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Sonhos no tatame

ONG em Santa Luzia, que ensina karatê a crianças e adolescentes carentes, já começa a colher frutos. Mais da metade do grupo disputará a etapa final do Campeonato Brasileiro


postado em 14/04/2019 05:07

As gêmeas Nívia e Nicolly Alves, de 16 anos, começaram a praticar a luta no projeto aos 8, por acaso, e hoje são auxiliares de treinamento(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
As gêmeas Nívia e Nicolly Alves, de 16 anos, começaram a praticar a luta no projeto aos 8, por acaso, e hoje são auxiliares de treinamento (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)



Um projeto social que inclui o esporte para crianças e adolescentes carentes, por meio da ONG Solidariedade Todos Juntos Sempre, em Santa Luzia, começa a colher frutos. Nada menos que 24 dos 40 integrantes da equipe de karatê acabam de se classificar para a etapa final do Campeonato Brasileiro da modalidade, que vai ser disputado de 8 a 12 de outubro, em Gramado-RS. Além de treinar, muito, eles iniciam agora um trabalho especial para conseguir recursos para a viagem, o que inclui transporte, alimentação e hospedagem.

Tudo começou há cinco anos, quando a advogada Rosa Werneck, de 56 anos, iniciou a ONG. “Fiz uma viagem ao Marrocos e lá encontrei mulheres que trabalhavam com a produção de óleo de argan. Mas elas tinham também um trabalho comunitário, pois eram todas carentes. Resolvi montar um semelhante em Santa Luzia, que inclui o esporte, no caso o karatê, que vem dando muito certo.”

Para a implantação do esporte ela procurou o professor Marcelo Marques, que tinha a Academia de Karatê Manaim. “Sou operador de CMC, trabalho conhecido como sendo o de cortador de chapas de metal. Foi um trabalho que aprendi com meu pai, Geraldo Marques. O esporte é meu hobby e aqui tenho a oportunidade de repassar o que aprendi e ajudar na formação de cidadãos. É tudo 100% gratuito”, afirma Marcelo.

As aulas de karatê eram fora da ONG, até que ele foi chamado a se juntar ao projeto: “Vi uma grande oportunidade. Em cinco anos, já temos 40 meninos e queremos mais. Mas o melhor foi o resultado que eles obtiveram na classificatória do Brasileiro, em Brasília. Todos foram para a fase final”.

Marcelo conta que as conquistas começaram em fevereiro. “Foi quando os meninos venceram a Seletiva Mineira, no Colégio Batista em BH.” Assim que conquistaram a classificação para a seletiva nacional, começou uma outra luta, fora do tatame. “Não tínhamos recursos para ir a Brasília. Decidimos então criar eventos. Fizemos uma feijoada. Colocamos caixinhas de ajuda em supermercados de Santa Luzia. E como o projeto passou a ser um pouco conhecido, muitas pessoas fizeram contribuições em dinheiro”, diz.

Agora eles seguirão o mesmo caminho. “Temos até outubro para conseguir o dinheiro”, comenta o professor, que vai repetir a estratégia, com festas, festivais e caixinhas. Eles também esperam doações. Quem quiser ajudar pode entrar em contato direto com a ONG pelo telefone (31) 3641-6713.




PRESENTE E FUTURO Histórias não faltam na equipe de karatê Manaim. As gêmeas Nívia e Nicolly Alves, de 16 anos, começaram como alunas e hoje são auxiliares de treinamento de Marcelo Marques, orientando crianças de até 8 anos. A história delas com o karatê aconteceu por acaso. Nívia praticava a modalidade numa academia particular, enquanto Nicolly afirma que não pensava em esporte: “Não me atraía, eu só me preocupava em estudar. Queria e ainda quero chegar à faculdade”.

Segundo elas, uma tia as apresentou ao projeto social. A mãe não sabia da novidade. Gostaram e ficaram. Vieram os campeonatos e cada uma teve uma trajetória. O primeiro Campeonato Mineiro foi em 2017, em Uberlândia. Nicolly foi a terceira na modalidade kumite e Nivia a segunda na luta. Com o resultado, elas se classificaram para o Brasileiro, em Vitória. Nicolly ficou doente, virose. Mesmo assim, foi campeã, garantindo vaga para a segunda etapa, em Salvador. Nívia também se classificou. Sem apoio, contudo, elas não puderam viajar para competir.

Em 2018, nova tentativa e ambas conseguiram novamente a classificação para o Mineiro, no Olympico Clube. Nicolly foi a campeã no kumite, e Nivia na luta. Na etapa final, no Mineirinho, Nivia ficou em terceiro, mas Nicolly perdeu. “Ficamos muito tristes, mas nada que nos abalasse”, lembra Nicolly. Agora, elas vão em busca do sonho maior, o duplo ouro em Gramado.

Na equipe está também Maria Sales, de 14. É considerada a joia da equipe, pois tem apenas nove meses de karatê e, apesar do pouco tempo, ficou em terceiro lugar na Seletiva de Brasília. “Fico imaginando meu futuro no esporte. Quero disputar os Jogos Olímpicos”, sonha.

Para Patrick Carlos da Silva, de 21, a ONG é um paraíso: “Sempre gostei de lutar. Há seis anos, conheci o Manaim. Um amigo me levou para ver e gostei. Não tive dúvidas. A partir daquele dia, queria me tornar um carateca. Consegui, mas quero mais, muito mais”.

João Vitor Marques, de 9, é filho do professor Marcelo e diz que sempre gostou de acompanhar o pai. Por isso está no esporte desde os 3 anos. Vai para seu primeiro Brasileiro. “Sei que é importante e o que mais quero é voltar campeão.”

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