medico ajudando um paciente com fratura na perna

Irresponsabilidade no trânsito causa consequências graves

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O filantrópico Hospital da Baleia, referência no atendimento ortopédico pelo SUS em Minas Gerais, é responsável por 88% dos casos de cirurgias ortopédicas eletivas do estado. Nos primeiros quatro meses de 2023, foram 832 pacientes atendidos apenas em casos de trauma de urgência e emergência - a maior parte vítimas de acidente de trânsito. Cada procedimento realizado no tratamento desses pacientes, custa em média R$ 14 mil - nos casos de cirurgia de reparação, reconstrução e alongamento ósseo. Ao longo de 2022 foram 6.499 cirurgias ortopédicas. Até março deste ano já somaram 1.538 cirurgias ortopédicas. 


O preço da irresponsabilidade no trânsito


Os custos hospitalares são altos. Uma cirurgia de ortopedia custa, em média, R$ 14 mil por procedimento. Pode passar de R$ 20 mil. A diária de internação na enfermaria custa R$ 680. Medicação, exames e materiais de curativos são outros custos envolvidos.



Roberta Ribeiro Romanizio, 45 anos, foi vítima de acidente de trânsito e está internada no Hospital da Baleia. Ela trabalha durante a semana como coordenadora do setor administrativo de um Centro Automotivo e aos fins de semana, em eventos e buffets. Na segunda-feira, 1º de maio, chamou uma moto de aplicativo com destino de casa, no bairro Céu Azul. Quando passava pelo Justinópolis, conta que percebeu que a moto perdeu estabilidade. "Eu me lembro de sentir a moto balançando, depois só me lembro de estar rolando no chão", conta.

Mulher branca dos cabelos pretos e cacheados sentada na maca do hospital com tornozelo e braço enfaixados

Roberta Ribeiro Romanizio, 45 anos

Arquivo pessoal


Roberta tem curso de primeiros socorros do Corpo de Bombeiros, e, por conta disso, se preocupou com a coluna na hora do acidente. Depois Ela foi avaliando os demais membros e percebeu que havia machucado o braço e perna esquerdos. "Fiquei no chão sem me mover. Pedi ao motociclista - que não teve nenhum ferimento grave - ajuda para acionar o SAMU e por telefone informei o que tinha acontecido". 

Ela foi socorrida para o Hospital Risoleta Neves, onde permaneceu até o dia 5, quando foi encaminhada ao Hospital da Baleia. No mesmo dia passou pela cirurgia na perna, para reparar a fratura na fíbula e os ligamentos. Está internada desde então, enquanto se recupera da cirurgia e passa por avaliação no braço esquerdo. Há possiblidade de necessitar cirurgia no pulso esquerdo. "Eu estou precisando de ajuda até para ir ao banheiro. Minha irmã está indo à minha casa todos os dias para cuidar da minha gata. Quando eu sair daqui, vou levar um bom tempo para recuperar minha rotina", contou.
A previsão inicial é que leve ao menos quatro meses para poder voltar a trabalhar no Centro Automotivo, já que a rotina exige pouca movimentação. Para trabalhar nos eventos, onde ela permanece em pé, não há perspectiva de retorno. "Perdi uma fonte de renda que era muito importante na minha rotina, ainda não sei o que vou fazer sobre isso. Claro que sou agradecida por estar bem, mas às vezes, uma irresponsabilidade ou um descuido de um motorista no trânsito, a vontade de chegar mais rápido, talvez, pode prejudicar a vida de muitas pessoas".

Roberta deixou de ganhar cerca de R$600 reais, provenientes de um evento que trabalharia no fim de semana. E ainda há uma despesa com o custeio do transporte da irmã, que está ajudando com os afazeres da rotina.