homem, de camisa azul e gravata, sem aparecer o rosto, com as mãos do lado esquerdo do peito

Durante o estudo, foi observada uma forte ligação entre a enzima MMP-9 e a área de ruptura das placas; pessoas com altos níveis dessa enzima teriam maiores chances de sofrer infarto ou AVC

Martin Büdenbender/Pixabay
Cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, conseguiram identificar o local preciso onde ocorre a ruptura das placas ateroscleróticas, um evento que pode levar a consequências graves, como infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). A enzima MMP-9 também foi descoberta como um elemento associado à ruptura das placas e um indicador para futuras complicações cardiovasculares.

Os pesquisadores pretendem utilizar a MMP-9 como um instrumento para prever quais pacientes têm maior risco de sofrer um ataque cardíaco ou AVC, além de desenvolver tratamentos inovadores que diminuam a probabilidade de ruptura das placas. A pesquisa foi divulgada no Journal of the American College of Cardiology na última segunda-feira (5).

A aterosclerose se caracteriza pelo acúmulo de placas de gordura, compostas de colesterol, material gorduroso, resíduos celulares, cálcio e fibrina, nas paredes dos vasos sanguíneos, o que resulta no endurecimento desses vasos. Com o tempo, esse processo, influenciado por fatores como altos níveis de colesterol e triglicerídeos, pode levar a doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, AVC, angina, doença arterial periférica e doença renal crônica.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 17,9 milhões de pessoas morrem todos os anos devido a doenças cardiovasculares, sendo a aterosclerose um importante fator de risco. Os cientistas da Universidade de Lund descobriram que as placas ateroscleróticas nas artérias coronárias geralmente se rompem em um local próximo ao coração – uma descoberta inovadora.

Durante o estudo, foi observada uma forte ligação entre a enzima MMP-9 e a área de ruptura das placas. Pessoas com altos níveis dessa enzima teriam, portanto, maiores chances de sofrer um infarto ou AVC. Os pesquisadores acreditam que, futuramente, a MMP-9 poderá ser empregada como um marcador para identificar indivíduos com risco elevado de desenvolver doenças cardiovasculares.
 
A autora do estudo, Isabel Gonçalves, professora de cardiologia na universidade, afirmou em comunicado que a MMP-9 é um indicador de futuras complicações cardiovasculares e que estudos futuros deverão investigar a possibilidade de inibir a enzima para reduzir sua atividade e prevenir a ruptura das placas. No entanto, é fundamental que esse tratamento não gere efeitos colaterais indesejáveis, já que a enzima possui outras funções importantes no organismo.