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Estado de Minas ATAQUE À DEMOCRACIA

Betim: deputada pede investigação sobre ida de vereador a ato golpista

Para Beatriz Cerqueira, há indícios de que Gilson da Autoescola (Cidadania) violou decoro parlamentar ao participar da invasão ao Congresso Nacional


10/01/2023 17:45 - atualizado 10/01/2023 17:53
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A deputada estadual mineira Beatriz Cerqueira (PT) pediu, nesta terça-feira (10/1), que a Câmara Municipal de Betim, na Grande Belo Horizonte, apure possível quebra de decoro por parte do vereador Gilson de Souza Carvalho, o Gilson da Autoescola (Cidadania). O parlamentar publicou, nas redes sociais, vídeos em meio aos golpistas que invadiram prédios dos Três Poderes da República no domingo, em Brasília (DF).

Ontem, a Câmara de Betim já havia anunciado que a conduta de Gilson seria apurada pela Comissão de Ética, Decoro Parlamentar e Estudos Legislativos da Casa. Hoje, Beatriz Cerqueira reforçou a ideia e enviou pedido de investigação ao comitê. Na visão da petista, há indícios de que Gilson violou o decoro parlamentar.

Segundo Beatriz, os participantes da invasão aos prédios públicos cometeram crimes de vandalismo e associação criminosa. "Os referidos atos terroristas se deram de maneira organizada dentre todos os que se encontravam na Praça dos Três Poderes, em Brasília, resultando em efetivos danos ao patrimônio público", protesta.

A parlamentar se ampara em um trecho da Lei Orgânica de Betim. Um dos artigos do texto aponta que um vereador perderá o mandato se "proceder de modo incompatível com a dignidade da Câmara ou faltar com o decoro na sua conduta pública".

Para Beatriz, a participação de Gilson no movimento radical que tomou o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) conflita com a responsabilidade inerente ao mandato de vereador.

"É necessário que seja apurado o fato e investigada eventual responsabilidade do vereador na quebra de decoro parlamentar por ato que afeta a dignidade da investidura de seu cargo, vez que os ataques terroristas ocorridos são contrários ao regime democrático de direito, ao Poder Legislativo que esta Casa integra, à Constituição e ao próprio mandato popular outorgado pelos cidadãos betinenses ao parlamentar", defende.

Ontem, a vereadora já havia pedido a exoneração de Janir Alves Soares, reitor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Nas redes, o dirigente fez postagens simpáticas ao movimento golpista. O Ministério da Educação (MEC) vai abrir uma sindicância.

'Não participo de nenhuma atitude contra a democracia', diz vereador

Gilson da Autoescola ocupa um dos 23 assentos da Câmara de Betim desde 2017. Nas redes sociais dele, não há mais nenhum registro de participação do movimento que terminou em vandalismo. O parlamentar substituiu o conteúdo por uma publicação em que nega compactuar com gestos de violência.

"Saí da minha casa na companhia dos meus dois filhos na expectativa de participar de um ato pacífico e democratico. Mas nada disso aconteceu. Não aprovo e nem participo de nenhuma atitude contra a democracia. O protesto é legitimo e democrático; quebradeira e violência, não", pontua.

Ontem, o presidente do Legislativo betinense, Léo Contador (União Brasil), emitiu nota para repudiar a postura do colega.

"A Câmara Municipal de Betim informa que é veementemente contra todo e qualquer ato de vandalismo ou antidemocracia. As manifestações de violência registradas em Brasília neste fim de semana são inadmissíveis. Sobre a presença do vereador Gilson da Autoescola (Cidadania), a Câmara Municipal de Betim informa que o ocorrido será encaminhado para a Comissão Permanente de Ética, Decoro Parlamentar e Estudos Legislativos", lê-se no comunicado.


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