Magno (Juliano Cazarré) vive um duplo dilema no relacionamento com Betina (Isis Valverde) em Amor de mãe. Na novela das 21h da Globo, o romance dos dois é intenso, mas pode ser impactado pelo envolvimento do filho de Lurdes (Regina Casé) na morte do irmão da enfermeira. Embora a trama já apresente indícios de que o frentista não é o único responsável pelo crime, ele ainda se sente culpado ao ver o sofrimento da amada. Como se esse problema não fosse suficiente, o personagem continua casado com Leila (Arieta Corrêa). E só um novo filho dos dois tem a chance de ser 100% compatível com Brenda (Clara Galinari) para curá-la de uma doença genética com um transplante de medula óssea.
"Quando Magno tem a oportunidade de viver um grande amor, decide se liberar. No entanto, ele tem uma filha que precisa fazer transfusões de sangue quinzenalmente por causa de uma doença congênita que afeta a hemoglobina. Então, também é um cara batalhador que quer fazer o melhor para ela", afirma Cazarré.
O amor que nasceu entre Magno e Betina é grandioso. Porém, os obstáculos para ficarem juntos são enormes. Ainda mais agora, que a esposa dele desperta do coma. Segundo Juliano, as situações que ocorrem com o personagem são tão únicas que ele sente até dificuldade de imaginar alguns conflitos para opinar. No entanto, confessa que, se algo similar a
"Tenho dificuldade de me colocar no lugar. Mas, se fosse a minha esposa, jamais me envolveria com outra pessoa e continuaria com ela. Só que a situação do Magno é diferente. O relacionamento já não ia bem e, aí, ela sofreu esse acidente. Acho plausível o que a Manuela (Dias, autora) está escrevendo. Ele fala que quer tentar amar de novo", defende.
Mesmo com Leila acordada e decidida a recuperar o casamento, Magno é claro com a esposa ao dizer que pretende ficar com Betina. De acordo com Cazarré, o personagem já desejava pedir o divórcio para a esposa antes do acidente que a deixou em coma por anos. Assim, o amor que o frentista sente pela enfermeira se mostra ainda mais arrebatador. Para o intérprete, inclusive, encenar a paixão do casal nas sequências de sexo é a parte mais difícil do trabalho. No entanto, ele e Isis Valverde são profissionais e mantêm a relação divertida nos bastidores para que não haja nenhum constrangimento.
"A Isis é uma atriz que admiro desde a Rakelli, de Beleza pura (Globo, 2008). Foi a primeira vez que a vi na TV. A parceria é muito boa em Amor de mãe. Só que, cada vez mais, acho difícil gravar cenas quentes. Quando era mais novo não dava bola, mas é complicado porque é uma intimidade que não existe. Estou mais pudico com esse tipo de cena", revela.
Na trama, a vida sempre foi difícil para Magno. O primogênito de Lurdes presenciou todos os acontecimentos que fizeram a mãe sair da cidade fictícia de Malaquitas com os irmãos, rumo ao Rio de Janeiro. Um trauma do passado que carregou até encontrarem Domênico, vendido pelo pai das crianças, que eles descobriram ser Sandro (Humberto Carrão). No entanto, ainda há dúvidas se realmente é o rapaz o verdadeiro filho perdido da nordestina. Além disso, Magno cuida da filha de 10 anos, que sofre de doença genética. Mesmo diante dos problemas, o homem não se abate e faz o melhor por sua família.
''A Isis (Valverde) é uma atriz que admiro. A parceria é muito boa em Amor de mãe. Só que, cada vez mais, acho difícil gravar cenas quentes. Quando era mais novo não dava bola, mas é complicado porque é uma intimidade que não existe''
Juliano Cazarré, ator
AMADURECIMENTO
"Ele é aquele que amadurece antes da hora e assume a postura paternal frente aos outros irmãos. Acho que é o papel mais maduro que interpreto na televisão. Os outros tinham uma malandragem e até infantilidade, como o Adauto, de Avenida Brasil (Globo, 2012), e o Merlô, de A regra do jogo (Globo, 2015)", observa.Segundo Juliano, o personagem tem muito a ver com ele. Porém, teve uma vida mais difícil. Ele comenta que não teve um pai disfuncional como o de Magno e conseguiu ter uma boa educação.
A sorte na profissão foi tanta que, em alguns momentos, teve de dizer "não" a trabalhos para priorizar a família: "Uma vez, neguei uma série dirigida pelo Fernando Meirelles. Falei: 'A família precisa de mim. Acabei de fazer uma novela em que ficava entre Brasília e Rio, via os meus filhos por 22h, fiquei dois meses e meio em um filme no sertão. Se eu sair agora para uma série, minha família vai acabar. Preciso ficar em casa'. E nunca me arrependi". (Estadão Conteúdo)