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Estado de Minas ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

'Pai da soja', suspeito de financiar atos golpistas fica calado na CPMI

Empresário do ramo do agronegócio pediu ao STF para não comparecer ao depoimento, mas o ministro Dias Toffoli assegurou apenas o direito ao silêncio


03/10/2023 13:40 - atualizado 03/10/2023 13:53
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Argino Bedin na CPMI
Argino Bedin negou responder até se conhecia sua família (foto: Ed Alves/CB/DA.Press)

O empresário do ramo do agronegócio Argino Bedin decidiu ficar calado em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro. O ruralista teve o direito ao silêncio assegurado por habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa do bolsonarista pediu ao Supremo para não comparecer à CPMI, mas teve essa parte do habeas corpus negada. Com o silêncio assegurado, Bedin abriu mão dos 15 minutos iniciais, dos quais tem direito no início do depoimento. Quando a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) começou a fazer as perguntas sobre a relação do empresário com os atos do 8 de janeiro, contudo, o depoente informou que permaneceria em silêncio.

Lista de parentes

O bolsonarista se negou a responder até se conhecia alguns de seus familiares, como Roberta Bedin, filha do empresário; Sérgio Bedin e Ary Pedro Bedin, primos; e Nilson Bedin, sobrinho. Entretanto, o presidente da Comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), interferiu e ressaltou que a ordem judicial permite o silêncio apenas em questões que podem ser incriminadoras, o que não inclui se isentar de responder se conhece algumas pessoas. “Estão perguntando se o senhor conhece, ao que me parece, um parente do senhor. Se ficar calado, o senhor vai estar negando a resposta de uma situação óbvia, não tem nada que possa incriminá-lo em dizer se conhece um familiar”, esclareceu Maia.

Esses nomes dos quais Bedin se recusou a dizer se conhece estão em um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) citados como pessoas que teriam fornecido caminhões para manifestantes bloquearem rodovia, em ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Argino Bedin é suspeito de ser um dos financiadores dos atos golpistas. Após investigações apontarem que ao menos 15 dos caminhões que se deslocaram até Brasília e se instalaram próximo ao Quartel-General do Exército, na capital, pertenciam a uma das 12 empresas das quais o bolsonarista é sócio, o STF bloqueou as contas do empresário.

O “pai da soja” é dono de 13 fazendas em Sorriso, no Mato Grosso, região conhecida como a capital mundial do agronegócio e a maior produtora individual de soja do mundo. Essas terras somam 16 mil hectares de extensão e as atividades desempenhadas por Bedin renderam a ele e a sua família um patrimônio milionário. O empresário é apoiador de Bolsonaro, a quem ele jurou defender “até debaixo d’água”. Ele doou R$ 160 mil para a campanha de reeleição do ex-presidente, além de grandes quantias de dinheiro para o Partido Liberal (PL).

 


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