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Mudança de hábito ou jogada ensaiada?

Um ano após fracasso no Mundial, comissão técnica é diplomática nos comentários sobre o VAR, faz suspense sobre escalação e evita as análises profundas dos rivais


postado em 21/06/2019 04:07

"Não precisamos de arbitragem para vencer, mas esperamos que seja justa. Não queremos auxílio. Queremos ganhar sendo mais competentes" Tite, na fase de grupos da Copa da Rússia "Houve justiça. Estava impedido. Foi falta? Foi. Se eu estivesse do outro lado... Sobre o VAR, não tenho absolutamente nada a reclamar" Tite, na fase de grupos da Copa América (foto: Juan Mabromata/AFP)


São Paulo — A inexperiência no Mundial da Rússia deu maturidade à comissão técnica de Tite na Copa América. Uma das mudanças de hábito é o discurso diplomático no relacionamento com a arbitragem. Há um ano, o treinador entrou em dividida com a Fifa na fase de grupos ao criticar a ausência do uso do árbitro de vídeo (VAR na sigla em inglês) no polêmico gol de empate da Suíça, na estreia, e o cancelamento de um pênalti em Neymar na vitória por 2 a 0 sobre a Costa Rica. Na terça-feira, fez discurso “paz e amor” ao ter dois gols anulados no empate por 0 a 0 com a Venezuela, em Salvador. O resultado obriga o Brasil a vencer o Peru amanhã, às 16h, no Itaquerão, para evitar o vexame de avançar as quartas de final dentro de casa em segundo ou até mesmo em terceiro lugar no Grupo A, o mais fraco do torneio continental.

Irritado com a arbitragem na Copa da Rússia, Tite mexeu com a vaidade dos árbitros. “Não precisamos de arbitragem para vencer, mas esperamos que seja justa. Não queremos auxílio. Queremos ganhar sendo mais competentes”, disse em São Petersburgo após o triunfo sobre a Costa Rica pela segunda rodada da Copa. A estratégica de pressionar o apito não funcionou. Na quarta partida pelo Mundial, contra a Bélgica, não houve revisão de um lance  quando o jogo estava 2 a 1.

Já na terça-feira, após o empate com a Venezuela, Tite falou pouco. Foi curto e grosso ao comentar as decisões da arbitragem. “Houve justiça. Estava impedido. Foi falta? Foi. Se eu estivesse do outro lado... Sobre o VAR, não tenho absolutamente nada a reclamar”, encerrou.

Em uma palestra antes do Mundial, o ex-árbitro Wilson Luiz Seneme — que ainda não era presidente da comissão de arbitragem da Conmebol — recomendou aos jogadores que não reclamassem das decisões tomadas pelos homens do apito na Rússia. Um ano depois, Tite e companhia assimilaram a política da boa vizinhança. A revisão de lances pelo VAR pode ser decisiva amanhã, contra o Peru, e a partir da fase eliminatória.

Outra mudança em relação ao Mundial é o mistério. Na Rússia, Tite evitava jogo de esconde. Escalava o time nas entrevistas pré-jogo, sem mistério. Sob pressão no aniversário de três anos à frente da Seleção, comandou atividade fechada ontem, no CT do São Paulo, na Barra Funda. 

O técnico deve fazer alterações na Seleção para o duelo com os peruanos, pois o atacante Everton pede passagem. O clamor pela escalação dele virou praticamente unanimidade. Gabriel Jesus pode retornar ao comando do ataque, deslocando Firmino para cumprir outra função na linha de três armadores e até mesmo provocar efeito colateral, com a saída de Richarlison.

O volante Arthur, que levou um pisão no pé esquerdo diante da Venezuela, fez exame ontem e não foi diagnosticada lesão. Ele participará do treino desta tarde no Itaquerão. Já Fernandinho, que reclama de dor no joelho direito, está fora.
 
  
FALANDO MENOS Há uma terceira mudança de hábito na comissão técnica da Seleção. Na Copa da Rússia, os auxiliares Cléber Xavier e Sylvinho (que deixou o cargo para assumir o Lyon, da França) costumavam dar aula em público sobre os adversários, praticamente um dossiê. No entanto, a Bélgica surpreendeu nas quartas de final e eliminou o Brasil. Desde então, os comentários são comedidos. As respostas às perguntas informais tornaram-se protocolares, do tipo: “Ainda vamos analisar”, “Estamos estudando”.

Famoso pela expressão “Fala muito”, Tite e seus comandados escolheram o “Fala pouco” na Copa América para manter a paz com a arbitragem e não dar munição ao rival. A correção de rumo nos bastidores parece afinada. Quanto aos acertos secretos nas quatro linhas em uma Seleção desafinada, desajustada, descompensada e muito menos atraente do que da Copa da Rússia, só saberemos se funcionarão amanhã, contra o Peru.


Outro argentino 
A Conmebol divulgou ontem que o argentino Fernando Rapallini será o árbitro do jogo de amanhã entre Peru e Brasil, no Itaquerão. A partida de abertura da Copa América, entre Brasil e Bolívia, teve o compatriota dele Néstor Pitana no apito.  Estreante no torneio, Rapallini coleciona atuações polêmicas. Uma delas, no duelo de ida entre Bahia e Athletico-PR pelas quartas de final da Copa Sul-Americana do ano passado. Ele será auxiliado pelo também argentino Hernan Maidana e pelo paraguaio Eduardo Cardozo. No VAR estarão os colombianos Andrés Rojas, Nicolas Gallo e Wilmar Navarro.

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