
Parte das planilhas foram compartilhadas pelo blog da jornalista Andréia Sadi, pelo g1, e confirmado por investigadores da PF como partes do inquérito que corre sob sigilo. O material serviu para que Anderson Torres colocasse em curso uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que atrapalhasse a chegada dos eleitores petistas aos locais de votação.
Em Salvador, na Bahia, onde Anderson Torres teria feito uma visita a superintendência da PF por exemplo, onde Torres viajou às vésperas do segundo turno, Lula recebeu 67% dos votos (1.022.728), enquanto Bolsonaro 24% (367.452). Uma coluna da planilha detalha o número de pessoas que não votaram em Lula ou Bolsonaro, na capital Baiana foram 240.434 eleitores.
A viagem de Torres à Bahia também é investigada pela PF. Na justificativa oficial, o ex-ministro alegou que foi até a região discutir reforços nas equipes policiais para combater crimes eleitorais. De acordo com as investigações, ele solicitou ampliação de operações visando o transporte coletivo de eleitores.
No segundo turno das eleições, as abordagens da PRF, em ônibus, foram 70% maiores do que no primeiro turno. No entanto, o procedimento contra veículos de transporte de passageiros havia sido proibido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Por todo o Nordeste a movimentação da PRF chamou atenção do eleitorado de esquerda. Somente em Alagoas, 82 ônibus foram parados pelos policiais. Segundo o blog da jornalista da Globonewa Andréia Sadi, a defesa dos alvos quer usar as tabelas para alegar que o levantamento foi feito com ambos os candidatos.
