
"A população de Belo Horizonte, mais uma vez, foi prejudicada por uma questão política contra Alexandre Kalil", disse o prefeito.
Ao protestar contra a decisão de Nely, Kalil mencionou o veto, dado em março do ano passado, à autorização para a captação de empréstimo de R$ 907 milhões para conter enchentes no entorno da Avenida Vilarinho, em Venda Nova. O dinheiro serviria, também, para urbanizar ocupações da região, como os assentamentos Izidora e Rosa Leão.
"Venha em cima de mim. Já bateram na população do Izidora. Já bateram na população de Venda Nova. E, agora, estão batendo em 1 milhão de pessoas que dependem do transporte público por dia", disparou.
O texto barrado nesta terça propunha rebaixar, de R$ 4,50 para R$ 4,30, o custo pago pelos usuários dos ônibus comuns de BH. A reboque, viriam, ainda, a diminuição das passagens dos outros modelos de coletivo. Para bancar o corte, a prefeitura planejou arcar com 10% das gratuidades do sistema. Para este ano, a ideia era utilizar cerca de R$ 156 milhões.
Em fevereiro, a Câmara impôs outra derrota a Kalil quando a Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) da Casa vetou a concessão de vales-transporte sociais. "Nunca fiz nada com ela. Hoje é, inclusive, a primeira vez que estou citando o nome dela", afirmou o pessedista, novamente ao mencionar a vereadora.
Prefeitura vai reenviar projeto sobre passagens
Kalil garantiu que vai remeter novamente o texto para baixar em R$ 0,20 as passagens. O repasse de dinheiro público para bancar parte das gratuidades é visto como essencial para impedir que a passagem suba a R$ 5,75, como pleitearam as concessionárias de ônibus.
"Vamos, cada um assumir suas gracinhas midiáticas. Serve para ela e para a 'trupezinha' que anda em volta dela. O brinquedo, aqui, acabou", assinalou. O prefeito chegou a apontar motivações políticas na postura de Nely, a quem acusou de tentar se cacifar para ser candidata a vice-governadora na chapa de Romeu Zema (Novo).
Procurada pela reportagem, Nely afirmou não ter tido acesso à integra da fala de Kalil, mas protestou "Caso o prefeito, assim como já fez anteriormente, cometa crimes contra a honra de membros da Câmara Municipal ou crimes de violência política, será acionado judicialmente por isso".