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Sabendo como se cuidar, o paciente pode lidar melhor com a doença renal e garantir mais qualidade de vida no seu cotidiano

Ahmad Ardity /Pixabay


A hemodiálise é um dos tratamentos mais frequentes para pacientes com doença renal crônica (DRC). Estima-se que quase 150 mil pessoas no Brasil adotem essa terapia, segundo o Censo Brasileiro de Diálise (CBD), da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). O tratamento é semanal e, para muitos pacientes, precisa ser seguido pela vida toda. 

Os pacientes atendidos pela clínica DaVita sempre apresentam algumas dúvidas que são recorrentes, não só entre eles, mas de familiares e cuidadores. Por isso, abaixo há uma lista das principais questões apresentadas sobre a doença renal crônica, diálise e demais cuidados com a saúde. È importante enfatizar que, sabendo como se cuidar, o paciente passa a lidar melhor com a doença renal e garante mais qualidade de vida ao seu cotidiano.

Afinal, o que é hemodiálise?

Também conhecida apenas como diálise, esse é o tratamento mais comum entre pacientes com doença renal crônica. O procedimento complementa ou substitui por completo, dependendo do caso, a função dos rins. 

Cada sessão dura cerca de quatro horas e precisa ser feita ao menos, três vezes por semana. Nela, o sangue do paciente é “filtrado”, eliminando toxinas e excesso de líquido do organismo. A filtragem é executada por uma máquina, cujo filtro chamado dialisador atua no sangue do paciente. 

Existem outros tratamentos para doença renal crônica, o transplante renal e a diálise peritoneal.

Onde a hemodiálise é feita?

Essa terapia substitutiva só deve ser feita em clínicas e hospitais habilitados, para que os riscos de complicações e efeitos colaterais graves sejam ministrados adequadamente durante o procedimento.


Quais fatores podem levar a insuficiência renal?

“Diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e tabagismo. Mas nem sempre os sintomas surgem na fase inicial, por isso é necessário estar atento aos sinais que o corpo apresenta”, destaca Bruno Graçaplena, nefrologista e responsável técnico pela DaVita Monte Serrat. Exames de baixo custo podem auxiliar o diagnóstico precoce, como aferição de creatinina no sangue e exame de urina simples.


Quais são os sintomas que acendem o alerta de problema nos rins?

Hipertensão de início recente ou súbito e alterações do fluxo urinário, assim como inchaço nos membros inferiores e no rosto são sinais de que algo pode estar errado com os rins. Fique atento também para alteração na cor e no cheiro da urina, insônia, presença de espuma na urina, falta de apetite, sabor metálico na boca, fadiga e pressão na barriga no ato de urinar. 

Quais são os possíveis efeitos colaterais da hemodiálise?

O tratamento pode causar queda da pressão arterial, câimbras, fraqueza musculae e dor de cabeça. Os pacientes devem ser acompanhados por um médico e uma equipe de enfermagem durante o procedimento, garantindo assim a melhor resposta a cada situação.

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Quais são as vantagens da hemodiálise para o paciente?

“A melhora na qualidade de vida do paciente é um dos critérios, talvez o mais importante, para indicarmos o início da diálise. Ela ajuda no manejo hídrico e metabólico do paciente. Então, conseguimos contornar a hipervolemia (sobrecarga de líquido no organismo). Isso melhora a qualidade de vida, diminui o risco de morte e de hospitalizações”, explica Elber Rocha, nefrologista e responsável técnico da DaVita Tratamento Renal em Brasília. 


Como deve ser a alimentação do paciente renal crônico?

O sódio, fósforo e o potássio em excesso podem ser vilões do paciente acometido por DRC, pois são substâncias que os rins – por perderem sua função – não conseguem filtrar de maneira adequada, e acabam se acumulando no sangue. 

“É essencial que os pacientes com DRC sigam uma dieta adequada. A não adesão ao tratamento pode trazer graves consequências, como acúmulo de líquidos e toxinas, hipercalemia (níveis de potássio elevado no sangue), hiperfosfatemia (elevação da dosagem do fósforo no sangue), desnutrição e até morte”, explica Thays Mortaia, coordenadora de nutrição da DaVita Tratamento Renal.


A hidratação do paciente renal crônico é diferenciada?

“Nos estágios iniciais, mantemos a recomendação padrão para a população geral, de pelo entre 1,5 l e 2 litros de líquidos por dia. Já nos pacientes com doença renal mais grave (estágio 4 e 5), a ingestão de água/líquidos deve ser de apenas 800-1000 ml por dia, caso o paciente seja anúrico (não urine)”, destaca Rocha.
 
O nefrologista complementa que se o paciente tiver algum volume urinário residual, é importante que ele quantifique esse volume em 24 horas, para que médico responsável possa ter uma ideia de quanto ele vai poder ingerir de líquido por dia.


A hemodiálise faz o rim voltar a funcionar? 

“A hemodiálise não traz a perspectiva de melhoria da função renal. Quando estamos tratando o paciente com doença renal aguda, ele pode ter uma recuperação dessa função renal, mas isso não se deve à diálise, e sim ao processo de regeneração das células do rim”, explica Rocha. A diálise tem outro papel, o de eliminar toxinas e o excesso de líquidos do organismo, favorecendo o metabolismo geral do paciente.


Quem faz hemodiálise pode viajar?

Sim, o paciente pode viajar. Hoje há uma gama de opções e de clínicas espalhadas por todo o país: “O paciente precisa se organizar, e apresentar exames estabilizados que mostrem que ele está em uma fase estável da doença”, diz Rocha.

Nas clínicas DaVita, a diálise em trânsito deve ser solicitada com 30 dias de antecedência para que o paciente procure o Serviço Social da sua unidade de tratamento, preencha o formulário de trânsito informando o Estado, a cidade, período desejado, de forma a verificar se há disponibilidade nas clínicas mais próximas do destino para dar continuidade ao tratamento dialítico.