Pessoas cobertas

Inverno em BH tirou do armário blusas de frio, luvas e gorros

Jair Amaral/EM/D.A Press

Apesar de os termômetros apontarem para temperaturas mais amenas nos últimos dias, a chegada oficial do inverno, nesta quarta-feira (21), mostrou a importância em redobrar os cuidados com a saúde. Neste ano, diferentemente dos últimos, a estação terá como característica chuvas e temperaturas entre 1º a 2ºC mais quentes devido ao fenômeno El Niño.

Mesmo assim, neste período, é comum ficarmos doentes e isso se deve a uma série de fatores, tais como aglomerações em locais fechados, diminuindo a circulação do ar, a menor umidade e um tempo mais ameno. Essas condições podem afetar o sistema respiratório, aumentando a incidência de problemas como gripes, resfriados, sinusites, bronquites, asmas e pneumonias.
 
 
 
Isso se dá, de acordo com a pneumologista Michelle Andreata, da empresa Saúde no Lar, especializada em home care, principalmente devido a maior circulação de vírus controlados nessa estação e pelo fato de a baixa umidade do ar irritar as vias respiratórias, tornando-as mais intolerantes.

"Podemos citar entre os sintomas mais comuns neste período as tosses, espirros, congestão nasal, dificuldade para respirar, dor de garganta, febre, e dores no corpo, em casos de gripe. E é importante que o paciente, ao perceber que os primeiros sintomas estão surgindo, procurar ajuda médica para buscar o diagnóstico e, principalmente, quais os tratamentos mais indicados."
 
 
O tratamento, segundo a especialista, varia de acordo com a condição clínica e respiratória do indivíduo, mas em geral inclui hidratação, medicação para o alívio de sintomas e, em alguns casos, antibióticos. "Para que ele seja efetivo é muito importante seguir as orientações médicas."

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Além disso, Michelle Andreata destaca alguns cuidados no dia a dia para prevenir tais problemas, entre eles: lavar as mãos com frequência, utilizando água e sabão ou álcool em gel, especialmente após ter contato com superfícies compartilhadas; evitar aglomerações e locais fechados com muitas pessoas, pois é nesse tipo de situação que ocorre uma maior concentração de partículas no ar e, consequentemente, contaminação de vírus e bactérias; além de proteger com o antebraço ou lenços descartáveis o nariz e a boca ao tossir e espirrar.

"Aqueles que já estão com algum sintoma gripal e/ou de problemas respiratórios é importante fazer uso de máscara e, se possível, não estar em contato direto com outras pessoas para evitar a propagação desses vírus." As mudanças bruscas de temperatura devem ser evitadas e, para isso, a pneumologista  fala sobre fazer uso de roupas e itens que mantenham o corpo aquecido. "E mesmo com o frio, é essencial que as pessoas mantenham os ambientes bem ventilados, garantindo a circulação de ar adequada.

Atenção redobrada com os idosos


O sistema imunológico mais vulnerável e a diminuição da capacidade de controle da temperatura corporal do idoso fazem com que esse grupo precise de atenção especial e redobrada nesse período do ano.

Segundo a geriatra Simone de Paula Pessoa Lima, da empresa especializada em home care, existem algumas medidas preventivas que, se adotadas, podem evitar problemas. Entre elas, a vacinação em dia, especialmente contra a gripe, que pode se manifestar de forma mais grave nessa faixa etária, e contra infecções pneumocócicas e COVID.

"Vale ressaltar como é importante uma alimentação equilibrada que oferte ao organismo do idoso todas as vitaminas e nutrientes necessários para manter a melhor atividade do sistema imunológico deles. Podemos citar também a inclusão de proteínas na dieta, de oleaginosas (feijão, lentilha), frutas de cores variadas, legumes e verduras. Manter o organismo hidratado como um hábito, mesmo não tendo sede, já que pessoas com mais de 60 anos tem menor sensação de sede atrapalhando a ingestão adequada."

A geriatra, assim como a pneumologista, pondera sobre o uso de roupas adequadas para manter o corpo aquecido, além  da atenção em relação aos sinais de alerta como febre persistente, falta de ar, cansaço excessivo, piora da tosse ou da secreção e alterações no estado mental. "Ao notar qualquer mudança no estado de saúde do idoso ou em seu comportamento habitual, procure um médico, faça os exames sugeridos e siga as orientações propostas por ele, evitando, assim, o risco de agravamento e/ou piora do estado clínico. No caso de pacientes já debilitados, esse serviço, pode, inclusive, ser solicitado em casa, evitando que o paciente tenha contato com outros tipos de vírus ou bactérias."