Coronavírus

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A pandemia do Sars-Cov-2, que causou mais de 20 milhões de mortes no mundo, acabou, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A entidade anunciou, na manhã desta sexta-feira (5/5), que a COVID-19 deixou de ser uma emergência global e não representa mais um risco mundial.

A constatação é de que a doença está suficientemente controlada. A afirmação é do diretor da OMS, Tedros Adhanom, reforçada em coletiva de imprensa. "Com grande esperança declaro que a COVID-19 já não é mais uma emergência sanitária de alcance internacional", declarou.

A pandemia foi anunciada pela entidade em março de 2020, após a divulgação, em janeiro daquele ano, do nível máximo de alerta quanto à situação, poucas semanas depois da detecção na China dos primeiros casos da doença viral respiratória contra a qual não havia tratamento específico na época.

Mesmo assim, a OMS pontua a necessidade de manter ações de longo prazo para o gerenciamento da condição ocasionada pelo coronavírus desde então. Em nota, a entidade pondera que, "embora reconhecendo as incertezas remanescentes postadas pela evolução potencial do SARS-CoV-2, eles [especialistas que participaram do Comitê de Emergência Internacional] aconselharam que é hora de fazer a transição para o gerenciamento de longo prazo da pandemia de COVID-19", atenção que deve ser mantida já que não é possível mensurar como o vírus e a infecção causada por ele ainda podem evoluir.

No Brasil, desde maio do ano passado, diante dos avanços na imunização e menor índice de mortes, infectados e hospitalizados, a COVID-19 já não era mais considerada emergência em saúde pública.

O infectologista Carlos Starling, integrante do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Prefeitura de Belo Horizonte, reforça, por outro lado, que o vírus continua circulando. O anúncio da OMS significa o fim da situação de emergência internacional, visto que hoje existem formas de controle da doença em todas as suas fases evolutivas, quanto a prevenção e tratamento, explica o especialista.

 

 

"Hoje temos estratégias que não tínhamos no princípio, e vemos a doença relativamente sob controle. Mas não muda muita coisa. É preciso seguir com a vacinação e se resguardando de riscos, principalmente as pessoas mais vulneráveis. Continuar evitando aglomerações, usando máscara. Ainda estamos expostos ao vírus que, ainda mais para quem não se vacinou, pode ocasionar manifestações graves da doença", pondera.

O epidemiologista e professor emérito da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, José Geraldo Leite Ribeiro, considera a afirmação da OMS uma questão burocrática que serve para determinar algumas medidas, como aquisição de insumos e vacinas, por exemplo. Trata-se de uma constatação em nível global, como é o âmbito de atuação da organização, mas isso não signfica, segundo o especialista, que epidemias continuem acontecendo em um ou mais países, de forma isolada.

 

"É fundamental que os órgãos de vigilância epidemiológica sigam atentos e acompanhando a doença. Não muda nada no Brasil. É preciso continuar com atenção, observando a possível evolução de variantes, para que, diante de uma nova situação de aumento da incidência da doença, as ações sejam imediatas", reforça.