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Estado de Minas COVID-19

Senadores da CPI da COVID celebram fim da emergência global

Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a COVID-19 não é mais Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii)


05/05/2023 19:20 - atualizado 05/05/2023 19:25

CPI da Covid
CPI da COVID foi o foco do brasileiro durante seis meses até o fim, em outubro de 2021, mas ainda não gerou nenhuma consequência prática (foto: Jefferson Rudy/Agência Senado - 18/6/21)
Com a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarando que a COVID-19 não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii), nível mais alto de alerta sanitário, nesta sexta-feira (5/5) a pandemia entra em uma nova fase. No Brasil, a gestão pública do coronavírus no momento mais crítico da crise foi marcada pela negligência, o que resultou em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que viria a dominar o debate público. 

O relatório final apresentado no dia 26 de outubro de 2021, de autoria do senador Renan Calheiros (MDB-AL), pedia o indiciamento de 80 pessoas por suspeita de irregularidades no enfrentamento do coronavírus. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encabeçou a lista, denunciado por nove crimes, seguido pelos ex-ministros da Saúde, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga. Os filhos de Bolsonaro Flávio, Eduardo e Carlos também foram acusados de incitação ao crime.

No momento em que a crise de saúde abranda, os membros da CPI que enfrentaram a gestão bolsonarista valorizam a ciência e criticam o negacionismo. O presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), destacado por conduzir os trabalhos com braço de ferro, afirmou que a declaração da OMS representa um momento histórico e de esperança.

“Essa conquista só foi possível graças aos esforços incansáveis da comunidade científica e dos profissionais de saúde. A ciência foi fundamental para chegarmos a esse momento”, disse o parlamentar, que também lamentou os mortos pela doença e destacou que muitas pessoas ainda sofrem as consequências da pandemia.

No Brasil, 701.494 pessoas já morreram em decorrência de complicações pela COVID-19. “Eu perdi meu irmão, mais novo do que eu, perdi amigos e sei que muitos brasileiros perderam alguma pessoa querida”, continuou Omar Aziz.

Nessa quinta-feira (4/5), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou que a Polícia Federal (PF) tenha acesso integral às provas da CPI da COVID. Ele acredita que o relatório pode auxiliar investigações sobre responsabilidades em mortes ou prática de corrupção durante a crise.

Vitória da vacina

Segundo dados do Ministério da Saúde, a campanha nacional de vacinação contra o coronavírus já distribuiu 585,6 milhões de doses de imunizante, levando cerca de 80% dos brasileiros com mais de seis meses de idade a completarem o esquema básico de duas doses contra a doença. Ao todo, 512 milhões de doses foram aplicadas.

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) valorizou a ciência e destacou que a pandemia foi uma batalha complexa. “São três anos de intenso combate à doença e aos negacionistas da ciência. Com a decretação, pela OMS, do fim da emergência sanitária da COVID-19, fica registrada nossa solidariedade pelas perdas. Torcemos pela responsabilização dos negligentes e esperamos que todos completem o ciclo vacinal”, disse.

O trabalho dos profissionais da saúde, que continuam como agentes fundamentais no combate ao coronavírus também foi lembrado. “É preciso destacar a coragem, a dedicação e a competência dos profissionais de saúde, que, nesses mais de mil dias de luta e enquanto nos protegíamos em casa, eles iam para o front cuidar de pessoas”, completou Eliziane.

Outro colega de CPI, o médico e senador Humberto Costa (PT-ES) classificou o momento como uma boa notícia. “Depois de pouco mais de três anos, a emergência internacional causada pela COVID-19 chega ao fim. Sem a vacina e a ciência, esse momento não seria possível. A pandemia matou milhões de pessoas em todo o mundo, mais de 700 mil apenas no Brasil”, ressaltou o petista.

Governo ressalta cautela

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou que o vírus continua circulando e contaminando os brasileiros - já foram 37,4 milhões de casos. “Por isso, a vacinação segue como ação fundamental. Precisamos da mobilização de todos para ampliar a cobertura vacinal e combater a desinformação, que questiona a segurança e a eficácia dos imunizantes”, defendeu Nísia.

De acordo com a OMS, a doença ainda merece atenção e um "comitê de revisão” para aconselhar países sobre as recomendações de gerenciamento de longo prazo da pandemia será convocado, devido ao risco de novas variantes que possam causar surtos. 

A ministra Nísia também lembrou os mortos e destacou que é preciso lembrar para evitar novas tragédias. “Jamais nos esqueceremos das vidas perdidas. Essa memória tem que nos alimentar na reparação da dor, porque precisamos fazer isso, mas, ao mesmo tempo, da união pelo futuro, para que novas tragédias como essa não se repitam”, completou.

Atualmente, o governo trabalha com o Movimento Nacional pela Vacinação, fazendo campanha para as vacinas bivalentes, destinada para todas as pessoas maiores de 18 anos com o esquema completo. Treze milhões de doses desse imunizante já foram aplicadas no Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também endossou a cautela e atribuiu, pelo menos, metade delas  gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Depois de `três anos, hoje finalmente podemos dizer que saímos da emergência sanitária pela COVID-19. Infelizmente, o Brasil passou da marca de 700 mil mortos pelo vírus. E acredito que ao menos metade das vidas poderia ter sido salva se não tivéssemos um governo negacionista”, disse o presidente.

“Apesar do fim do estado de emergência, a pandemia ainda não acabou. Tomem as doses de reforço e não deixem de ter o esquema vacinal sempre completo. E o governo federal irá incentivar saúde, ciência e pesquisa no nosso país. Irá atuar para preservar vidas”, completou.


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