O último concerto do ano da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais já seguia para a última parte do programa, quando o público, emocionado com peças do brasileiro Heitor Villa-Lobos e do francês Maurice Ravel, foi surpreendido pela bela homenagem do maestro Fábio Mechetti ao diretor-executivo do Instituto Cultural Filarmônica, Diomar Silveira, que se despediu do cargo.

 

 

“A dedicatória desta execução é a uma pessoa que vem trabalhando pela Filarmônica há mais de 18 anos junto comigo e outras pessoas que fazem do projeto o sucesso que é. Com toda sua dedicação, ele manteve com consistência o projeto da Filarmônica diante de todos os desafios que a gente sempre encontra pela frente. Esta pessoa é meu colega e meu amigo Diomar Silveira”, afirmou o maestro, sob aplausos vigorosos da plateia que lotava a Sala Minas Gerais, no segundo dia da apresentação do programa dedicado a Villa-Lobos e Ravel.

 

APLAUSOS

 

Em depoimento à coluna, dias após o concerto da Filarmônica, Diomar Silveira afirmou que aquela noite ficará para sempre na memória e no coração como a mais emocionante experimentada por ele em suas sete décadas de vida.

 

 

“Se o 'Bolero' de Ravel é obra emblemática do repertório sinfônico mundial, arrancando sempre efusivos aplausos das audiências, neste concerto de encerramento da temporada 2025 de nossa orquestra, os aplausos vieram antes”, comentou.

 

“O inusitado da situação foi a fala proferida pelo maestro Fábio Mechetti, antes de começar a execução da obra, contrariando até mesmo a tradição que privilegia a música em vez de palavras, na qual ressaltou a estrutura que Ravel desenhou para esta composição, na qual os instrumentos vão entrando, cada um na sua vez, até que todos se encontrem, num todo, num grandioso e harmonioso conjunto”, afirmou. “Usando seu chapéu de diretor artístico, nosso querido maestro fazia uma homenagem aos 18 anos em que estive à frente da direção executiva do Instituto Cultural Filarmônica.”

 

AGUENTA, CORAÇÃO

 

Diomar afirmou que cuidou da estrutura necessária para que a Filarmônica de Minas realizasse seu trabalho, “apresentando-se e encantando a todos que a ouvem, seja na Sala Minas Gerais, seja nos muitos espaços do estado, do país e mesmo do exterior”.

 

E confessou: “'Aguenta, coração' foi o que disse a mim mesmo naquele momento, em que só as lágrimas expressaram o profundo sentimento de gratidão. Sim, era puro estado de graça, essa coisa que se pode experimentar somente quando estamos diante dos mistérios da criação divina, dos valores mais nobres que o Criador nos deu, do amor, da beleza e da fraternidade, que, a despeito de todos os nossos atuais desânimos, são os verdadeiros sentimentos da humanidade.”

 

TEMPLO DA ARTE

 

Para Diomar, a Sala Minas Gerais é um templo da elevação pela arte. “Os grandiosos músicos que compõem a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais são os artífices que nos brindam com a força transformadora da música sinfônica de todos os tempos e de todos os povos”, elogiou.

 

“Obrigado, amigo e companheiro maestro Fabio Mechetti, por sua firme determinação em levar adiante a visão e a missão a que se propôs nestes 18 anos de abnegado trabalho. Toda a energia, o comprometimento e a dedicação que dei, juntamente a todas as equipes do Instituto Cultural Filarmônica, não foram outra coisa senão uma obrigação nossa para que os mineiros pudessem se orgulhar, como se orgulham, da orquestra e da Sala Minas Gerais, sua sede”, prosseguiu.

 

FASE ADULTA

 

Em 2026, a Filarmônica mineira ingressará em sua 19ª temporada de concertos. “Esta moça de 18 anos inicia sua fase adulta bem-preparada e pronta para novas jornadas. Esta moça, que já nasceu grande e, rapidamente, tornou-se patrimônio cultural de Minas e do Brasil, vai continuar fazendo bonito e, em cada concerto, receber e se emocionar, como eu me emocionei. com os aplausos e o carinho deste público maravilhoso, que ama a nossa Filarmônica”, finalizou Diomar Silveira.

 


NOVO DIRETOR


Wilson Brumer, novo diretor-executivo do Instituto Cultural Filarmônica, faz parte do Conselho de Administração da instituição. Empresário experiente, ele presidiu a Vale, Acesita, BHP Billiton e Usiminas. Também comandou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, na gestão Aécio Neves, e foi presidente dos conselhos de administração da Cemig, Light e Codemig.

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