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Estado de Minas ELEIÇÕES 2022

Bruno Miranda: 'Temos que brigar contra a fome, a miséria e a intolerância'

Candidato do PDT ao Senado, vereador de Belo Horizonte defende projeto de renda básica encampado por Ciro Gomes e quer atuar em prol da atração de investimentos


24/08/2022 06:00 - atualizado 23/08/2022 18:52

Bruno Miranda, vereador de BH pelo PDT e candidato ao Senado
Bruno Miranda (foto) é o palanque de Ciro Gomes em Minas Gerais (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 23/8/22)
Candidato do PDT ao Senado Federal, Bruno Miranda se ampara no alinhamento ao projeto nacional apresentado pelo presidenciável Ciro Gomes, seu correligionário. Vereador de Belo Horizonte, Miranda é líder do governo de Fuad Noman (PSD) na Câmara Municipal, mas, no mês passado, instado pelos pedetistas mineiros, passou a articular sua participação neste ano.

Ontem, durante sabatina no "EM Entrevista", podcast de Política do Estado de Minas, Miranda reconheceu a missão de dar palanque a Ciro, mas defende propostas como a renda básica de R$ 1 mil por família e a educação em tempo integral.

"Em um país com tanta desigualdade, onde a fome voltou, não temos que brigar por conta do radicalismo de 'A' ou 'B'. Temos que brigar contra a fome, a miséria e a intolerância", disse.

Filiado ao PDT desde os 16 anos, Miranda é seguidor das ideias de Leonel Brizola e prega o diálogo, líder do trabalhismo brasileiro.

"Não acho que gritaria resolve o problema de ninguém. Sou do estado de Tancredo (Neves), Itamar Franco e Juscelino Kubitschek", afirmou.

Em Minas, os pedetistas apoiam a candidatura de Marcus Pestana (PSDB) ao governo.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista, cuja íntegra está disponível no canal do Portal Uai no YouTube:



Ciro e Pestana ainda não conseguiram decolar nas pesquisas. O que leva o senhor a acreditar que será possível chegar ao Senado?
A eleição, de fato, vai começar agora, com o programa eleitoral e as ruas tomadas por cartazes e bandeiras. As pessoas vão começar a escolher seus candidatos. Temos dois pólos muito fortes no Brasil - Lula e Bolsonaro -, e muitos tendem a achar que só temos essas opções. Agora, as pessoas vão poder perceber que Ciro fará esse enfrentamento não só no programa eleitoral, mas na mídia tradicional e nos debates - Pestana, da mesma forma.

Para o Senado, o cenário está muito aberto. Em todas as pesquisas, a grande maioria da população nem imagina em quem vai votar para senador. Há pesquisas que mostram que o voto para o Senado é definido, pela maioria das pessoas, nas últimas 48 ou 72 horas. Vamos aproveitar a campanha para fazer com que possam me conhecer.

Se eleito, o senhor pretende priorizar a busca por recursos para Minas Gerais ou a apresentação de projetos de lei?
A gente precisa fazer as duas coisas. O senador representa um dos estados da federação. É muito importante buscar recursos, pois precisamos de dinheiro para fazer obras estruturantes em Minas, mas como não entrar em pautas importantes e não fazer o debate político sobre pautas que acreditamos? Temos algumas ideias em relação à tributação de produtos destinados à mulher, que são majorados por impostos federais. Os absorventes têm imposto maior do que um "gilete" masculino. É inadmissível. Por que não fazer esse debate? Fala-se muito, hoje, em dignidade menstrual e em saúde menstrual.

O que Minas mais precisa, em sua visão? O que se compromete a fazer para ajudar?
Minas é uma potência, e cada região tem sua potencialidade de produção e desenvolvimento. O estado precisa recuperar o protagonismo do ponto de vista do crescimento industrial - sustentável, é claro. Ciro traz isso em seu livro, que tem metas e diretrizes para o Brasil, e Heringer fez isso com o Projeto Mineiro de Desenvolvimento Sustentável.

São pontos que precisamos trabalhar para que Minas volte a crescer e gerar empregos de qualidade. O emprego na indústria é de maior valor agregado, e há empregos gerados no entorno de uma indústria. Existe um círculo vicioso quando uma indústria se coloca em uma região, pois os empregos indiretos fazem toda a diferença. Para atrair investimentos, é preciso ter infraestrutura e educação de qualidade. São fatores de escolha de um investidor.
A candidatura do senhor surgiu quando outras peças, como Alexandre Silveira (PSD), Cleitinho (PSC) e Marcelo Aro (PP), já estavam com articulações mais avançadas. Como lida com o fato de ter largado atrás na disputa?
O importante não é a largada, e sim a chegada. Temos todas as condições de chegar à frente (dos demais), porque temos história concreta para mostrar, com realizações. Prestamos bom serviço. Vejo as outras candidaturas com muito respeito, e tem de ser assim.

Não acho que gritaria resolve o problema de ninguém. Sou do estado de Tancredo (Neves), Itamar Franco e Juscelino Kubitschek. Esse pessoal construiu Minas fazendo política dialogando. Democracia dá trabalho demais. Estou no Parlamento e sei muito bem: às vezes, um polo pensa de uma forma, mas outro, de outra. Se a gente não se sentar à exaustão para chegar a um denominador comum e tentar chegar aos entendimentos, não avançamos. Mas dá trabalho. Com esse perfil, me coloco à disposição dos mineiros.



Ciro Gomes tem defendido renda mínima de R$ 1 mil a todas as famílias. O senhor é favorável a um programa de transferência de renda? Sob quais bases?
Vou lutar por isso. Em um país com tanta desigualdade, onde a fome voltou, não temos que brigar por conta do radicalismo de 'A' ou 'B'. Temos que brigar contra a fome, a miséria e a intolerância. Ciro apresenta os caminhos, inclusive, de aumento de receita para viabilizar o investimento nos mais pobres. Não podemos admitir, em um país que produz tanto alimento, gente passando fome.

Mas há espaço no orçamento para um programa como esse?
Quando há um presidente que tem um entendimento sobre a importância da renda básica mínima, a gente consegue viabilizar ajustes no orçamento para isso. Ciro, inclusive, fala no aumento da receita com a tributação de grandes fortunas. Mas, quando há um presidente que coloca isso em segundo plano, o trabalho no Senado fica dificultado.

Quais serão as prioridades de seu eventual mandato no Senado?
As prioridades passam pelo combate à fome, pela renda básica e pela educação de tempo integral, bandeira do meu partido. Sou brizolista, e não há como falar de Brizola sem falar de educação em tempo integral. É a única ferramenta que vai tirar nossa juventude das drogas. Falei a Pestana que um pedido da militância do PDT é colocar a escola em tempo integral no centro do plano de governo. A escola, no horário regular, tem uma grade estabelecida pela Lei de Diretrizes Básicas (LDB). No contraturno, pode-se inserir o ensino profissionalizante, mas música, esporte e lazer são fundamentais.


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