Confúcio, pensador e filósofo chinês, disse certa vez: “A música do homem de espírito nobre, suave e delicada, conserva um estado d’alma uniforme, anima e comove. Para entender a cultura de um lugar você precisa ouvir a música que é feita ali. A música sempre conta tudo sobre um lugar”. As palavras de Confúcio e o filme Argentina (2015), do diretor espanhol Carlos Saura, que explora a cultura popular e a diversidade dos ritmos portenhos, foram o ponto de partida para esta minha aventura musical de poucas horas em Buenos Aires.
Seria a minha primeira vez na Argentina, a minha primeira vez em Buenos Aires. A ideia era tentar fazer um circuito fora do tango. Quando pensamos em música argentina, automaticamente pensamos em tango. Esse ritmo foi criado no início do século passado e é para a Argentina o que o samba é para o Brasil: estilo musical referência. O que estava procurando era conhecer um outro lado da música feita e vivida na cidade portenha. Ir além do tango. Sabia da importância desse estilo musical e da dança para o país. O tango é uma paixão argentina, é patrimônio cultural histórico e acaba por eclipsar as outras manifestações musicais. Mas queria encontrar uma outra cidade musical. Tinha 48 horas para isso. Pouco, muito pouco.
A música portenha tem uma longa história de influências africanas e europeias, a mistura de tambores e guitarras (violas) e dois grandes ícones – Mercedes Sosa e Atahualpa Yupanqui, que ajudaram muito na divulgação da música argentina produzida em todas as províncias do país. Carlos Gardel, o maior músico de tango, também foi importante para a música argentina. Mas o nosso assunto aqui são outras músicas.
* O repórter viajou a convite da Booking.com