mulher com prato de salada em frente ao rosto

Poucos sabem que a restrição calórica severa traz uma série de prejuízos que podem não só sabotar a sua dieta

Silvia/Pixabay


Todo mundo sabe que para emagrecer é preciso consumir menos calorias do que gastamos diariamente, o chamado deficit calórico. Mas o que poucos sabem é que a restrição calórica severa traz uma série de prejuízos que podem não só sabotar a sua dieta, mas também aumentar a flacidez, a celulite, impedir que você perca mais gordura e afetar todo o funcionamento do seu corpo, até mesmo a produção de hormônios. E isso acontece mesmo que você alie uma alimentação saudável à prática de exercícios físicos.

O nutricionista funcional e responsável técnico pela Growth Supplements, Diogo Cirico, afirma que uma das maiores ciladas para quem quer perder peso é exagerar na redução das calorias: “Do ponto de vista estético, haverá uma redução de massa magra e de tônus muscular, o que provoca flacidez e celulite. Há também uma queda na capacidade de executar uma rotina de treino com boa intensidade, então haverá uma redução no gasto calórico induzido pelo exercício, dificultando a perda de peso".

O nutricionista, espevializado em nutrição funcional e esportiva, explica que quando restringimos demais o consumo de calorias, o corpo pode reduzir o metabolismo para economizar energia e, consequentemente, usar proteínas, preservando as gorduras das quais a pessoa quer se livrar.

Conforme Cirico, a redução excessiva da alimentação afeta o funcionamento do organismo de várias formas: “Há uma redução da capacidade motora; de energia e disposição para praticar as atividades do dia a dia; do sistema imune; das atividades do sistema endócrino e, por consequência, queda na produção de hormônios relacionados ao bem-estar e à síntese proteica muscular. Além de tudo isso, o corpo vai buscar a energia que precisa para sobreviver nos nossos músculos, teremos perda de massa muscular e não de gordura, como tem que ser".

Potência baixa

O nutricionista funcional Diogo Cirico

Nutricionista funcional Diogo Cirico alerta que o uso da comida como sistema de conforto para alívio de estresse e ansiedade é grande empecilho no processo de emagrecimento

Arquivo Pessoal


Quando treinamos com baixa intensidade, deixamos de gerar adaptações induzidas pelo exercício, como a melhora da força, resistência, explosão e coordenação motora: “Ainda que o indivíduo use artifícios como estimulantes para manter um treino adequado, o sistema imune e a recuperação muscular não serão adequados, não será possível manter uma rotina de treino associado ao descanso e o seu rendimento diminuirá porque a capacidade do ser humano de gastar calorias é severamente limitada pelos mecanismos de fadiga e recuperação muscular”, explica Cirico

Sabotadores

Segundo Cirico, outro gatilho que leva as pessoas a falharem no plano de perda de peso é a redução drástica de alimentos altamente palatáveis, como doces: “Quando o indivíduo está habituado a comer muito doce, por exemplo, e reduz drasticamente o consumo, isso faz com que o organismo tenha uma espécie de resposta. E a resposta pode ser o comportamento alimentar inadequado furando a dieta, que é regulado por hormônios”, afirma o nutricionista.

Outro fator que acaba com qualquer planejamento é o sedentarismo. “Quando praticamos exercícios de alta intensidade produzimos alguns hormônios, como adrenalina e noradrenalina, que reduzem a sensação de fome”, explica.

Fome Hedônica

O uso da comida como sistema de conforto para alívio de estresse e ansiedade é, segundo Cirico, outro grande empecilho que precisa ser superado por quem está em processo de emagrecimento. “Usar a comida como uma válvula de escape para buscar por conforto é um dos maiores gatilhos de quem está em processo de emagrecimento, por isso é preciso encarar o processo de forma ampla, e isso inclui o controle dos níveis de estresse e ansiedade”, completa o nutricionista.