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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Exagero no uso de eletrônicos pode afetar bom funcionamento do organismo

Embora conecte pessoas e serviços, tecnologia precisa ser usada com cuidado. Especialista explica como os aparelhos interferem no sono


25/12/2022 04:00 - atualizado 25/12/2022 07:43

Dormir na sala
Dormir na sala ou em local barulhento também pode afetar o ritmo do sono (foto: PEXELS/Pixabay)

 
A tecnologia está cada vez mais presente na vida do brasileiro e, apesar de aproximar as pessoas e otimizar serviços por meio das telas e da conectividade, também vem despertando preocupação em como o uso abusivo de eletrônicos pode afetar a saúde. 
 
De acordo com o estudo da McAfee, o Brasil lidera o ranking de utilização de aparelhos eletrônicos entre os jovens; a taxa de uso de celular entre pré-adolescentes e adolescentes é de 96%, acima da média global. O levantamento entrevistou 15 mil pais e 12 mil jovens em dez países, incluindo o Brasil, e 71% dos tutores brasileiros afirmaram estar preocupados com o tempo que seus filhos passam em dispositivos.
 
Segundo a Kantar Ibope Media, o uso do celular aumentou 37 minutos por dia entre os brasileiros com mais de 50 anos, totalizando uma média diária de 1h49 em smartphones. Dados do Instituto Locomotiva e Sony Pictures Television revelam que 75% das pessoas nessa faixa etária assistem televisão todos os dias e 79% delas dividem a atenção com o celular simultaneamente.

O uso frequente de eletrônicos pode prejudicar o bom funcionamento do organismo porque a grande maioria emite luz azul, intervalo do espectro de luz visível e a que mais interfere na produção de melatonina, um hormônio muito importante para o sono. 
 
João Gallinaro
João Gallinaro, psiquiatra, especialista em sono (foto: ARQUIVO PESSOAL)
 
 

"Muitas pessoas não conseguem dormir por causa das consequências das telas. Passar um tempo no celular vendo vídeos, por exemplo, vai fazer com que o cérebro busque consumir mais daquilo e isso acarretará dificuldades para dormir"

João Gallinaro, psiquiatra, especialista em sono

 
 
“Quando se é exposto a esse tipo de luz em tablets, celulares, computadores e televisões, principalmente à noite, compromete-se a fabricação de melatonina e consequentemente há piora na qualidade do sono e possivelmente dificuldades para dormir”, explica o psiquiatra especialista em sono João Gallinaro.
 
Outro fator que deve ser levado em consideração são os sentimentos que esses aparelhos despertam antes de ir para a cama. “Uma pessoa que assiste a uma série na televisão ou celular à noite vai ficar ansiosa, tensa e curiosa para saber o que acontecerá no próximo episódio, sensações contrárias às necessárias para um sono de qualidade, que precisa de  mente tranquila, relaxamento e calma”, diz o médico.

CELULAR

É comum ver pessoas indo para a cama com o celular na mão para responder as últimas notificações do dia ou até mesmo acessar as redes sociais, fazendo o mesmo logo depois de despertar e abrir os olhos, ainda na cama.
 
Dormir com a TV ligada ou procurar o controle remoto assim que acordatambém é um hábito presente na casa dos brasileiros, mas para João todoseles precisam ser evitados. “Quando você está quase dormindo ou acordandoseu corpo está em transição dos estados de consciência, da vigília para o sono e vice-versa. Quanto mais leves e tranquilas forem essas mudanças, melhor para que o organismo não se estresse, já que ele precisa de um tempo para sepreparar para as atividades que vem a seguir”, orienta o especialista em sono.
 
O médico também alerta para a exposição excessiva aos eletrônicos durante a noite. “Muitas pessoas não conseguem dormir por causa das consequências das telas. Passar um tempo no celular vendo vídeos, por exemplo, vai fazer com que o cérebro busque consumir mais daquilo e isso acarretará dificuldades para dormir.”
 
Outro ponto de atenção é a grande quantidade de luz azul emitida por esses aparelhos. “Essa luz desregula o relógio biológico, entrando pela retina e transmitindo a informação para o cérebro de que ainda é dia e não hora de dormir”, complementa.

TV LIGADA

Além da emissão de luz azul, que afeta a produção de melatonina do corpo e interfere no sono e na qualidade dele, a televisão causa ruído, o que é desfavorável para uma noite bem dormida. “Necessitamos dormir em um ambiente silencioso e alguns estudos comprovam que ruídos acima de 30 decibéis não deixam o sono chegar nas fases mais profundas, importantes para o funcionamento do corpo e limpeza de toxinas do organismo”, revela o especialista. O conteúdo dos programas também pode causar nervosismo, ansiedade, tensão e preocupação e a oscilação de volume, muito presente nos intervalos, também pode acarretar problemas para dormir. “A televisão ligada já é suficiente para desestruturar o sono, comprometendo sua eficiência”, finaliza.
 
É necessário evitar o uso de eletrônicos uma hora e meia antes do horário que se deseja dormir. “É preciso dar condições para o organismo conseguir descansar, alcançando o estado de relaxamento muscular, com a mente tranquila e calma para conseguir ter um sono reparador”, esclarece João. “Um sono de qualidade consolida a memória, modula as emoções, libera hormônios responsáveis pelo apetite e saciedade e regula o sistema de defesado organismo”, define. 


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