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Estado de Minas ELEIÇÕES

Lula chega a BH em meio a impasse sobre apoio do PT a Kalil

Embora viagem sirva para 'reforçar' lançamento de pré-candidatura ao Planalto, líder petista precisará lidar com incertezas sobre palanque do partido em Minas


09/05/2022 04:00 - atualizado 08/05/2022 22:43

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante o lançamento de sua campanha para as eleições presidenciais de outubro em São Paulo, Brasil, em 7 de maio de 2022
O ex-presidente Lula visita Minas a partir desta segunda (9/5), com agenda em BH e outras cidades (foto: Nelson Almeida/AFP)

A cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) em Minas Gerais espera o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva para um tour estadual que começa hoje (9/5), em Belo Horizonte. A agenda do ex-presidente da República continuará até quarta-feira, em meio a impasses sobre a formação do palanque petista em solo mineiro. Lula já tornou público o desejo de apoiar Alexandre Kalil (PSD) na disputa pelo governo, mas a costura esbarra no Senado, campo de batalha do pessedista Alexandre Silveira e do petista Reginaldo Lopes.

Um dos compromissos de Lula no estado, aliás, é participar do lançamento da pré-candidatura de Reginaldo a senador. Líder do PT na Câmara dos Deputados, ele tem atuado como principal emissário lulista em Minas.

Em BH, além de prestigiar o correligionário Reginaldo, o ex-presidente vai “relançar” sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, oficializada em evento no sábado, em São Paulo. A ideia do PT é reforçar nos estados o retorno de Lula à disputa presidencial. O evento, batizado “Lula abraça Minas”, está previsto para começar às 17h, no Expominas, na Gameleira.

Nesta terça (10/5), o líder petista vai a Contagem, município governado por Marília Campos, companheira de sigla. O ato ocorrerá durante a manhã, em um shopping automotivo. Depois, a comitiva segue para Juiz de Fora, da prefeita Margarida Salomão, outro quadro histórico do PT mineiro.



Segundo a direção petista, não estão previstos encontros entre Lula e Kalil durante a incursão do ex-presidente. Como já mostrou o Estado de Minas, eles se falam, sobretudo, por meio de interlocutores, embora há duas semanas tenham conversado durante ligação telefônica viabilizada por Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.

Deputado estadual e presidente do PT em Minas Gerais, Cristiano Silveira celebra o destino escolhido por Lula para a primeira viagem após entrar, de fato, na contenda nacional. “O estado, sendo o primeiro [a ser visitado] após o lançamento oficial, mostra o carinho que ele tem por Minas Gerais. E, também, o reconhecimento da importância do estado como segundo maior colégio eleitoral e síntese do Brasil”, diz.

Relevância mineira

A ideia do PT é montar um palanque capaz de garantir o triunfo de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL) em Minas. “Na cultura política, quem ganha em Minas, vence no Brasil. É difícil vencer no Brasil sem ganhar em Minas. O presidente combina duas coisas: o carinho e o afeto pelo estado e a importância de Minas na política brasileira”, afirma Cristiano.

Embora Kalil ainda esteja no radar, interlocutores ligados ao partido aventaram ao Estado de Minas a possibilidade de apoio a uma eventual candidatura de Dinis Pinheiro (Solidariedade) ao governo. A união ao ex-presidente da Assembleia Legislativa, postulante ao Senado em 2018, ocorreria com as bênçãos de Lula. O ex-deputado estadual e Reginaldo Lopes chegaram a se reunir na semana passada.

Alianças da chapa

No plano nacional, o Solidariedade está no arco de alianças da chapa lulista, o que facilitaria eventual composição. Dinis, por sua vez, é tido como o principal quadro da agremiação de Paulinho da Força no estado. Apesar de haver quem mostre simpatia à ideia, outros petistas consultados pela reportagem não acreditam que composição do tipo tenha chances de vingar, há quem interprete o movimento como uma espécie de pressão aos pessedistas.

No PSD, por sua vez, ainda há impasses claros. Segundo apurou o EM, Alexandre Silveira garantiu a aliados que teria a palavra de Lula de que Reginaldo não seria candidato ao Senado. Na última quinta, em BH, o substituto de Antonio Anastasia no Congresso Nacional lembrou que os deputados federais da sigla em Minas desejam apoiar Bolsonaro.

 “Há 60 dias ouço o PT falando do PSD, mas não vi ninguém do PSD tratando com o PT sobre uma coligação. Para ficar claro à sociedade: priorizamos o crescimento interno partidário. E só definiremos agora com quem caminharemos — e de que forma”, pontuou.

Lula e Kalil

Para viabilizar o apoio a Kalil, uma das possibilidades cogitadas pelo PT é dar apoio informal ao pré-candidato ao governo. Assim, seria possível, por exemplo, manter Reginaldo na disputa pelo Senado. A união com o ex-prefeito de Belo Horizonte é encampada por líderes do partido. Na sexta, em Varginha, no Sul de Minas, ele esteve ao lado do deputado estadual petista Ulysses Gomes. Professor Cleiton, do PV, outra sigla da federação à esquerda, também compôs o grupo.

No mês passado, o pessedista esteve rodeado por deputados petistas durante um evento em Pirapora, no Norte mineiro. “Lula e Kalil, já tiveram conversas e estão bem adiantados. Vamos trabalhar por Kalil governador e Lula presidente”, assinalou, na ocasião, o parlamentar federal Paulo Guedes.

Na sexta, circularam informações de que Lula teria cancelado as agendas em Minas. A equipe dele, porém, logo foi às redes sociais marcar presença. “Pode preparar o pão de queijo porque semana que vem tem Lula em Minas Gerais”. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também confirmou a visita. “Não acreditem em boatos e notícia falsa. Nesta segunda, estaremos aí com Lula para conversar com os mineiros e as mineiras”.


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