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Estado de Minas CHEVROLET ONIX RS 1.0 TURBO

Testamos o Chevrolet Onix RS, hatch com pinta de esportivo, mas manso na pisada

Versão de proposta esportivada tem mais apelo visual do que desempenho empolgante, mas não decepciona quem procura um carro esperto. O pacote de itens de série merecia mais


28/11/2020 04:00 - atualizado 28/11/2020 00:26

(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)


As versões esportivas “de fachada” sempre tiveram um público fiel no mercado brasileiro. Algumas marcaram época, enquanto outras caíram no esquecimento. Sabendo do gosto do consumidor por esse tipo de versão, a Chevrolet fez do Onix o primeiro modelo a receber a sigla RS no Brasil. O hatch compacto traz algumas modificações estéticas, como saias laterais e um aerofólio elevado na traseira. Fora isso e outros adereços, o Onix RS não passou por qualquer mudança mecânica e traz sob o capô o conhecido motor 1.0 turbo de 116cv, que proporciona bom desempenho, mas longe de ter o brilho de um esportivo. Testamos a versão e revelamos seus prós e contras.
 
Painel traz detalhes em vermelho e imitação de fibra de carbono, além do MyLink(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Painel traz detalhes em vermelho e imitação de fibra de carbono, além do MyLink (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
 
 
A sigla RS vem da denominação Rally Sport, que também é usada no Chevrolet Camaro. No caso do Onix, a versão RS chegou para se posicionar entre a LTZ e a Premier. Disponível nas cores branco, vermelho e preto, o hatch compacto evoca a esportividade visual com algumas modificações estéticas. Na frente, a ampla grade do tipo colmeia é pintada em preto brilhante, mesma cor presente na tradicional gravata símbolo da marca. A sigla RS, pintada em vermelho, fica posicionada no canto da grade.
 
Bancos com desenho esportivo e revestimento em couro e tecido(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Bancos com desenho esportivo e revestimento em couro e tecido (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
 
 
Os faróis não trazem LED, mas têm máscara negra e duplo projetor. O para-choque dianteiro ganhou um spoiler e traz ainda nas extremidades a luz diurna em LED, dentro de uma moldura em preto brilhante. O para-choque tem uma aba inferior que raspa com muita facilidade em saída de rampa e lombadas. As saias laterais passam a impressão de que o carro está mais baixo. Mas não se iluda! As suspensões não foram modificadas. As rodas de liga leve de 16 polegadas têm acabamento escurecido, além de desenho esportivo.
 
Motor 1.0 turbo garante bom desempenho, mas sem esportividade(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Motor 1.0 turbo garante bom desempenho, mas sem esportividade (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
 

SAÍDA FALSA O Onix RS tem o teto pintado em preto, mesma cor do aerofólio traseiro, que foi encaixado sobre o defletor de ar que abriga a terceira luz de freio (brake light). Na traseira, a gravata e o nome Onix aparecem em preto, o RS em vermelho e a denominação turbo cromada. É muita informação visual, principalmente na carroceria pintada de branco. O para-choque traseiro tem desenho esportivo, com uma parte em preto que sugere uma saída de escape centralizada, mas não é. O escape normal está por baixo do para-choque. Se o cidadão quiser uma saída dupla cromada, a Chevrolet oferece como acessório.
 
Porta-malas tem 275 litros e tapete tipo bandeja é acessório(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Porta-malas tem 275 litros e tapete tipo bandeja é acessório (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
 
 
Por dentro, o Onix RS tem bancos com desenho esportivo, com apoios de cabeça fixos e revestidos em couro “ecológico” e tecido, além de costura em vermelho. É a mesma cor que aparece em detalhes no painel, como nas saídas do ar-condicionado. O volante, também de estilo esportivo, tem a base reta, ajuste de altura e distância e traz os comandos de acesso ao sistema de áudio, celular, computador de bordo e controlador de velocidade. O painel de instrumentos tem conta-giros e velocímetro analógicos, com ponteiros em LED vermelho. Na pequena tela central entre os instrumentos o motorista tem à disposição as informações do computador de bordo e também o velocímetro digital.

CONECTIVIDADE O hatch “esportivado” traz a central multimídia MyLink com a nova tela tátil de oito polegadas, com espelhamento do conteúdo do smartphone por Apple CarPlay e Android Auto. Mas, estranhamente, o Onix RS não tem Wi-Fi nativo e nem câmera de ré, disponíveis em outras versões do hatch. E a navegação é feita somente por meio dos aplicativos do celular, ou seja, não tem GPS nativo. O sistema traz rádio AM/FM e Bluetooth para a conexão do celular. Tem apenas uma entrada USB e tomada de 12V no console.
 
No acabamento interno predomina o plástico duro, mas com detalhe no painel que imita fibra de carbono. O revestimento interno é todo em preto, inclusive no teto e nas colunas de portas, deixando o interior muito escuro. Os tapetes de carpete com a sigla RS em vermelho são vendidos como acessório, assim com o tapete de plástico do tipo bandeja que fica dentro do porta-malas. O compartimento de bagagem é todo revestido com carpete e traz iluminação, mas tem 275 litros de capacidade, uma das menores do segmento.
 
O espaço interno na frente é relativamente bom, com bancos confortáveis, sendo o do motorista com ajuste de altura. Atrás, o túnel central no assoalho é até baixo, mas o espaço é ideal para duas pessoas, com relativo conforto. Ali não tem saídas de ar-condicionado ou entrada USB, mas tem apoios de cabeça e cintos de segurança retráteis para três pessoas, além de Isofix e Top Tether para fixação de cadeiras infantis.

DESEMPENHO Mas quem compra um carro de visual esportivo sempre fica na esperança de que o desempenho também vai corresponder. Não é o caso do Onix RS. O modelo é equipado com o mesmo motor 1.0 turbo que equipa outras versões, com potência máxima de 116cv e torque de 16,8kgfm. O propulsor é rápido nas respostas em arrancadas, o que o torna divertido e ágil no trânsito urbano. Na estrada, ele vai bem, com retomadas de velocidade seguras, mas não espere muito rendimento em velocidade final. O motor vai até onde pode ir, pois tem suas limitações, sem brilho esportivo.
 
Ele atua em conjunto com o câmbio automático de seis velocidades, que, de acordo com a General Motors, “é a preferência do consumidor”. Mas não custava nada oferecer uma opção com câmbio manual. Mesmo porque o câmbio automático não conta com as aletas atrás do volante e as mudanças manuais só podem ser feitas por meio de uma tecla no pomo da alavanca. As marchas foram bem escalonadas e garantem ao hatch uma dirigibilidade prazerosa, sem trancos. No nosso percurso de teste, com gasolina no tanque, o Onix RS apresentou consumo médio de 9,3km/l na cidade e 14,4km/l na estrada.
 
A direção, com assistência elétrica, foi bem calibrada, com cargas na medida certa em situação de manobra e um pouco mais pesada em velocidades elevadas. O diâmetro de giro é bom e não dificulta a vida do motorista em manobras em espaços pequenos. A suspensão é mais dura e transfere as irregularidades do solo para dentro, causando certo desconforto quando se trafega sobre pisos irregulares. Mas o carro faz curvas com total segurança, é agarrado ao chão, e ainda conta com controles de tração e estabilidade. O sistema de freios traz discos na frente e tambores na traseira, além da tradicional eletrônica. Funcionou bem, sem sustos.
 
Na prática, por R$ 75.590, o Onix RS é aquele tipo de carro para quem tem muita vontade de ter o modelo com o visual diferenciado, mas não cria expectativa em relação ao desempenho. Ele tem como concorrente mais próximo o Hyundai HB20 Sport, que também tem motor 1.0 turbo, mas com mais potência (120cv) e torque (17,5kgfm), além de ser mais barato (R$ 73.990). O Fiat Argo HGT tem motor 1.8 de 139cv e 19,2kgfm, mas que não é dos mais econômicos e não tem desempenho empolgante. Custa R$ 75.390. Já o Renault Sandero RS (R$ 81.090) tem algo mais do que o visual esportivo, pois traz um motor 2.0 de 150cv e 20,9kgfm (com etanol), com câmbio manual de seis marchas. Na mesma faixa de potência tem ainda o VW Polo GTS, com motor 1.4 turbo de 150cv e 25,5kgfm de torque, que assim como o Sandero RS tem desempenho superior ao Onix RS. O detalhe é que o Polo GTS custa R$ R$ 108.790. Agora ficou mais fácil pra você escolher qual “esportivo” vai ficar melhor na sua garagem e no seu bolso.
 
 
FICHA TÉCNICA

MOTOR (*)
Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 12 válvulas, 999cm³ de cilindrada, flex, turbo, que desenvolve potência máxima de 116cv (com gasolina e etanol) a 5.500rpm e torques máximos de 16,3kgfm (g) e 16,8kgfm (e) a 2.000rpm

TRANSMISSÃO (*)
Tração dianteira, com câmbio automático de seis velocidades com trocas manuais

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS (*)
Dianteira, independente tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, semi-independente, com eixo de torção/ de liga leve, com 6,5 x 16 polegadas/195/55 R16

DIREÇÃO (*)
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva

FREIOS (*)
Com discos ventilados na dianteira e 
tambores na traseira, com ABS e EBD

CAPACIDADES (*)
Do tanque, 44 litros; porta-malas, 275 litros; 
e de carga útil (passageiros mais 
bagagem), 375 quilos

PESO (*)
1.085 quilos

DIMENSÕES (*)
Comprimento, 4,16m; largura, 1,73m; 
altura, 1,47m; distância entre-eixos, 2,55m

PERFORMANCE (*)
Velocidade máxima de 185km/h(e)
Aceleração até 100km/h em 10,9s

CONSUMO (**)
Cidade: 10,1km/l(g)/8,3km/l(e)
Estrada: 14,4km/l(g)/12km/l(e)

(*) Dados dos fabricantes
(**) Dados do Inmetro
(g) gasolina; (e) etanol


EQUIPAMENTOS

DE SÉRIE – Seis airbags, assistente de partida em rampa, bancos com revestimento híbrido (couro sintético e tecido), chave tipo canivete, volante com regulagem em altura e distância, controladores de limite de velocidade e velocidade de cruzeiro, controle eletrônico de estabilidade e tração, volante com comandos do rádio e celular, direção elétrica progressiva, luz de condução diurna em LED, faróis com máscara negra, multimídia MyLink com tela tátil de oito polegadas, rodas de liga leve aro 16 polegadas escurecidas, sensor de estacionamento traseiro, Isofix e Top Tether, spoilers dianteiro e traseiro, saias laterais, aerofólio traseiro, teto pintado em preto, trava e vidros elétricos, freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD), ar-condicionado, rádio FM/AM, entradas USB e auxiliar, banco do motorista com ajuste de altura, desembaçador do vidro traseiro, computador de bordo, acendimento automático dos faróis, faróis de neblina, sensor de pressão dos pneus e abertura elétrica do porta-malas.

OPCIONAIS – Pintura em branco summit custa R$ 750 e vermelho carmin, R$ 1.600


QUANTO CUSTA
O Chevrolet Onix 1.0 Turbo RS tem preço sugerido de R$ 75.590. Com a pintura mais cara vai para R$ 77.190.


Notas (0 a 10)

Desempenho 8
Espaço interno 8
Porta-malas 8
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 7
Segurança 8
Estilo 8
Consumo 9
Tecnologia 7
Acabamento 8
Custo/benefício 8 

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