
As conversas do ex-procurador e ex-coordenador da força-tarefa de Curitiba foram compartilhadas por reportagem do UOL e obtidas em documentos da Operação Spoofing, que investiga mensagens trocadas entre autoridades da Lava-Jato obtidas por hackers, em caso que ficou conhecido como Vaza-Jato.
“É mais um dos desmandos da Lava-Jato, que feriu o Estado de direito e a democracia brasileira com o ex-juiz parcial no comando. E é claro que ele sabia desse acordão, pois, como já vimos, tudo era acertado com o russo. Quem bajula Moro e cia, contribuindo com o bolsonarismo, devia estar agora com muita vergonha”, ressaltou a petista.
De acordo com a denúncia do UOL, procuradores suíços e brasileiros conversaram por mais de três anos pelo Telegram, e as conversas não eram registradas oficialmente. Os diálogos aconteciam por causa do papel das autoridades europeias, na busca, confisco e detalhamento das contas usadas como destino das propinas investigadas na operação.
Dallagnol afirma que o sigilo era usado para preservar os interesses da investigação e da recuperação de ativos. “Assim como promover, na forma e tempo apropriado de acordo com a lei das sociedades anônimas, a divulgação de informações ao mercado”, disse.
As mensagens foram enviadas em 2016. Dois anos depois, a Petrobras fecharia um acordo com os EUA, aceitando pagar uma multa de US$ 853,2 milhões para não ser processada e encerrar o escândalo da Lava-Jato. O acordo garantiu que 80% do valor fosse recebido pelas autoridades brasileiras.
