ilustração do Lelis

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Por interesses diversos, a polarização. Paralelo a esse embate, outra afirmativa: ciência e espiritualidade caminham juntas.

Hoje, nas universidades, centros de pesquisa e consultórios, estudos e a prática avançam na direção da comunhão. 

O cardiologista e físico Sérgio Thiesen, de 68 anos, chama a atenção para o maior site de biomédica e saúde pública do mundo – o National Institute of Health (NIH), com base nos Estados Unidos.

No site estadunidense, pipocam papers de autores com mentes brilhantes de todos os lugares do planeta. Vale lembrar que os papers aqui se referem a um software para gerenciar bibliografias e referências escritas em ensaios e artigos.

Oração e espiritualidade

Thiesen conta que ao fazer uma busca a partir de palavras-chave no site NIH, se surpreendeu com os números, que vêm crescendo de forma acelerada, destaca o pesquisador.

Na pesquisa do médico e físico, a palavra oração liderou o ranking, com 70 mil artigos e ensaios. Espiritualidade, nada menos que 25 mil.

Compaixão,  34 mil; empatia, 30 mil; caridade, 12 mil, meditação, 8 mil, 3 mil mindfulness (atenção plena, termo comum para quem medita ou faz terapias cognitivas e comportamentais); e, por fim, o perdão, com 5 mil.

Leia mais: Rabino em BH explica as razões para acreditar em ciência e espiritualidade

Fogueira e desvalorização

Por que há controvérsias sobre os laços entre ciência e espiritualidade?

Thiesen faz uma longa explanação, embasada na história dos fatos. Porém, ficamos com apenas uma pista, haja vista a complexidade do assunto, que cabe estudo sistemático para quem se interessa.

“Galileu Galilei (astrônomo, pai da física experimental) só não foi queimado na fogueira da Inquisição porque tinha amigos católicos. Max Plank (física quântica) e Albert Einstein (teoria da relatividade) foram combatidos e desvalorizados em sua época”, pontua Thiesen.

Mas o que é a ciência? Há inúmeros conceitos, e escolhemos apenas um por sua simplicidade: exercício contínuo da razão, que ocupa doutos em academia e centros de pesquisa.

Ainda ousamos, por que não? A ciência vem também de sujeitos que têm um conhecimento acumulado.

E a espiritualidade? Sérgio Thiesen nos ajuda a buscar um conceito. “É o conjunto de valores morais, mentais e emocionais que norteiam pensamentos, comportamentos e atitudes nas circunstâncias da vida, de relacionamento intra e interpessoal”, define.

Essa reportagem revela que alguns encontram esse propósito de vida na religião. Outros podem buscá-lo com elas mesmas, na convivência com pessoas queridas, nas artes ou na natureza.

Independentemente das definições, o Estado de Minas/Portal UAI se propõe a contar boas histórias relativas ao tema.

Se servirem de reflexão e inspiração, terá alcançado o nosso objetivo.

Também para nos ajudar a destrinchar o tema, ouvimos um físico, graduado pela USP e especialista em neurociência, e Sérgio Thiesen.

Nessa estreia da sessão Ciência & Espiritualidade, a reportagem ouviu cinco religiosos – um padre, um pastor, um espírita, um rabino e um sheikh