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Estado de Minas CRUZEIRO

Distante do G4, Cruzeiro encara realidade de permanência na Série B

Mesmo com bons números de Scolari, time tem poucas chances de acesso


19/12/2020 09:15 - atualizado 19/12/2020 09:18

Felipão bate na tecla que o grande objetivo é livrar o time da Série C(foto: Igor Sales/Cruzeiro)
Felipão bate na tecla que o grande objetivo é livrar o time da Série C (foto: Igor Sales/Cruzeiro)
Pautas sobre probabilidades no Campeonato Brasileiro costumam render bastante audiência. Afinal, os torcedores querem saber quantos pontos o time do coração tem de somar para alcançar um objetivo específico, seja título, qualificação para algum torneio internacional, acesso ou fuga do rebaixamento. No caso do Cruzeiro, o assunto ainda será abordado, visto que as chances matemáticas de retorno à primeira divisão continuam existindo.

Porém, a cada rodada sem vitória na Série B, esse percentual diminui - caiu de 8,2% para 3,8% após o duelo contra o Avaí, segundo o Departamento de Matemática da UFMG. Hoje, não seria exagero considerar que a Raposa precisa de 100% nos oito confrontos finais: Ponte Preta (fora), Cuiabá (casa), Sampaio Corrêa (fora), Oeste (casa), Juventude (fora), Operário (casa), Náutico (casa) e Paraná (fora).

Em nono lugar, com 40 pontos, o clube celeste está a nove do quarto colocado, Juventude (49), que tem potencial para atingir 62 caso mantenha o índice de momento, de 54,44%. No meio da classificação há equipes com vantagem significativa, como Sampaio Corrêa (5º, com 45), CSA (6º, com 45), Avaí (7º, com 44) e Guarani (8º, com 43).

O técnico Luiz Felipe Scolari completou 14 jogos de sua segunda passagem pela Toca no empate por 1 a 1 com o Avaí, nessa sexta-feira, no estádio da Ressacada, em Florianópolis. O resultado teve sabor de derrota porque o Cruzeiro vencia por 1 a 0 até os 48 minutos da etapa final, quando levou gol de cabeça do meia Valdívia, após cruzamento do lateral-direito Edilson.

Avaliado de maneira individual, Felipão tem bom aproveitamento: sete vitórias, seis empates e apenas uma derrota, com 27 pontos somados em 42 disputados (64,2%). O time, contudo, pagou pelas más campanhas sob os comandos de Enderson Moreira (45,83%) e Ney Franco (33,33%), além do início com seis pontos negativos em razão de uma punição na Fifa.

O próprio treinador, em suas entrevistas coletivas, jamais prometeu brigar pelo acesso. Seu discurso sempre foi pautado por eliminar o risco de rebaixamento e depois ver até onde seria possível chegar.

“Quando viemos para o Cruzeiro, sabíamos qual equipe possuíamos. Por isso, temos de nos organizar, conversar com a direção e mostrar que os jogadores estão trabalhando e participando. Dentro do projeto inicial, tivemos que sair da confusão onde estávamos. Depois, faremos a montagem novamente de uma equipe que esteja preparada em todos os sentidos para o ano que vem. Não adianta ficarmos procurando agora que este não jogou bem ou aquele falhou. Não adianta. São esses jogadores que temos”, disse.

“Com esses jogadores, fizemos 27 pontos. Portanto, dentro do possível, está ótimo. No início, tivemos problemas que nos causaram dificuldades agora. Então a gente está trabalhando em comum acordo com todos os departamentos. E vamos fazer aquilo que nos propusemos. Com três, quatro ou cinco pontos, tiramos o Cruzeiro daquela dificuldade inicial. Depois é outro assunto que a gente tem que pensar”, complementou.

É inegável que Scolari conseguiu entregar em dois meses de trabalho um time muito mais competitivo, tanto por escolhas técnicas quanto pelo perfil motivador de um dos profissionais mais respeitados do futebol. Todavia, o Cruzeiro ainda lida com dificuldades em seu setor ofensivo, principalmente quando detém o controle da posse de bola e tenta envolver adversários dispostos a jogar na retaguarda.

As retrancas dos visitantes comprometeram a campanha estrelada dentro dos domínios em Belo Horizonte. Como mandante, foram cinco vitórias, cinco empates e cinco derrotas em 15 jogos - 44,44% -, superior somente aos de candidatos à queda para a Série C: Figueirense, 40%; Botafogo-SP, 35,7%; e Oeste, 25%.

Por mais que a matemática ainda semeie esperança nos corações azuis, as circunstâncias indicam a permanência do clube na segunda divisão. Até mesmo a diretoria, que há pouco tempo adotava o discurso de certeza de acesso - o ex-superintendente Léo Portela chegou a cravar a subida antes do centenário -, começou a encarar a realidade.

Dois exemplos práticos são os acordos referentes a dívidas trabalhistas: R$ 25 milhões ao atacante Fred e R$ 15 milhões ao lateral-esquerdo Dodô, contratados na gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá e do ex-vice de futebol Itair Machado. Eles vão começar a receber as parcelas de R$ 400 mil e R$ 250 mil, respectivamente, em janeiro de 2022, quando o Cruzeiro espera de fato ter regressado à elite do Brasileirão.

O presidente Sérgio Santos Rodrigues também já admitiu publicamente a possibilidade de negociar nova readequação salarial para 2021 com os jogadores que recebem mais de R$ 150 mil. A queda de receitas em 2020 é vista como exemplo: baixou 60% nos cinco primeiros meses em comparação ao mesmo período apurado de 2019 (de R$ 136,1 milhões para R$ 54 milhões).

Probabilidade de acesso por pontuação

64 pontos - 99,8%
63 pontos - 99,3%
62 pontos - 97,4%
61 pontos - 91,8%
60 pontos - 79,2%
59 pontos - 58,7%


Chance por clube

Chapecoense - 99,9%
América - 99,6%
Cuiabá - 55,3%
Juventude - 46,2%
Sampaio Corrêa - 29,3%
CSA - 24,6%
Guarani - 20,8%
Avaí - 15,3%
Cruzeiro - 3,8%
Ponte Preta - 2,9%
Confiança - 1,7%

Fonte: Departamento de Matemática da UFMG

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