Eduardo Moura acorda às 4h da manhã para pegar transporte e ir fazer diálise em outro município, ele mora em Maricá, no interior do Rio de Janeiro
Reajuste do Ministério da Saúde
"Usamos máquinas e insumos importados, cujos preços aumentaram muito nos últimos anos. O SUS pagará R$ 240 por diálise, contra um custo médio de R$ 302 por sessão. É um déficit de R$ 62. Com a grande defasagem no valor do reembolso, a maioria das prestadoras de serviço ao SUS precisou recorrer a empréstimos. Muitas clínicas estão endividadas e há um risco real de desassistência no setor”, explica o nefrologista e presidente da Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), Yussif Ali Mere Júnior.
Outros desafios se impõem na nefrologia brasileira
- Dificuldade de acesso ao diagnóstico da doença e ao tratamento em tempo oportuno
- Acompanhamento ambulatorial pré-dialítico é insuficiente
- O acesso para cirurgia vascular é limitado
- Existe um vazio assistencial em regiões afastadas dos grandes centros
- Há dificuldades para oferecer o tratamento a pacientes pediátricos
- Há dificuldade de acesso ao transplante renal
- O acesso à diálise peritoneal é reduzido (apenas 5% da população têm acesso) e a remuneração é insuficiente para a manutenção e acompanhamento da equipe assistencial
- Por falta de vagas em clínicas, há pacientes internados em hospitais para realizar o tratamento. Mais de 2 mil pessoas hoje estão à espera de vaga em clínica de dialise para sair de um hospital.
Já na rede privada o incremento foi de 108%, passando para cerca de 2 milhões de procedimentos em quase 15 mil pacientes até o ano de 2021. No ano de 2022 ainda não há o número de procedimentos realizados na rede particular e o percentual pode ser um pouco maior.
Diálise pediátrica sem reajustes desestimula crescimento de vagas
Doença renal crônica (DCR)
Augusto Saboia Neto não sabe até quando conseguirá manter a clínica em funcionamento porque os custos aumentaram mais do que os repasses feitos pelo governo para manter a prestação do serviço aos pacientes do SUS
ABCDT/DivulgaçãoHistórias de vidas, experiências diferentes e uma palavra que os une: sensação de desamparo
Ana Paula Carvalho é paciente renal, cadeirante, dependente da hemodiálise e três vezes por semana e precisa viajar para outra cidade para dialisar
ABCDT/DivulgaçãoKaryl da Silva não consegue trabalhar o dia todo por conta da rotina de diálise
ABCDT/DivulgaçãoDia D da Diálise
Peças de divulgação com apoio à causa, curiosidades e depoimentos de pacientes estão sendo divulgados no site. O ‘Dia D’ da Diálise é feito pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) com o apoio da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a Associação Brasileira de Enfermagem em Nefrologia (SOBEN), a Federação Nacional de Associações de Pacientes Renais e Transplantados do Brasil (FENAPAR) e a Aliança Brasileira de Apoio à Saúde Renal (Abrasrenal).
Grandes números
- Atualmente, o país soma quase 155 mil pacientes em tratamento renal crônico, sendo 87% com a terapia financiada através do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, 135 mil pacientes.
- No Brasil, 867 estabelecimentos prestam o serviço de diálise, sendo 710 unidades clínicas privadas.
- Cerca de duas mil pessoas aguardam por uma fila em clínica de diálise em todo o país, muitas internadas apenas para dialisar.
- Apenas 5% dos 155 mil pacientes renais fazem diálise peritoneal
- Apenas 7% dos municípios brasileiros possuem clínicas de diálise
- A Região Sudeste concentra o maior número de nefrologistas (50,3%); 20,3% estão na Região Nordeste; 14,9% no Sul; 8,9% no Centro-oeste e 4,3% na Região Norte. 59,6% dos nefrologistas estão nas capitais e 34,4 % no interior.
- Último reajuste concedido pelo MS: 10,3% ( junho de 2023), e o valor da sessão passa de R%uFF04 218,47 para R%uFF04 240,97, a partir de setembro.
- Para cobrir os custos e evitar o colapso do setor, o valor da sessão de hemodiálise deveria custar, pelo menos, R%uFF04 302,00.

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