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Estado de Minas FORÇAS ARMADAS

Governo recua em PEC e militares não serão impedidos de assumir ministérios

Defesa e parlamentares fecham proposta de PEC para que militares que concorrerem sigam para a reserva, mas possibilidade de ocupar cargos civis continua


30/08/2023 22:56 - atualizado 30/08/2023 22:57
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Múcio deu pouca importância ao almoço que reuniu oficias da reserva no Clube Militar, no Rio de Janeiro
Múcio deu pouca importância ao almoço que reuniu oficias da reserva no Clube Militar, no Rio de Janeiro (foto: (José Cruz/Agência Brasil))
O ministro da Defesa, José Múcio, disse que o projeto que torna compulsória a transferência de militares para a reserva antes de disputar eleições é um tema pacificado no comando das três Forças. A declaração aconteceu ontem (29/8), na sede do ministério, após um encontro de Múcio com Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais; Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado; além dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Otto Alencar (PSD-BA).

A proposta de PEC deve ser protocolada por Wagner na semana seguinte ao 7 de Setembro e conter as regras para que militares sejam transferidos para a reserva no momento do registro de uma candidatura. Quem tiver o tempo de serviço necessário passará para a reserva remunerada, ressaltou Wagner.


Questionado se a proposta não impedia os militares de participar da política, Wagner contestou: "Se alguém faz uma opção de ir à vida política eleitoral, ele automaticamente vai para a reserva. É uma escolha, não está impedido (de se candidatar e atuar na política)", apontou o líder.


A medida faz parte da reiterada cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em despolitizar as Forças Armadas, em especial, após os ataques de 8 de janeiro. Na avaliação do governo, as forças foram contaminadas pelo bolsonarismo na gestão anterior, com mais de 6 mil militares ocupando cargos na Esplanada.

 

Mas a proposta negociada na Defesa recuou em relação à minuta que vinha sendo discutida e previa a transferência para a reserva também dos militares que assumissem cargos civis, como ministro, como aconteceu ao, à época, general da ativa e hoje deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), que comandou a pasta da Saúde na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o líder, a decisão foi deixar a PEC o mais restrita possível para facilitar a construção do consenso no parlamento. “A PEC apresentada pelos senadores se restringe às candidaturas eleitorais”, disse Wagner, que apontou que o diálogo com o ministro da Defesa colaborou para a alteração.


 “O diálogo sempre faz isso, a gente evolui na posição. Realmente, originalmente tinha a inclusão de ministros. Na evolução do diálogo, se percebeu que seria uma medida discriminatória, que não é um interesse nosso”, disse Wagner após a reunião.


“Um cargo político de convite, ninguém é ministro porque quer, é ministro porque é convidado, mas me parece ser de bom tom que se o presidente da República convidar um militar para um ministério, que ele se dirija ao ministro da Defesa para ouvir a avaliação dele sobre esse deslocamento”, completou o líder.


Apesar da proposta criar uma restrição aos militares, a iniciativa contou com o apoio dos comandantes das três forças em função do entendimento que a medida é necessária para manter a disciplina da caserna. Já a restrição da atuação em postos civis não convenceu os fardados. O senador Otto Alencar foi cauteloso ao comentar a politização das forças, que atribuiu a casos isolados.


“Foram casos isolados, eu não vou citar aqui, mas poderia citar nome por nome dos casos que aconteceram. Todo colegiado pode ter um ou outro caso, que venha a descumprir a legislação. Mas o grande contingente das Forças Armadas sempre se comportou corretamente. Como é um colegiado muito grande, pode ter um ou outro caso que, de maneira nenhuma, vai deslustrar a imagem das nossas Forças Armadas”, disse Alencar.


O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, falou rapidamente e se limitou em indicar que a PEC se restringia aos casos de candidaturas eleitorais e reforçou que o governo deve defender no parlamento a proposta que foi alinhada com a Defesa.


A proposta mais branda para a caserna é uma vitória dos esforços conciliadores do ministro José Múcio. Ele vem, desde a posse de Lula, sido contemporizador com os militares, na busca de uma saída negociada para a crise de confiança que se instaurou entre a caserna e o Planalto.


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