o Rio Ingaí, que nasce em Aiuruoca (MG) e passa pelo Sul de Minas."
"Tem 'Hipólita' e uma música que homenageia a única mulher que, realmente, participou da Inconfidência Mineira. Era natural da cidade mineira de Prados", conta Bruno. "Tem ‘O rei do Campo Grande’, que é homenagem ao Ambrósio, do Quilombo do Ambrósio, que foi uma liderança quilombola do século 18, que resistiu bravamente nas batalhas contra as investidas da Coroa. Figura que foi apagada da historia, talvez para não insuflar mais revoltas e levantes. Tem também uma chamada ‘Princesa do Sul’, que é uma homenagem à cidade de Varginha, no Sul de Minas."
HISTÓRIA
A banda Braia nasceu da inquietude criativa do artista varginhense Bruno Maia, que integra o grupo Tuatha de Danann. No Braia, ele expande suas referências ao dialogar com a música celta, o Clube da Esquina, o choro e o sertão, sem esquecer-se do rock progressivo. A proposta desse projeto, que ganhou destaque na Irlanda, é perpassar tempos e culturas por meio de uma sonoridade que valoriza os instrumentos tradicionais e a força da narrativa musical.
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“VERTENTES LÁ E CÁ”
• Disco da banda Braia
• 12 faixas
• Disponível nas plataformas digitais
FAIXA A FAIXA
• “EMBOABAS”
• “O CURURU DO INGAÍ”
• “SERRA DAS LETRAS”
• “PAGODE MOURO”
• “CARRANCAS”
• “PRINCESA DO SUL”
• “ILHOAS”
• “HIPÓLITA”
• “REI DO CAMPO GRANDE”
• “PONTA DO MORRO”
• “VENTURA (MINA)
• “VERTENTE”