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Morre o pai do Mustang

Confira o legado de Lee Iacocca, executivo que deixou a sua marca em modelos que entraram para a história. Além do esportivo, ele é considerado o responsável pelas minivans e até SUVs


postado em 06/07/2019 04:09

Várias gerações do Ford Mustang juntas provam que o mercado ainda se interessa pela ideia do executivo(foto: Ford/Divulgação)
Várias gerações do Ford Mustang juntas provam que o mercado ainda se interessa pela ideia do executivo (foto: Ford/Divulgação)


Morreu na terça-feira Lee Iacocca, um dos principais executivos de todos os tempos da indústria automotiva. É claro que quem gosta de carros quase nunca se aprofunda a ponto de conhecer esses sujeitos que contribuem mais com as ideias do que com as próprias mãos (e a maioria não merece mesmo ser lembrada), mas talvez o leitor leia esta matéria até o fim se souber que Iacocca é um dos pais do lendário Ford Mustang.
 
Lido Anthony Iacocca nasceu em 25 outubro de 1924, em Allentown, na Pensilvânia. Assim que se formou em engenharia industrial, o jovem foi contratado pela Ford, em 1946. Mas logo se descobriu que Iacocca levava jeito mesmo para as vendas, e a engenharia ficou para trás. Seu trabalho chamou a atenção do vice-presidente Robert S. McNamara, que o colocou no caminho para se tornar um executivo. E foi justamente Iacocca quem posteriormente substituiu McNamara na vice-presidência da empresa.
 
Com perfil comunicativo, o executivo sempre estava de ouvidos em pé para saber a demanda das pessoas e de olho em pesquisas e tendências. Foi aí que ele identificou a demanda dos jovens por um tipo de veículo que não estava na gama da Ford. Para o público de 18 a 30 anos, o Ford Thunderbird já soava antigo. Eles queriam um veículo barato, possante e agressivo. Esse carro era o Ford Mustang, lançado em 1964, inaugurando o segmento dos pony cars, que deu origem a modelos importantes também de outros fabricantes, como o Chevrolet Camaro. O modelo foi um sucesso e sua receita foi importante para cobrir prejuízos de outros projetos que não deram boa resposta.
 
Apesar de ter acertado na mosca com o Mustang, Iacocca ajudou a produzir um belo fracasso assinado pela Ford. O modelo Pinto era um projeto de carro compacto e de baixíssimo custo, criado para combater a ofensiva de modelos estrangeiros. Motores “pequenos” faziam parte dessa receita, já que o baixo consumo de combustível também era muito bem-vindo. O projeto foi tocado às pressas e escondia um grave erro, que comprometia a segurança dos ocupantes. Uma batida traseira podia resultar em um incêndio e isso queimou a imagem do veículo.

CHRYSLER Entre erros e acertos, o executivo foi demitido da Ford em 1978. Dizem até que Henry Ford II não ia muito com a cara do pai do Mustang. Passaram-se poucos meses, e Iacocca já era presidente da Chrysler, o que seria ótimo se a empresa não estivesse à beira da falência. Ele usou seu talento e persuasão para obter empréstimos com o governo federal, o que ocorreu em 1980. Focado em tirar a empresa do buraco, ele cortou todos os custos que podia: fechou fábricas, demitiu funcionários e reduziu salários. Apesar de ter “ferrado” muita gente, a empresa conseguiu se reerguer e a dívida foi paga antes do prazo final. Iacocca era o cara novamente!Mas tanto trabalho sem um produto para escrever o nome do chefão na história novamente seria em vão. Pois, foi em 1984 que Iacocca criou a minivan americana, ideia que se materializou em modelos como o Dodge Caravan e o Plymouth Voyager, com três fileiras de bancos, portas corrediças e excelente aproveitamento do espaço interno. Um carro família. E, novamente, a concorrência foi atrás da ideia do executivo e estava inaugurado o segmento das minivans.

JEEP Também foi na gestão do executivo que a Chrysler comprou a marca Jeep da Renault (que por sua vez havia comprado a Jeep das mãos da AMC). Essa manobra deu origem a um modelo que é o ícone de outro segmento, o que mais faz sucesso nos dias atuais: os utilitários-esportivos. O Jeep Cherokee foi lançado em 1984. Lee Iacocca deixou a Chrysler em 1992. O executivo ainda se arriscou em negócios como bicicletas e carros elétricos, em 1999. Ele não chegou a deixar sua marca nesse campo, mas mostrou que novamente estava na pista certa.

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