mulher passa a mão na panturrilha

A Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia calcula que a trombose é a causa de uma em cada quatro mortes no mundo

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A trombose arterial, também denominada de Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), é uma condição causada pela formação de coágulos sanguíneos nas artérias, vasos que transportam o sangue oxigenado do coração para o corpo. Um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology, em 2019, apontou que pacientes com diabetes tipo 2 têm um risco aumentado de desenvolver trombose arterial em comparação com pacientes sem diabetes. Além disso, os coágulos formados comprometem o fluxo sanguíneo podendo levar a complicações como embolia pulmonar, infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). 

A Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia calcula que a trombose é a causa de uma em cada quatro mortes no mundo. O médico cirurgião endovascular Fábio Henrique Ribeiro de Souza, do Hospital Encore, parte do grupo Kora Saúde, afirma que é necessário estar atento aos primeiros sintomas para evitar a evolução da doença: "A oclusão dos vasos sanguíneos faz com que, inicialmente, o sangue não chegue nas extremidades das pernas, causando sintomas como dor, esbranquiçamento da pele, perda de pelos, atrofia (diminuição do tamanho da perna) e úlceras (feridas)", detalha.
 
O diagnóstico de DAOP deve ser feito com um cirurgião vascular após o surgimento dos primeiros sintomas. Em casos mais brandos, o tratamento pode ser feito com medicamentos antiplaquetários, que afinam o sangue. Em casos mais severos, pode ser necessário a realização de pontes cirúrgicas ou colocação de stents endovasculares.
"Na modalidade endovascular, a artéria é puncionada com uma agulha e anestesia local e, por meio dela, é colocado um stent no segmento ocluído restabelecendo o fluxo sanguíneo. Já na cirurgia aberta, é realizada uma ponte, na qual o segmento da artéria que está saudável é conectado à parte ocluída, criando um “atalho” para o sangue fluir por toda a perna", explica o médico cirurgião endovascular.

Em casos mais extremos, pode ser necessária a amputação quando há infecção extensa e/ou o comprometimento muito significativo do suprimento sanguíneo do membro: "Geralmente, esta conduta só é adotada nos casos em que a doença avançou por um longo período de tempo ou quando um paciente se nega a melhorar seus hábitos mesmo após o diagnóstico. Por isso, é tão importante o acompanhamento médico, para que casos extremos sejam evitados", conclui Fábio Henrique Ribeiro de Souza.  

Outras enfermidades

De acordo com o médico, normalmente, o entupimento das artérias está associado à aterosclerose, presença de placas de gordura nos vasos que causam a obstrução. Dessa forma, além dos pacientes com diabetes, pessoas com mais de 70 anos, tabagistas e portadores de colesterol alto, ou hipertensão arterial sistêmica são mais suscetíveis à doença. "A melhor forma de se prevenir é controlar os fatores de risco da doença com bons hábitos como praticar exercícios, ter uma boa alimentação, cessar o tabagismo e controlar doenças como diabetes e pressão alta", afirma Fábio Henrique.