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Estado de Minas AVENTURA NO TOPO

Superação e adrenalina nas alturas em Minas: vem aí a temporada de escalada

Na próxima sexta-feira, a Serra do Cipó espera visitantes para uma experiência além dos limites do corpo e da mente; prepare-se para novos desafios


23/05/2023 04:00 - atualizado 23/05/2023 11:21
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Cada vez mais, mulheres buscam a superação na escalada esportiva
Cada vez mais, mulheres buscam a superação na escalada esportiva. Neste final de semana terá início a temporada no Morro da Pedreira, na Serra do Cipó (foto: Bruno Graciano/Divulgação)

Os dedos procuram as fendas da rocha para poder seguir em frente. O corpo, suspenso a cerca de 40 metros de altura, conta com a força, a coragem, equipamentos de segurança e com o desejo de superação para chegar mais alto. No meio da jornada, a mente, em ebulição, te faz querer chegar ao topo e, ao mesmo tempo, desistir e retornar ao solo, em terra firme e em segurança. Mas como desistir faltando talvez 20 metros?

Quem escala sabe o prazer que é chegar no cume e, lá de cima, apreciar a paisagem, única, surreal e surpreendente. Para viver esta emoção, na próxima sexta-feira, 26 de maio, terá início a temporada de escalada esportiva na Serra do Cipó – uma das regiões mais ricas em biodiversidade – com paredões que podem chegar a 60 metros de altura, na Cordilheira do Espinhaço. Será um evento plural, diverso e sem limites de idade, raça, sexo ou cor. Onde qualquer pessoa, mesmo com alguma deficiência, poderá entender o que é estar nas alturas, superando limites com doses extras de adrenalina correndo nas veias.
 
 
“ A sensação que a escalada, principalmente a esportiva, traz para o praticante é de conseguir se superar: a cada movimento, a cada metro, a cada desafio e a cada via. Isso motiva a almejar a próxima superação. Você nunca consegue ficar estagnado. Você nunca consegue se dar por satisfeito depois que consegue atingir um objetivo. Você sempre mira outra escalada mais difícil ou desafiadora, que requer um treinamento avançado ele técnico, mental ou físico. Tudo em busca da superação”, define Carlos Eduardo Benfica, presidente da Associação de Escalada da Serra do Cipó (AESC). 

Carlos Eduardo explica as vantagens da escolha desta época do ano para o início da temporada de escalada, que se dá justamente no inverno, por ser um período sem chuvas, com tempo bom e sem riscos de raios. "Essas características de umidade e temperatura permitem que os escaladores consigam melhores condições para a prática da modalidade esportiva, como suar menos as pontas dos dedos, o que faz pegar menos magnésio, o pozinho que seca a mão. Isso faz com que você consiga escalar mais rápido. Você consegue concluir aquele desafio antes do seu corpo não aguentar seguir nele”.

Durante três dias, 26, 27 e 28 de maio, a AESC vai promover uma série de palestras, shows, atividades populares, exposições de filmes sobre o tema e campeonatos. No sábado, será marcado pela escalada de competição, com direito a prêmios e medalhas, com praticantes com nível técnico avançado no Morro da Pedreira. Já no domingo, a escalada será destinada ao público em geral. 

 Carlos Eduardo Benfica, presidente da Aesc, recomenda a modalidade para qualquer público
Biólogo e praticante de esportes de aventura, Carlos Eduardo Benfica, presidente da Aesc, recomenda a modalidade para qualquer público (foto: Bruno Graciano/Divulgação)

Sobre a AESC

Fundada em 2012, a Associação de Escalada na Serra do Cipó (Aesc) nasceu com a motivação de organizar de forma sustentável a crescente prática da escalada esportiva na região, garantindo o acesso às rochas e sendo referência no turismo esportivo da modalidade no local. É filiada à Feme- MG, a Federação de Montanhismo e Escalada do Estado de Minas Gerais.

Hoje, a AESC conta com cerca de 60 filiados. São, em sua maioria, pessoas comuns que realizam trabalho voluntário, sendo moradores ou não da região da Serra do Cipó. A associação é pautada pela diversidade de seus membros, com frentes de trabalho que focam na inclusão da comunidade local, pelas frentes femininas de ocupação do espaço historicamente masculino, além de toda a importância de promover o diálogo com o poder público, empresas e comunidade. 

A AESC está presente no Conselho do Parque Nacional da Serra do Cipó e APA Morro da Pedreira, no Conselho de Turismo e Meio Ambiente do Município de Santana do Riacho e no Conselho do Parque Municipal do Tabuleiro. Criou, também, uma brigada voluntária de incêndio. 

 os paredões do Morro da Pedreira podem chegar a 40 metros de altura
Com vários níveis de dificuldades, os paredões do Morro da Pedreira podem chegar a 40 metros de altura (foto: Bruno Graciano/Divulgação)

Biodiversidade e resistência

É característica marcante no montanhismo e na escalada em geral o respeito, admiração e conexão com a natureza. E a região da Serra do Cipó, composta por um mosaico de diferentes unidades de conservação, além de ser de fundamental importância para conservação dos recursos naturais, preservando cabeceiras de cursos que contribuem com as bacias hidrográficas dos rios Doce e São Francisco, figura hoje como importante polo de ecoturismo em nível nacional.

O que poucos sabem é que este santuário da biodiversidade, do esporte e do lazer, quase foi comprometido pela mineração. Nos meados dos anos 1980, quando a região era pouco frequentada e desconhecida de muitos, os primeiros escaladores já vislumbravam seu potencial para figurar entre os mais importantes locais para a prática deste esporte no mundo. E foram justamente estes pioneiros que realizaram um movimento popular, incluindo a presença do escritor Fernando Gabeira, o icônico "abraço do Morro da Pedreira", para impedir a retomada da antiga mineração, que já havia extraído amostras consideráveis em uma das muitas faces do maciço de calcário. 

“Podemos dizer que, se não fosse por esses amantes da natureza, liderados pela primeira geração de escaladores brasileiros, a Serra do Cipó, como conhecemos hoje, não existiria. E a partir do simbólico “abraço ao Morro da Pedreira” que paralisou a retomada da mineração, foi criada a Área de Proteção Ambiental (APA) Morro da Pedreira, que cerca todo o Parque Nacional da Serra do Cipó. E é justamente nesta APA onde é feita a prática da escalada”, informa Carlos Eduardo. 

Hoje, essa região recebe escaladores e turistas, buscando por suas belezas bucólicas, vindos de todas as partes do mundo. Sua economia em franca expansão é suportada pelo ecoturismo, envolvendo pousadas, restaurantes e toda sorte de serviços e produtos necessários. Por tudo isso, foi criado em 1984 o Parque Nacional da Serra do Cipó, que abriga e protege diversas espécies da fauna e da flora, sendo muitas delas endêmicas e, inclusive, ameaçadas de extinção. 

 o praticante da modalidade pode treinar em uma parede que simula uma rocha
Não recomendado a escalar no período de chuvas, o praticante da modalidade pode treinar em uma parede que simula uma rocha (foto: Bruno Graciano/Divulgação)

Primórdios

A primeira competição de escalada esportiva em rocha foi realizada na Itália em 1985. Um ano depois, em Lyon, na França, seria disputada a primeira competição indoor (prática de escalada em muros artificiais, como nas academias de escalada).

Mas foi na sua estreia olímpica em Tóquio 2020 que ela recebeu atenção popular. A partir daí, a prática do esporte não parou de crescer, com novos adeptos, sendo escaladores amadores, ou escaladores profissionais, que buscam levar o Brasil ao pódio mundial. Vem conquistando corações de todos os gêneros, faixas etárias, classes sociais e etnias do mundo todo. 

Serviço
Informações e inscrições 
https://www.sympla.com.br/evento/iv-abertura-de-temporada-de-escalada-da-serra-do-cipo-2023/1923373?
AESC
https://www.instagram.com/aescserradocipo/


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