três idoso de braços dados andando em uma rua da cidade

Quedas de pessoas idosas são frequentes, mas não podem ser consideradas normais, alerta SBGG

Philippe Leone/Unsplash

 
O próximo sábado, 24 de junho, é lembrado como o Dia Mundial de Prevenção de Quedas. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotada pelo Ministério da Saúde (MS) com objetivo de alertar sobre os riscos de quedas, especialmente para pessoas idosas. Nesta faixa da população, elas podem ser um indicativo de fragilidade física ou até doença aguda e acarretar graves complicações. 

Dados da OMS mostram que aproximadamente 28-35% das pessoas com 65 anos ou mais caem a cada ano. Esse número aumenta para 32-42% para aqueles com mais de 70 anos. Inclusive, as quedas são responsáveis por 40% de todas as mortes relacionadas a lesões. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) alerta para a importância do tema, uma vez que ele deve estar presente na rotina de cuidados do públicoidoso.

Segundo a fisioterapeuta e membro da diretoria da SBGG, Isabela Trindade, as quedas não são uma consequência inevitável do envelhecimento, mas podem sinalizar o início de uma série de alterações: “O envelhecimento pode trazer alterações fisiológicas, como a diminuição de massa e força muscular, massa óssea, assim como mudanças na visão e piora da coordenação, favorecendo, assim, as quedas”.
As questões extrínsecas também precisam ser levadas em conta na hora de se avaliar as causas das quedas em pessoas idosas. “Esses fatores estão relacionados aos eventos externos, como o solo irregular, a falta de adaptação no ambiente (ausência de instalação de barras de apoio, retirada de tapetes e nivelamento do piso, por exemplo), calçadas irregulares, etc”, explica Isabela Trindade.

Queda pode chegar à hospitalização e até a morte

Além do risco de lesão - que pode afetar a autonomia da pessoa idosa - a queda pode chegar à hospitalização e até a morte. As transformações fisiológicas decorrentes do envelhecimento também interferem na recuperação, dependendo da gravidade da fratura e lesão: “Devido às caraterísticas inatas do envelhecimento e às comorbidades que por ventura a pessoa idosa possa ter, a recuperação se torna um processo mais complexo nesta faixa etária”, aponta a diretora da SBGG.

Como prevenção, a especialista elenca os cuidados já conhecidos: a instalação de barras de apoio nas paredes do banheiro, a retirada de tapetes na cozinha e escadas, a iluminação do quarto e do caminho até o banheiro durante a noite, entre outros.

A fisioterapeuta chama a atenção para o acompanhamento médico rotineiro e a prática de atividades físicas: “É importante que os idosos façam algum tipo de exercício, especialmente exercícios resistidos, sempre com a recomendação e auxílio de profissionais da área”. 

Queda é frenquente, mas não deve ser apontada como normal  

Isabela Trindade reforça que a queda é um evento frequente, mas não deve ser tido como um acontecimento normal: "Devemos considerá-la como uma ocorrência sentinela e avaliar o que está por trás”, e completa: “a ação de familiares e cuidadores após a queda é de suma importância, pois podem avaliar se houve algum tipo de lesão ou fratura e, rapidamente, buscar auxílio médico. O atendimento rápido ajuda a evitar consequências mais graves”.