
A tratativa para a aprovação foi marcada por uma discussão acalorada entre os parlamentares governistas e a oposição. Petrone acusou os deputados, sem citar nomes, de estarem a mando dos milicianos. “Não é possível que tenha tanta desumanidade na fala de quem acha natural esse tipo de atitude. Espero que essa comissão esteja a serviço do povo e não da lógica de enxugar sangue”, declarou.
A base aliada a Jair Bolsonaro (PL) alegou que não precisaria ser feita uma convocação, porque o ministro aceitaria ir até a comissão se fosse convidado. Na prática, o argumento é uma tentativa de não desgastar a imagem do governo, que é candidato à reeleição.
O líder da Frente Parlamentar Evangélica, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), saiu rapidamente da reunião para levar um pedido de retirada de convocação ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Enquanto isso, deputados da oposição, como o líder do PSB, Bira do Pindaré (MA), defendem a ideia de que a convocação serviria de defesa para a própria instituição da polícia. “Crimes praticados por agentes do Estado são mais impactantes. Eles devem dar o exemplo. É estranho se não fizermos nada a respeito”, disse ao Correio.
De acordo com ele, o ministro foi convocado para explicar também sobre o motivo da retirada das disciplinas de direitos humanos da grade curricular de formação da PRF e sobre como está sendo o treinamento dos policiais. Além de ouvir o ministro sobre providências e estratégias para prevenir crimes como o cometido a Genivaldo, os parlamentares querem entender como podem auxiliar no tema dentro do Congresso.
