(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas POVOS ORIGINÁRIOS

Homossexualidade e a ligação com o divino para combater a homofobia

"A Banda Sagrada de Tebas" é uma ficção que reúne duas décadas de pesquisa de Thiago Teodoro sobre as relações entre mitologia e diversidade sexual


06/07/2023 09:50 - atualizado 06/07/2023 10:03
683

bandeira LGBT
(foto: Pixabay)

Milhares de anos antes da homofobia existir, os povos originários do Brasil cultuavam deuses com características associadas à homossexualidade. No livro A Banda Sagrada de Tebas, o jornalista, pesquisador e músico Thiago Teodoro apresenta teses sobre como Anhangá, o protetor da floresta que assumia a forma de um veado branco, e Acauã, divindade defensora das mulheres, eram homossexuais.

Os indígenas contam sobre uma deusa que tinha asas maravilhosamente coloridas. Embora fosse uma mulher ou um tipo de fada, ela podia transformar-se em uma ave. Era Acauã, a divindade que protegia e empoderava as mulheres, levando-as para si quando havia interesse mútuo. Assim como Diana, Acauã era uma entidade lésbica que corria pelas florestas — nas florestas protegidas por Anhangá. (A Banda Sagrada de Tebas, pg. 104).

 

Leia também:Autismo: preconceito está ligado à falta de informações

 

Para conversar com o público jovem sobre a importância da comunidade LGBTQIA+ na mitologia, ele condensa, na ficção, duas décadas de pesquisas in loco, documentais e em instituições relacionadas ao tema. No enredo, Martim Vieira é um sacerdote integrante da Banda Sagrada de Tebas, um famoso grupo musical cujo nome faz referência ao batalhão homônimo composto por casais gays que venceram Esparta na Batalha de Leuctra há 2.500 anos.

Nascido na cidade mineira de Pedro Leopoldo – terra do Povo de Luzia, os brasileiros anteriores aos indígenas –, o protagonista dialoga sobre história, ciência e mitologia, enquanto conta a trajetória de sua banda. De acordo com o personagem, que representa a visão pessoal do autor, os deuses dos indígenas teriam sido herdados dessa antiga população.


O escritor, porém, não se restringe ao Brasil para tratar sobre a homossexualidade. Pã, Apolo, Dioniso e Zeus são algumas das divindades que aparecem na obra e estão relacionadas com Anhangá e Acauã. Ele também detalha a trajetória de Antínoo, parceiro amoroso do imperador romano Adriano, que tornou o companheiro um símbolo divino após sua morte. Inclusive, o livro apresenta conteúdos práticos e imersivos sobre a religião do deus gay Antínoo (no Brasil, o Anhangá) e contém QR codes para os leitores escutarem músicas temáticas produzidas por Thiago Teodoro exclusivamente para este romance.

Leia também: Dia Mundial do Transtorno Bipolar: diga não ao preconceito!

A Banda Sagrada de Tebas começou como um projeto para discorrer sobre as descobertas a respeito do Povo de Luzia, mas o autor optou por seguir outro caminho com objetivo de destacar que a homossexualidade era considerada sagrada em diversos períodos da antiguidade, inclusive no território brasileiro. Segundo o jornalista, a homossexualidade era mais do que divina, era também necessária. “Trabalhei no livro para que ele pudesse ajudar outros LGBTQIA a terem uma vida mais plena através da paz de espírito e do empoderamento que o conhecimento histórico e científico traz”, comenta.

FICHA TÉCNICA


Título: A Banda Sagrada de Tebas
Autor: Thiago Teodoro
Editora: Publicação independente
ISBN: 978-65-5872-478-0
Páginas: 252
Preço: R$ 19,90 (e-book) e R$ 51,00 (físico)
Onde comprar: Amazon

Sobre o autor


Escritor, jornalista e cantor, Thiago Teodoro mora em Pedro Leopoldo, no interior de Minas Gerais. Na cidade em que nasceu, foram encontrados registros do Povo de Luzia, ocupação humana mais antiga das Américas. Com o compromisso de resgatar essa história, iniciou pesquisas há duas décadas e, como resultado desse processo de investigação, publicou o primeiro livro “A Banda Sagrada de Tebas”, focado no estudo da homossexualidade.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)