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Estado de Minas CHUVAS

Contabilizando o prejuízo

Quanto custa reparar um veículo atingido pela enchente? Especialistas explicam quais serviços precisam ser executados nos componentes elétricos, eletrônicos e mecânicos


postado em 01/02/2020 04:00





Para evitar que a oxidação avance, recomendação é que a manutenção seja feita o quanto antes(foto: Marcos vieira/em/d.a press)
Para evitar que a oxidação avance, recomendação é que a manutenção seja feita o quanto antes (foto: Marcos vieira/em/d.a press)


Depois da chuva, hora de contabilizar o prejuízo causado pelo alagamento. Se seu carro foi atingido pela água, será preciso fazer uma minuciosa revisão nos sistemas mecânico, elétrico, eletrônico, além do interior do veículo. De acordo com André Fagundes, do Autocentro Confiar, a primeira recomendação é não demorar a agir, para evitar, sobretudo, a oxidação dos componentes. “De forma geral, quando a água atinge o painel de instrumentos, significa que não vale a pena reparar o veículo, é a chamada perda total”, explica o engenheiro mecânico.

Para não agravar os danos, também é muito importante não ligar o motor do veículo. Segundo Fagundes, todos os componentes precisam ser desmontados e limpos, um serviço que custa a partir de R$ 3.500, e não abrange a troca de peças. Na parte elétrica, todos os conectores (de fios ou lâmpadas) precisam ser limpos, secos e avaliados. Já as centrais eletrônicas costumam ser bem protegidas contra a água, algumas placas até contam com um revestimento, mas também não foram desenvolvidas para ficar submersas. Caso alguma central eletrônica seja afetada, será preciso substituí-la. Se o componente for muito caro para o valor de mercado do veículo, com um pouco de sorte o componente pode ser adquirido em um ferro-velho.

Já a revisão mecânica precisa ser abrangente. Para conferir se entrou água no motor, é preciso girá-lo manualmente. Aqui também será necessário limpar, secar e lubrificar todas as áreas contaminadas pela água. Óleo do motor, assim como filtros de óleo e ar, precisam ser trocados. A lubrificação do câmbio e do diferencial também precisa de atenção. A chance de trocar a correia dentada também é grande. Principalmente em veículos mais velhos, pode ser que a água contamine o tanque de combustível, que deverá ser esgotado e limpo.

Só depois disso o carro poderá ser montado e ligado, quando será possível aferir se a lâmpada de advertência de algum sistema permanece ligada para acusar alguma falha ou defeito. Também é preciso escanear o veículo à procura de alguma anomalia. “Se bem executado, esse tipo de serviço costuma deixar o veículo em boas condições de segurança e rodagem. É claro que existe uma faixa imponderável, podendo reaparecer alguma falha”, avalia André Fagundes.
 
 
 
CALÇO 

Esta manutenção é válida para veículos atingidos pelas águas, mas, se estiver transitando em área alagada, pode ocorrer o temido calço hidráulico, quando a água entra na câmara de combustão (via admissão de ar ou escapamento) e impede o movimento dos demais componentes. “Dependendo da gravidade do calço hidráulico, pode haver quebra de pistão, trinca do cabeçote e empeno de comando de válvulas, bielas e virabrequim”, contabiliza o engenheiro mecânico. O custo do reparo fica entre R$ 1.500 e R$ 3 mil para modelos populares, R$ 7 mil para os medianos e muito mais que isso para modelos premium.

INTERIOR 

Após ser invadido pela água de uma inundação, que tem as mesmas características de água de esgoto, o interior do veículo precisa de um cuidado especial. De acordo com Rogério da Silveira Santos, da Capotaria Mesquita, se apenas o carpete foi afetado, será preciso removê-lo, lavá-lo e trocar o feltro (um isolante termoacústico que fica junto ao assoalho), serviço que custa a partir de R$ 600. Se a água subir mais um pouco, os bancos serão atingidos. “Como a espuma dos bancos pode demorar até uma semana para secar, quase sempre o proprietário opta por substituí-la”, explica Rogério. Nesse caso, a limpeza das capas dos bancos, a substituição das espumas e a lubrificação da estrutura fica no mínimo em R$ 800.
 
 

De acordo com o proprietário da capotaria, alguns bancos são tão sofisticados – com diversos motores elétricos para fazer os ajustes, airbags, sensores e centrais eletrônicas – que somente sua avaria já pode condenar o veículo ao limbo da perda total. Nesse caso, a solução pode estar em conseguir um jogo de bancos de segunda mão, que pode variar entre R$ 1.500 a R$ 4 mil. Como atualmente a maioria dos painéis de porta é feita em plástico, que não costuma danificar, a higienização do conjunto custa a partir de R$ 250, mas pode ficar mais caro caso atinja interruptores dos vidros elétricos e travas.


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