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Estado de Minas DISCURSO

Novo comandante do Exército pregou respeito a resultado das urnas

Três dias antes de ser escolhido para o posto, Tomás Miguel Ribeiro Paiva disse que militares vão 'cumprir a missão' independentemente do governo em vigor


21/01/2023 15:29 - atualizado 21/01/2023 15:30



O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, novo comandante do Exército Brasileiro, fez, nesta semana, um discurso sobre a necessidade de respeitar o resultado das urnas eleitorais. Ex-comandante militar do Sudeste, Paiva vai substituir o general Júlio César de Arruda, demitido neste sábado (21/1) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com o portal "G1".

O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, novo comandante do Exército Brasileiro
General Tomás Paiva (foto) vai comandar as tropas do Exército Brasileiro (foto: Divulgação/Exército)
"Quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É isso que se faz. Essa é a convicção que a gente tem que ter. Mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta. Nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de Estado. Instituição que respeita os valores da pátria, como de Estado", disse Paiva, na quarta-feira (18), em São Paulo (SP).

O discurso do general ocorreu durante cerimônia para homenagear militares mortos no Haiti, em 2010, durante um terremoto. À época, forças de segurança estavam no país caribenho por serem componentes da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah).

"Ser militar é isso. É ser profissional. É respeitar a hierarquia e disciplina. É ser coeso. É ser íntegro. É ter espírito de corpo. É defender a pátria. É ser uma instituição de Estado. Apolítica, apartidária. Não interessa quem está no comando: a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar. É não ter corrente", afirmou o agora escolhido para comandar o Exército.

Durante a fala, o general afirma que o respeito às premissas do Exército não anula a cidadania exercida individualmente por cada um dos militares. As palavras foram dadas em meio a apelos inconstitucionais de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma intervenção militar contra o recém-iniciado governo Lula.

"Isso não significa que o cara não seja um cidadão. Que o cara não possa exercer o seu direito, ter a sua opinião. Ele pode ter, mas ele não pode manifestar. Ele pode ouvir muita coisa, muita gente falando que ele faça isso, faça aquilo, mas ele faz o que é correto. Mesmo que o correto seja impopular. Porque a democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e, também, é o regime do povo, alternância do poder. É o voto", completou.

 

 

Histórico


Comandante das tropas do Sudeste desde julho de 2019, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva se formou oficial em 1981. Foi subcomandante do Batalhão de Infantaria uma das missões de paz enviadas ao Haiti e liderou, também, uma Força de Pacificação que ocupou os Complexos da Penha e do Alemão, em 2012. Foi, ainda, ajudante de ordens do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).

Arruda, o agora ex-comandante, chegou a dizer ao Ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), que funcionários enviados pelo governo federal não prenderiam golpistas acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília (DF). O caso, ocorrido no dia 8 de janeiro, data do movimento radical que invadiu prédios dos três Poderes, foi revelado pelo jornal "The Washington Post".


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