Diretores que integram o Copom ficaram divididos na reunião desta semana que mudou patamar do corte de juros -  (crédito: Banco Central/Divulgação)

Diretores que integram o Copom ficaram divididos na reunião desta semana que mudou patamar do corte de juros

crédito: Banco Central/Divulgação

Comitê de Política Monetária (Copom) de diminuir o ritmo de corte na taxa de juros na reunião de terça e quarta-feira desta semana mostra uma mudança de postura do Banco Central que vai contra o argumento da previsibilidade e indica que o país continuará convivendo com uma alta taxa de juro real, quando se desconta a inflação projetada para 12 meses da taxa de juros nominal por um bom tempo ainda. Com a redução da taxa básica de juros Selic de 10,75% para 10,50% ao ano manteve o Brasil com a segunda maior taxa de juros do mundo, com 6,45%, perdendo apenas para a Rússia, em guerra e sob sanções do ocidente, cuja taxa de juro real bate em 7,79%. Com a inflação em trajetória descendente, o freio na Selic pode representar aumento das taxas reais de juros.


O maior destaque da reunião ficou por conta da divisão entre os diretores do BC, com quatro votando por uma redução de 0,5 ponto percentual e quatro por um corte de 0,25 ponto percentual. O desempate coube ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que no fim do ano deixa o cargo, o que já leva o mercado a entender que a política de política monetária austera tem prazo de validade. Detalhes do debate entre os diretores devem ficar mais claros na próxima semana, quando o BC divulgará a ata da reunião do Copom, que em parte deve confirmar o comunicado de que a inflação está desancorada da meta neste e no próximo ano.


A decisão frustrou o setor produtivo, até porque na ata da última reunião o Copom sinalizou para mais um corte de 0,5 ponto na Selic, o que acabou não ocorrendo. A interrupção da previsibilidade ocorreu porque nos últimos dias, o mercado financeiro passou a apostar em um corte menor na Selic por causa de notícias que elevaram a preocupação com a questão fiscal e em função de um grau maior de incerteza global, sobretudo com relação à taxa de juros nos Estados Unidos. Na questão fiscal é preciso lembrar que cada ponto na taxa de juros representa cerca de R$ 38 bilhões, a mais quando o juro sobe, ou a menos quando a taxa cai.


Além de pesar sobre as contas do governo e contribuir para o aumento da dívida – motivo usado pelo mercado para justificar juros altos – a taxa de juros elevada inibe investimentos e consumo num primeiro momento, funcionando como trava para o crescimento econômico. Para o setor produtivo a postura mais conservadora do Banco Central “é um erro” pois mesmo com mais incertezas no mercado internacional, o fato de a inflação estar em queda abriria uma janela para um novo corte de 0,5 ponto porcentual, que não deve voltar a ocorrer mesmo com o Banco Central deixando o mercado sem nenhuma sinalização sobre os próximos passos da política monetária.


O temor maior do mercado financeiro é de que o novo presidente do Banco Central tenha um alinhamento maior com o governo, o que reduziria o rigor com o controle da inflação, mas é preciso lembrar que o Banco Central é uma instituição independente do governo e como tal permanecerá. Muito embora isso não signifique que o Banco Central não possa conversar com o governo para que, como esperam muitos empresários, a política monetária ande junto com a política fiscal, de forma que os juros caiam à medida em que o governo busque o equilíbrio fiscal.

 

Bolsa 

 

R$ 2,5 bilhões foi a receita da bolsa de valores de São Paulo, a B3, no primeiro trimestre deste ano. O lucro líquido recorrente foi de R$ 1,1 bilhão

 

Preconceito na obra

 

Pesquisa realizada pelo Sienge e AEC Web mostra que para 77% dos profissionais da construção civil há preconceito contra a presença de mulheres no setor. A pesquisa “Mulheres na construção: evolução e protagonismo” entrevistou 619 pessoas que atuam no setor entre fevereiro e março deste ano. Machismo, assédio, falta de creches e de apoio à maternidade são alguns dos problemas enfrentados por elas nas obras.

 

Compras

 

Com gastos entre R$ 150 e R$ 300, pelo menos 46,2% dos brasileiros pretendem comprar presentes para as mães este ano, enquanto outros 31% não pretendem presentear as mães. É o que mostra pesquisa da Associação Comercial de São Paulo feita pela PiniOn com a escuta de 1.682 pessoas em todo o país. Pelo levantamento, 22,8% ainda estão indecisos sobre a compra do mimo.