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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Quando é o momento de terminar a relação?

Coaching de relacionamentos aponta os sinais de um relacionamento que não tem mais futuro. Dica é observar se um dos lados doa mais do que recebe


24/07/2022 04:00 - atualizado 24/07/2022 08:27

Ilustração
(foto: Pixabay)

 
Em meio a tantos anúncios e campanhas que remetem aos casais apaixonados, muitos têm medo de passar a data sozinhos. Entretanto, o coaching de relacionamentos Ítalo Ventura explica que é importante saber a hora de romper uma relação. “Um relacionamento é baseado em um equilíbrio entre dar e receber. Quando não há essa troca, ele vai mal e pode ser um caminho sem volta”, destaca Ventura.
 
Um dos sinais mais importantes é perceber que só você procura, que só você investe tempo e toma iniciativa para a relação dar certo. “Sem reciprocidade, é uma relação que não prospera, faz mal”, ressalta Ventura. Mas cuidado: não pode virar barganha ou chantagem. “Você tem que fazer porque você quer, não para receber algo em troca, não pode ser uma postura infantil como ‘só faço se ele fizer’. Tem que ser algo genuíno.”
 
O outro extremo é você querer tudo, mas não doar. É importante analisar a sua postura: você dedica seu tempo ao relacionamento? Procura surpreender o parceiro? Gera valor na relação de vocês? Ou fica apenas esperando a iniciativa do outro?. “Existe o outro extremo, você precisa ter uma visão de futuro, se doar”, destaca. Em suma, o relacionamento deve acabar quando ele gera prejuízo: se um dos lados doa mais do que recebe, não tem retorno, é hora de acabar.  
 
Mas quais são os sintomas? Ítalo Ventura explica que se você chora mais do que ri, sente angústia, desconfiança e os sentimentos negativos são mais frequentes que os positivos, não há dúvidas de que a relação está desgastada.

Carência Ao perceber o desgaste do relacionamento, o melhor a fazer é diferenciar amor de carência afetiva. Ela se caracteriza como uma dependência acima do normal em relação a outra pessoa, e pode ser um combustível para relacionamentos tóxicos. 
 
A plataforma de atendimento on-line Fepo Psicólogos realizou uma pesquisa que revela que 84,6% dos brasileiros já demonstraram algum nível de carência excessiva em um relacionamento. Desses, 14,6% afirmaram que este foi o principal motivo para terminarem na ocasião. A pesquisa foi feita com pessoas de 18 a 55 anos, das cinco regiões do país, no começo de fevereiro deste ano.
 
 A carência afetiva pode trazer sérias consequências para quem sofre. Ítalo Ventura acredita que se trata de um problema crônico. Uma das bases desse mal são os aprendizados que temos desde a infância. “Desde criança, somos ensinados a ir à escola para estudar, crescer e ter uma casa, ter um trabalho, ter um namorado ou namorada, ter uma família. Nossa base de ensinamento é o ter e não o ser. Não somos ensinados a ter inteligência emocional ou afetiva. No Brasil, esse é um problema estrutural ainda mais grave, já que não temos nem a educação convencional de uma forma aceitável.” 
 
Ele afirma que recebe frequentemente pessoas com esse perfil,  a chamada “cegueira afetiva”, e reforça que o problema afeta diretamente a vida de quem sofre em todos os campos. “Tem pessoas que não conseguem se desprender dessa dependência. Ficam se questionando por que um ‘affair’ não retornou uma ligação, por que amam e não são correspondidos, questões desse tipo.”
 
 Ítalo Ventura
"Tem pessoas que ficam se questionando por que um 'affair' não retornou uma ligação", comenta o especialista Ítalo Ventura (foto: Arquivio pessoal)
 

Grande risco é ‘tolerar o intolerável’ 

Existem sinais que ajudam a identificar a carência afetiva. Entre eles estão o sentimento de carência e solidão após uma separação, que são cultivados e persistem por um longo tempo, o que pode ocasionar crises de ansiedade e depressão. 
 
O especialista em relacionamentos também chama a atenção para as consequências perigosas da carência afetiva. “Um grande risco é o abuso. A pessoa esquece quem é e acaba tolerando maus-tratos, agressão verbal e tolera o intolerável.” A dica é que a pessoa se foque no que está sob seu controle. Quem está bem afetivamente conseguirá seguir em frente sem se abalar.
 
Ítalo acrescenta que o problema leva quem sofre a uma interpretação equivocada do que é o amor. “O amor não é duro, ninguém sofre por amor, mas sim por carência, por idealização e expectativa. O amor é lindo. Eu gosto muito de uma frase: ‘Se não lhe der sossego, não é amor, é apego.’”

AMOR VERDADEIRO

Segundo Ítalo, faz parte da convivência o olhar para o outro, conversas, saber lidar com coisas boas e ruins no dia a dia e todos os detalhes que preenchem e satisfazem os envolvidos. “O amor real conta com altos e baixos. Apesar disso, se escolhe estar com a pessoa. Carência é uma inflamação do coração mostrando que há algo errado com você, é uma disfunção da nossa identidade”, comenta. 
 
“Tem pessoas que falam que são carentes e ciumentas, mas isso não é verdade. Na certidão de nascimento não diz que a pessoa é ciumenta: ‘olha que linda, nasceu com três quilos, 49 centímetros e ciumenta; isso não existe’. Esse traço ciumento é construído ao longo da vida e mostra que é necessário olhar para dentro. No final das contas, o grande segredo de tudo é o autoconhecimento. Buscar ajuda profissional, como terapia, é a recomendação.” 


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