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Cidade dos anjos

Bem próximo ao Centro, uma legião de seres celestiais divide com santos a atenção de quem frequenta o Cemitério do Bonfim. Lá, preciosidades artísticas do início do século passado passam despercebidas dos belo-horizontinos


postado em 30/10/2018 09:13

Cemitério do Bonfim abriga obras da arte tumular em estilo belle époque e o art déco (foto: Carlos Altman/EM/D.A Press)
Cemitério do Bonfim abriga obras da arte tumular em estilo belle époque e o art déco (foto: Carlos Altman/EM/D.A Press)



Quando se entra no Cemitério do Bonfim, localizado no bairro homônimo, na Região Noroeste de Belo Horizonte, o visitante é recepcionado por uma legião de anjos, arcanjos, querubins e serafins. Para quem acredita, são seres celestiais mensageiros da paz. Na primeira e mais antiga necrópole de Belo Horizonte, eles são os guias que vão te conduzir entre quadras e túmulos às centenas de esculturas em mármore, granito e bronze que fazem do local um museu a céu aberto. Basta seguir os anjos e descobrir preciosidades da arte fúnebre de autoria de escultores italianos que vieram para o Brasil no final do século 19. O local, fonte de pesquisa de vários profissionais devido ao seu acervo histórico, caracterizado por esculturas decorativas de túmulos e mausoléus, abriga obras de estilos diversos, desde a belle époque e o art déco ao modernismo brasileiro.


Anualmente, pouco mais mil pessoas visitam o Cemitério do Bonfim com a proposta de fazer turismo ou conhecer a arte tumular. Só para se ter uma ideia, o Père-Lachaise, o mais famoso cemitério de Paris, recebe anualmente cerca de 3 milhões de visitantes. Lá estão enterrados artistas/escritores famosos como Oscar Wilde, Édith Piaf, Jim Morrison e Maria Callas. Visitar cemitérios passou a ser um roteiro turístico em várias cidades do mundo, como em Buenos Aires, Londres e Berlim.


Há um bom tempo a Prefeitura de Belo Horizonte quer atrair mais pessoas para lugar. O Projeto Cemitério do Bonfim: arte, história e educação patrimonial que encabeça as visitas guiadas é a possibilidade de estimular o sentimento de pertencimento e de amor à cidade com acesso aos atrativos turísticos, promovendo a preservação e difusão do patrimônio, tornando BH ainda mais receptiva e hospitaleira. Desde 2012, as visitas são oferecidas pela Fundação de Parques Municipais (FPM) em parceria com a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). “Quem for à visita guiada vai encontrar um espaço singular, com um acervo riquíssimo, que não pode ser visto em outro lugar. Também vai conhecer histórias ímpares do ponto de vista etnográfico e religioso, como os túmulos de devoção marginal, aqueles que não são oficializados pela Igreja, além de visitar a sepultura de personalidades políticas como o ex-presidente da República Olegário Maciel, e o ex-ministro da Marinha Raul Soares”, explica a idealizadora do projeto, a historiadora e professora-doutora da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) Marcelina das Graças de Almeida.


História Inaugurado em 8 de fevereiro de 1897, pela Comissão Construtora da nova Capital, é composto por 54 quadras, divididas entre duas alamedas principais e diversas ruas secundárias. Planejado com a cidade, o Cemitério do Bonfim teve de ser inaugurado sete meses antes da fundação oficial de BH. A morte prematura da filha de uma lavadeira e de um operário que trabalhava na construção da futura capital mineira demandaram a liberação do terreno para o sepultamento. O registro da morte da pequena Bertha está numa placa feita pelos Irmãos Natali, a primeira marmoraria de Belo Horizonte e responsável pela construção de inúmeros jazigos nas décadas seguintes.


Na próxima sexta-feira, feriado de Finados, a estimativa é que cerca de 100 mil pessoas visitem os cemitérios da capital mineira. E grande parte, no Cemitério do Bonfim. Reserve um tempo para conhecer as preciosidades lá escondidas. Passeie por entre as quadras e deixe os anjos te guiarem. Não vai se arrepender.

 

 

 


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