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Passeio pela história

Programação especial atrai turistas a São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, palco de conquista, guerra e fé da antiga sociedade que reuniu milhares de indígenas e os padres jesuítas


postado em 27/11/2018 05:19

Na noite de réveillon, terá culto ecumênico às 22h30 nas ruínas da Igreja São Miguel Arcanjo (foto: secretaria de turismo,cultura e desenvolvimento de são miguel das missões/divulgação)
Na noite de réveillon, terá culto ecumênico às 22h30 nas ruínas da Igreja São Miguel Arcanjo (foto: secretaria de turismo,cultura e desenvolvimento de são miguel das missões/divulgação)


São Miguel das Missões (RS) – Se você, caro viajante, leu O tempo e o vento, de Érico Veríssimo (1905-1975), vai conseguir “ver” Ana Terra, Pedro Missionário e, quem sabe, “um certo capitão Rodrigo” ao longo do Caminho das Missões Jesuíticas, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Para ter esses e outros personagens por perto, basta imaginação e vontade de fazer descobertas de Santo Ângelo a São Borja, passando por São Miguel das Missões, único monumento do Sul do país reconhecido como patrimônio da humanidade, São Nicolau, São Lourenço Mártir, em São Luiz Gonzaga, e São João Batista, em Entre-Ijuís.

E uma dica valiosa: se já assistiu ao filme A missão, de 1986, vai reviver a história do padre jesuíta Gabriel, interpretado por Jeremy Irons, que chega à região para converter os indígenas ao cristianismo. Em cena está também o ator Robert De Niro como Rodrigo Mendoza, um comerciante de escravos em busca de redenção. A trilha sonora é linda, tem o coral dos meninos índios, som de flauta, oboé e toda a atmosfera de uma região que inclui Paraguai e Argentina. No total, são 30 povos (os sete povos das missões, no RS, 15 na Argentina e oito no Paraguai) das missões ou reduções jesuíticas, um passeio único que traz de volta os livros de história e põe diante dos olhos paisagens estonteantes.

Um dos destaques do destino cultural, turístico e religioso está em São Miguel das Missões, com o espetáculo de som e luz em plena comemoração de 40 anos de apresentações. E a festa se completa com os 35 anos de reconhecimento do sítio arqueológico pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), 80 anos de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e 30 anos de emancipação do município, de cerca de 8 mil habitantes.

Para celebrar esse tempo de beleza, efeitos especiais e arte – o espetáculo de som e luz dura 48 minutos –, a prefeitura local, via Secretaria de Turismo, Desenvolvimento e Cultura, preparou programação especial. De 2 a 9 de dezembro, ocorre a Semana Missioneira, com o festival estadual de cultura, incluindo gastronomia e shows. Nos dias 20, 21, 22, 27, 28 e 29 dezembro, sempre às 21h30, haverá, ao vivo, grupo teatral recriando o nascimento, desenvolvimento e fim da trajetória jesuítico-guarani. A história é narrada por duas personagens da experiência missioneira, nos séculos 17 e 18: a Igreja e a Terra, e mostra um pouco do cotidiano, política, guerra e fé da antiga sociedade que reuniu milhares de indígenas e padres da Companhia de Jesus. Em todo o trajeto, como marco dessa época, está a cruz missioneira, de pedra – os dois braços abertos da cruz simbolizam fé e proteção redobrada.

Na noite do réveillon, a pedida é certa: culto ecumênico solene, às 22h30, nas ruínas da igreja monumental, de pedras avermelhadas, erguida entre 1735 e 1745, epicentro da redução iniciada em 1632 e fundada em 1687. Na sequência, haverá show pirotécnico e os tradicionais votos de feliz ano-novo. E, para fechar a noite, haverá uma turma de benzedores a postos. Para 28 de abril, coroando todas as festividades, está programado um festival de balonismo, antecipa o secretário municipal de Turismo, Desenvolvimento e Cultura, Fabiano Moraes. O Museu das Missões, criado em 1940 e localizado no sítio arqueológico, dispõe de uma das mais importantes coleções públicas de esculturas sacras missioneiras, bem como fragmentos arquitetônicos, sinos das antigas reduções e outros objetos. Em 2014, o sítio foi registrado pelo Iphan como tava, lugar de referência para o povo guarani.



VOZES DO TALENTO Nas noites estreladas, é bom ir duas vezes ao espetáculo de som e luz: na primeira, o céu claro e brilhante atrai tanto o olhar que fica difícil prestar atenção no cenário natural que é o sítio arqueológico de São Miguel das Missões, reconhecido pela Unesco e tombado pelo Iphan. O mais interessante é tentar identificar as vozes na narrativa gravada em 1978 – alguns atores, é bom lembrar, já morreram.

Quem é a Terra? A atriz Fernanda Montenegro. E a Catedral? A inesquecível Maria Fernanda, com seu timbre marcante. O construtor Giovani Primoli tem a voz de Juca de Oliveira, enquanto Paulo Gracindo (1911-1995) emociona como o fundador, Antônio Sepp, e o jesuíta. Armando Bogus (1930-1993) eternizou a voz como o Marquês de Valdelírios e o general Gomes Freire de Andrade, e Rolando Boldrin faz o emissário. Agora, um dos ícones dessa história é Sepé Tiaraju, o líder guarani destemido, incansável no seu galope em defesa do seu povo, que ganha as atenções da plateia no talento de Lima Duarte. O espetáculo tem também apresentações em inglês e espanhol.


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