Fazer um alerta aos pais, escolas e responsáveis pelo setor de alimentação de prefeituras e estado é o objetivo da publicitária Valquíria Noronha com o lançamento do livro “A fruta azul”. Com 22 páginas coloridas, cada uma com uma cor diferente, a obra busca incentivar crianças a comerem mais frutas para o bem de sua própria saúde. Rascunhado há cerca de 40 anos, ainda em uma máquina de escrever, a moradora do Bairro Santa Tereza somente agora resolveu divulgar o seu trabalho.



A história conta uma aventura da autora com seu filho, Maurício, quando ele tinha 11 anos de idade, em um shopping da cidade, no qual, em lugar de roupas, brinquedos e eletrodomésticos, as lojas vendiam somente frutas, o que acabou tornando o passeio da dupla muito divertido.

Valquíria ressalta que não se considera uma escritora, mas destaca que o objetivo do livro é apenas divulgar e influenciar o consumo de frutas pela criançada. O projeto gráfico é de Valéria Ignácio, ilustração de Chessus, impressão da Calazans Gráfica e Editora e orelha do jornalista Luis Góes.

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Assunto atual

“Não sou uma autora, sou uma mãe preocupada com a alimentação do meu filho à época”, garante Valquíria. “Persiste ainda em minha cabeça, anos depois, a mesma preocupação porque, a exemplo de um comercial que passou recentemente na televisão, um rapaz pergunta a uma criança se ela recebeu em casa batatas e chips. Então, percebo que eles não se preocupam com o consumo de frutas. Meu filho comia somente bananas, porque era fácil de descascar”, acrescenta.

A publicitária lembra-se de quando Maurício foi estudar em casa com alguns colegas. “Peguei algumas laranjas e, com muito receio, dei uma faca para eles. Resultado: nenhum deles soube descascá-las. Na verdade, é uma geração que acha que morango nasce na caixinha, por isso realmente tive que pensar em algo para causar alguma motivação.”

Morango e melancia

Valquíria ressalta a importância da história do menino que vai passear no shopping que só vendia frutas. “Ele vai até uma loja que é vermelha, assim como as bonequinhas atendentes que também estão vestidas de vermelho", explica. "E vou dando os detalhes. Elas acabam nos oferecendo torta e suco de morango. Depois, há outra loja que é verde por fora e vermelha por dentro, lembrando uma melancia e assim por diante.”

A autora relembra que foi criada em um sistema que dizia que fruta faz bem para a saúde. “Hoje em dia, na merenda escolar, custaram, mas cortaram os salgadinhos, ou seja, não são mais oferecidas frituras, o que já é muito bom. Porém, reforçar a presença de frutas é muito importante também.”

Obra compartilhada 

Valquíria, inclusive, quer apresentar o seu livro ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). “Além de mandarem batata e macarrão para a casa das crianças, é preciso que também mandem frutas. Minha intenção é alertar as mães e outros responsáveis para a importância das frutas na vida de todos. Se vão fazer um passeio no parque, levem uma laranja, uma maçã, uma pera, uma goiaba, mas muitos, infelizmente, só têm chips para levar.”

Segundo ela, uma das intenções com o lançamento do livro é que “prefeituras e estado adquiram a obra e repassem às mães, professoras e, principalmente, aos setores públicos responsáveis pela alimentação infantil.”

E completa: Essa obra está se tornando um grito de alerta, mas infelizmente hoje quem mexe com alimentação não prioriza as frutas. Meu objetivo é fazer com que meu livro chegue aos responsáveis por enviar alimentação infantil para a casa das crianças.”

Xô, chips

A publicitária tem hoje 75 anos e o filho Maurício Noronha, 37. “Confesso que ele nunca gostou de frutas e, como ele, têm milhares de crianças assim. Mas isso vem dos responsáveis também, porque já vi alguns pais falando: 'Comprei merenda para o mês todo para meus filhos', ou seja, 30 chips.”

Valquíria questiona: “Com o dinheiro de um chips, quantas laranjas elas poderiam comprar? Hoje, ninguém nem sequer sabe o preço da laranja. Essa importância da fruta na alimentação tem que chegar a todos, das mães a quem mexe com setores de alimentação infantil. Fico chateada, porque ninguém oferece uma vitamina de banana ou morango, é o tal do suco que é feito de frutas industrializadas. Infelizmente, ninguém oferece a própria fruta.”

Dia da Fada Madrinha

Valquíria conta que até bolou o Dia da Fada Madrinha. “É uma bonequinha linda que carrega um cesto de frutas. Ela vai até as escolas e explica a importância de se comer frutas. Infelizmente, não consegui patrocínio. O objetivo dos produtores é apenas vender frutas, não fazer com que as pessoas as comam. Há uma diferença entre a venda e alimentação própria, mas ainda tenho esperança de que as pessoas que trabalham com alimentação priorizem as frutas e os sucos naturais. Isso até deveria ser um comportamento normal, pois é bom para a saúde de todos”, avisa a autora.

 “A FRUTA AZUL”

De Valquíria Noronha

22 páginas

R$ 10, à venda pelo telefone (31) 99765-6457

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