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Astro de "Friends", Matthew Perry morreu em outubro, aos 54 anos, deixando fãs devastados pela notícia no mundo inteiro

crédito: Chris Delmas - 2.3.2003 / AFP

Em 2024 vão se completar duas décadas que a série “Friends” terminou. Foram 10 temporadas de uma comédia sobre seis amigos entre os 20 e os 30 anos, na Nova York do final do século 20. Escrutinada no novo milênio, foi considerada por muitos racista e machista. Mas nem a ameaça de cancelamento (que não ocorreu) impediu que ela se mantivesse, tantos anos depois, como a série mais popular da TV americana.

A morte de um de seus astros – Matthew Perry, aos 54 anos, em 28 de outubro – virou uma comoção mundial. Mais engraçado e espirituoso dos atores de “Friends”, Perry manteve uma carreira mediana na TV. Descortinou por completo sua dependência química na autobiografia “Amigos, amores e aquela coisa terrível” (2022), livro de uma franqueza tocante. "Estou quase sóbrio desde 2001", escreveu ele, "salvo uns 60 ou 70 pequenos percalços ao longo dos anos".

Sua morte, acidental (a investigação, concluída há duas semanas pelo Departamento de Medicina Legal de Los Angeles, revelou os efeitos agudos do anestésico cetamina), foi tratada com discrição pela família do ator e pela “família de Friends”, a despeito do impacto na cultura pop mundial.

Lisa Marie Presley, a única filha de Elvis e Priscilla, também morreu aos 54. Em 12 de janeiro, foi levada ao hospital após parada cardíaca causada por sequelas de uma obstrução intestinal – que, por seu lado, seriam herança de uma antiga cirurgia bariátrica.

Nomes importantes para a história da música também partiram neste ano. Um dos maiores guitarristas da geração que emergiu no Reino Unido na década de 1960, Jeff Beck morreu em 10 de janeiro, aos 78 anos, após contrair meningite bacteriana. Despontou na cena ao entrar no lugar de Eric Clapton na banda Yardbirds. Depois formou o Jeff Beck Group, que teve como integrantes Rod Stewart e Ronnie Wood. Nos últimos tempos, fez parceria com Johnny Depp, com quem lançou o álbum “18” (2022).


PERDAS NA MÚSICA

Pioneiro do folk rock, o cantor, compositor e guitarrista David Crosby, morreu aos 81 em 18 de janeiro após passar um “longo período doente”, segundo afirmou a família. Meses mais tarde, seu parceiro Graham Nash (do Crosby, Stills, Nash & Young), disse que Crosby havia contraído COVID pela segunda vez.

Em 8 de fevereiro, o cantor e compositor Burt Bacharach morreu de causas naturais. Tinha 94 anos e, ao longo de uma carreira vencedora, recebeu três Oscar e seis Grammy. Outro compositor oscarizado (pela trilha de “O último imperador”), o japonês Ryuichi Sakamoto morreu aos 71 anos, de câncer, em 28 de março.

Em 24 de maio, Tina Turner, um dos maiores nomes da história do rock, morreu, aos 83, de causas naturais, em sua casa, na Suíça. Vencedora de 12 Grammy, com 180 milhões de álbuns vendidos, teve uma trajetória pessoal marcada pelo casamento abusivo com Ike Turner. Na década de 1980, sua carreira voltou com tudo – naquele momento, como uma diva pop. Teve uma relação próxima com o Brasil, levando uma plateia de 180 mil pessoas ao Maracanã, em 1988.

O mês de julho ficou marcado pela morte da cantora e atriz britânica Jane Birkin, aos 76 anos (no dia 16), musa e parceira do francês Serge Gainsbourg e de Tony Bennett (no dia 21), aos 96. Um dos maiores cantores da música americana, foi diagnosticado com Alzheimer em 2016, mas continuou em cena. Sua última apresentação ao vivo foi em agosto de 2021, quando cantou com Lady Gaga (com quem gravou dois álbuns) no Radio City Music Hall, em Nova York.

Ainda em julho, no dia 26, houve um novo baque na música pop. Aos 56 anos, a cantora irlandesa Sinéad O’Connor foi encontrada inconsciente em uma residência em Londres, onde sua morte foi declarada. Muito popular na década de 1990 pela versão de “Nothing compares 2 U”, de Prince, nunca escondeu do público seus problemas com saúde mental. Viveu uma tragédia pessoal em 2022, quando seu filho Shane, de 17 anos, suicidou-se.


PERDAS NO CINEMA

O cinema também perdeu nomes importantes em 2023. Em 16 de janeiro, a atriz italiana Gina Lollobrigida morreu aos 95 – ao longo da carreira, participou de 60 filmes. Um dos diretores clássicos da Espanha, Carlos Saura morreu em 10 de fevereiro, aos 91 anos. Dirigiu dezenas de produções, “Cria corvos” e “Tango” entre as mais importantes, e foi crítico ferrenho, na década de 1960, da ditadura franquista.

Diretor do clássico do terror “O exorcista” e vencedor do Oscar por “Operação França”, o cineasta William Friedkin morreu em 7 de agosto, aos 87 anos. Friedkin fez parte do movimento "Nova Hollywood", no qual uma geração de influentes jovens reformulou a indústria do cinema nos Estados Unidos.

Escritor tcheco naturalizado francês, Milan Kundera morreu em 11 de julho, aos 94 anos. Sua obra mais conhecida é o bestseller mundial "A insustentável leveza do ser" (adaptado para o cinema). Kundera exilou-se na França depois de ser perseguido na então Tchecoslováquia comunista. Poeta americana vencedora do Nobel de Literatura em 2020, Louise Glück morreu em 13 de outubro, aos 80 anos.

Um dos artistas latino-americanos mais influentes do século 20, o colombiano Fernando Botero morreu em 15 de setembro, aos 91 anos, de pneumonia. Defensor do volume na arte moderna, criou emblemáticas figuras rechonchudas, uma estética que ficou conhecida como boterismo. Muito populares, suas esculturas, facilmente reconhecíveis, já foram vistas nas vias públicas mais valorizadas do mundo, a Champs-Élysées, em Paris; e a Park Avenue, em Nova York, entre elas.