Reconstrução da infraestrutura movimentará a economia gaúcha e pode minimizar os efeitos negativos das enchentes

 -  (crédito: Nelson Almeida/AFP)

Reconstrução da infraestrutura movimentará a economia gaúcha e pode minimizar os efeitos negativos das enchentes

crédito: Nelson Almeida/AFP

Ainda é incerto o tamanho do impacto da catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul, mas é certo que haverá impacto sobre a geração de riqueza do estado e também do país. Estima-se, num cálculo inicial e com as chuvas ainda castigando a capital e cidades gaúchas, que o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul terá uma queda de 2%, o será suficiente para derrubar o PIB do país entre 0,2 e 0,5 ponto porcentual neste ano.

 

A tragédia anunciada do Rio Grande do Sul (Houve enchentes no ano passado) derrubou a economia do 6º maior produtor industrial do Brasil e também grande produtor agropecuário, respondendo por 70% da produção de arroz, 15% da de carnes e 15% da soja, além de outros produtos, todos afetados pela cheia que atingiu 417 cidades.


No caso da indústria, o Rio Grande do Sul representa 6,8% do PIB industrial do Brasil, sendo o quinto parque fabril brasileiro. Pelos dados divulgados ontem, pela Confederação Nacional da Indústria, o setor experimentou em abril um crescimento atípico para o período, historicamente de queda na atividade, indicando uma reação que será afetada pelas enchentes no Sul. O dado visto pelo retrovisor mostra uma indústria que cresceu em abril, com a Sondagem Industrial mostrando que o índice de evolução da produção chegando a 51,2 pontos, permanecendo acima de 50 pontos pelo segundo mês.

 


E o maior indicativo de retomada da indústria brasileira no segundo trimestre é o fato de a evolução da produção ocorrer com os estoques estáveis ou abaixo do planejado pelas empresas e redução da ociosidade das fábricas.Hoje, de acordo com a CNI, as fábricas brasileiras operam com 70% da capacidade de produção, índice dois pontos percentuais acima do registrado em março. “Agora que as indústrias conseguiram se desfazer do excesso de estoques do ano anterior, podem voltar a produzir de olho na demanda do mercado”, disse em nota o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.


Esse processo de retomada não deixará ocorrer pela dinâmica dos setores industriais do país e pela dispersão das fábricas pelo território nacional, mas será afetado pela quebra nas indústrias gaúchas. O estado é forte na extração de carvão, e na produção de calçados, móveis, máquinas e equipamentos, produtos de metal e fumo. Numa estimativa inicial, a CNI avalia que as enchentes no Sul podem impactar negativamente a produção industrial brasileira este ano entre 0,3 e 0,4 pontos percentuais. A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) estima que mais de 50 mil fábricas tenham sido prejudicadas em maior ou menor grau pelas chuvas. O número corresponde a mais de 86% do parque fabril de todo o estado.

 


Mas será preciso aguardar, porque o próprio processo de reconstrução das cidades e da infraestrutura destruída vai movimentar a atividade econômica e minimizar os impactos negativos nos próximos meses.E mesmo os recursos do governo federal destinados a minimizar os danos das enchentes serão motor para a recuperação econômica do Rio Grande do Sul, que não será imediata, mas ocorrerá com a reconstrução e os incentivos para as empresas gaúchas.

 

Café 

 

58,81 milhões de sacas é a estimativa de colheita de café este ano com crescimento segundo dados da Conab


Quebra de safra

 

 

Com o clima quente e seco no período pós-florada no ano passado, a safra de laranja em SP e no Triângulo/Oeste Mineiro deve ser de 232,38 milhões de caixas, segundo a Fudecitrus. O número representa uma queda de 24,4% e a pior safra em 36 anos. No ano safra desde julho ficou 8,4% abaixo do período anterior, mas a receita de US$ 2,25 bilhões cresceu 22,2%. Os dados são do Radar Agro Mensal, da consultoria Agro do Itaú BBA.

 

Salários

 

Com o mercado de trabalho dando sinais de aquecimento, os reajustes salariais superam a inflação na maioria das categorias. Dados do Dieese mostram que 77% dos 90 reajustes de abril tiveram ganhos reais de salários, com base no INPC do IIBGE. O dado representa um recuo em relação ao primeiro trimestre, quando 85% dos reajustes ganharam da inflação. Só 1,1% dos reajustes ficaram abaixo da inflação no mês passado.