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Estado de Minas POVOS ORIGINÁRIOS

Yanomamis: Lula promete assistência médica e combate ao garimpo ilegal

Presidente da República prometeu apoio a indígenas acometidos por grave crise de saúde; desnutrição e malária preocupam


21/01/2023 15:50 - atualizado 23/01/2023 10:30

 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu, neste sábado (21/1), o envio de médicos e enfermeiros para dar assistência aos habitantes da Terra Indígena Yanomami, em Roraima (RR). Ele esteve em Boa Vista, capital do estado, para avaliar a situação dos habitantes da comunidade, que enfrentam crise humanitária por casos de desnutrição e malária e outras enfermidades, como infecções respiratórias. O petista assegurou, levar "muito a sério" o combate ao garimpo ilegal na área. Apesar da garantia, disse não poder detalhar as medidas a fim de barrar a exploração da terra.

Ontem, o governo federal havia anunciado a criação de um comitê para conter a emergência humanitária que se abate sobre os Yanomami. O Ministério da Saúde, por sua vez, decretou emergência sanitária de emergência nacional, que equipara a uma epidemia os problemas enfrentados pelos nativos. A ideia, assim, é agilizar as ações de saúde pública na região, que sofre com invasões de garimpeiros ilegais.

Segundo Lula, a ideia é criar um "plantão da saúde" nas aldeias. "Fica mais fácil a gente transportar 10 médicos do que 200 indígenas", disse.

 

Os dados foram revelados pelo portal de jornalismo baseado na Amazônia Sumaúma: 570 crianças Yanomami morreram nos últimos quatro anos por doenças que têm tratamento. A reportagem apontou que, durante o governo de Jair Bolsonaro, o número de mortes de crianças com menos de 5 anos por causas evitáveis aumentou 29% no território Yanomami.

 

Ver galeria . 16 Fotos A terra indígena Yanomami é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeirosMinistério da Saúde/Divulgação
A terra indígena Yanomami é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros (foto: Ministério da Saúde/Divulgação )
 


Equipes ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) estão nas terras dos Yanomami desde o início da semana. Integrante da comitiva que acompanhou Lula a Roraima, a ministra Nísia Trindade, da Saúde, afirmou que, a partir de segunda-feira (23), mais médicos e enfermeiros chegarão ao estado. A terra indígena Yanomami é a maior do país em termos territoriais.

Cerca de 30 mil nativos vivem nos arredores do local. A crise sanitária já vitimou 570 crianças.

De acordo com Lula, o governo vai dar apoio aos indígenas em outras áreas, como transporte, educação e alimentação. Ao tratar da exploração mineral, o presidente defendeu o uso responsável do solo.

"Mesmo que seja uma terra com autorização da Agência (Nacional de Mineração) para fazer pesquisa, eles (os garimpeiros) podem fazer pesquisas sem destruir a água, a floresta e sem colocar em risco a vida das pessoas que dependem da água para sobreviver".

"Herança" de Bolsonaro preocupa ministros 


Integrantes da comitiva que saiu de Brasília (DF) rumo a Boa Vista apontaram a desassistência dos Yanomamis em diversos aspectos sociais. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (Psol-SP), criticou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Precisamos responsabilizar a gestão anterior por ter permitido que essa situação se agravasse, ao ponto de chegar aqui e a gente encontrar adultos com peso de criança - e crianças em situação de pele e osso", protestou.

Embora tenha reconhecido a necessidade de enviar profissionais de saúde o mais rapidamente possível, Nísia Trindade pontuou a importância de melhorar a estrutura de saúde no interior das aldeias. "Precisamos melhorar as condições da casa de saúde indígena. Recebemos essa herança, estamos há vinte dias no governo, mas já vimos que teria de ser uma emergência. Vamos fazer um plano de trabalho conjunto dos ministérios".

O tom crítico a Bolsonaro foi corroborado pelo presidente da República. "É desumano o que vi aqui. O presidente que deixou a presidência esses dias, se, em vez de fazer tanta motociata, tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está", lamentou.


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