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Estado de Minas SENADO FEDERAL

CPI terá Barros, caso Davati e kit COVID nesta semana; veja o cronograma

Próxima série de depoimentos começa na terça, com militar citado por Dominghetti; líder de Bolsonaro e presidente de farmacêutica também vão ser ouvidos


08/08/2021 14:10 - atualizado 08/08/2021 14:45

Depoimento de Ricardo Barros, líder de Bolsonaro na Câmara, é um dos mais aguardados por integrantes da CPI da COVID
Depoimento de Ricardo Barros, líder de Bolsonaro na Câmara, é um dos mais aguardados por integrantes da CPI da COVID (foto: Evaristo Sá/AFP)
Os senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19 se preparam para tomar, nesta semana, o depoimento do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara. Ele será ouvido na próxima quinta-feira (12/8). O também parlamentar Luis Miranda (DEM-DF) disse que o presidente da República aventou a possibilidade de Barros estar envolvido nas supostas irregularidades em torno da compra da vacina Covaxin. As ofertas de imunizantes vindas da intermediária Davati e a venda de remédios para o ineficaz "kit COVID" também vão pautar as próximas sessões.

Ricardo Barros foi ministro da Saúde durante a gestão de Michel Temer (MDB). Em junho, quando foi ao Senado Federal discorrer sobre as possíveis ilicitudes nos tratos para a aquisição da Covaxin, Luis Miranda revelou ter alertado Bolsonaro sobre as suspeitas. Segundo ele, foi na conversa a respeito do tema que o nome do deputado pelo Paraná surgiu. O irmão de Miranda, Luis Ricardo, é servidor de carreira da Saúde.

O pedido para convocar Barros partiu de Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Originalmente, a ideia era ouvi-lo antes do recesso parlamentar de julho. Os adiamentos do depoimento geraram a irritação do líder de Bolsonaro na Câmara, que chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). Ele teve os sigilos telefônico, bancário, fiscal e telemático quebrados na semana passada.

Barros garante não ter conhecimento das suspeitas levantadas sobre o contrato para a compra da vacina indiana. "Todas as pessoas ouvidas na CPI negaram meu envolvimento nas negociações da Covaxin. Meu depoimento na quinta irá confirmar isso", sustenta.

Luis Miranda citou o nome do deputado progressista após muita insistência de senadores. Ele já havia dito que um parlamentar fora mencionado por Bolsonaro na conversa sobre a Covaxin, mas alegava não se recordar de quem se tratava.

"O presidente entendeu a gravidade. Olhando os meus olhos, ele falou: 'Isso é grave'. Não me recordo do nome do parlamentar, mas ele até citou um nome para mim, dizendo: 'Isso é coisa de fulano'. E falou: 'Vou acionar o Diretor-Geral da Polícia Federal, porque, de fato, Luis, isso é muito grave", relatou, aos senadores

A menção nominal só veio após apelo de Simone Tebet (MDB-MS). "Eu sei o que vai acontecer comigo. A senhora [Tebet] também sabe que é o Ricardo Barros que o presidente falou".

Caso Davati: coronel da reserva vai depor

As oitivas desta semana começam na terça-feira (10/8), com o coronel Helcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil, uma organização não-governamental (ONG). O militar da reserva foi apontado por representantes da Davati como o responsável por articular encontro entre emissários da empresa e interlocutores do Ministério da Saúde.

O cabo da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Luiz Paulo Dominghetti, ligado à Davati, foi quem denunciou suposto pedido de propina de US$ 1 por cada uma das 400 milhões de doses da AstraZeneca oferecidas pela empresa ao governo brasileiro. A conversa com figuras do Ministério da Saúde teria ocorrido em 12 de março deste ano, com a participação do reverendo Amilton Gomes, que prestou esclarecimentos à CPI na semana passada.

"Os representantes da Davati afirmaram ter recebido um contato de Helcio no final de janeiro, junto com o reverendo Amilton, se oferecendo para facilitar o acesso do grupo ao Ministério da Saúde. Este relato diverge com declarações do coronel Helcio à imprensa, nas quais ele afirma que foi procurado pela Davati dois dias antes da reunião no ministério, e só então se ofereceu para levá-los ao encontro", diz o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que solicitou a convocação do militar.

Kit COVID na mira

Na quarta (11/8), entre os depoimentos de Helcio Bruno e Ricardo Barros, o foco estará no chamado "kit COVID", coquetel de medicamentos sem eficácia comprovada para tratar a doença. O presidente da Vitamedic Indústria Farmacêutica, Jailton Batista, vai falar aos parlamentares sobre a venda dos compostos.

A farmacêutica é fabricante do vermífugo ivermectina, uma das apostas de Bolsonaro para combater a infecção, ainda que não haja aval científico à utilização do remédio. Originalmente, o requerimento apresentado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), solicitava o comparecimento de José Alves Filho, também representante da Vitamedic. O laboratório, contudo, pediu a substituição dele por Jailton.

Cronograma da CPI - 10 a 12 de agosto

  • 10/8 - Helcio Bruno de Almeida, coronel da reserva
Palavras-chave: Davati, Covaxin, Dominghetti, reverendo Amilton, Elcio Franco, suposto pedido de propina
  • 11/8 - Jailton Batista, presidente da Vitamedic
Palavras-chave: ivermectina, kit COVID, tratamento precoce

  • 12/8 - Ricardo Barros (PP-PR), líder de Bolsonaro na Câmara

Palavras-chave: Luís Miranda, Covaxin, Bolsonaro, supostas irregularidades em contrato

 

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.

Leia também: Entenda como funciona uma CPI


O que a CPI da COVID investiga?

 


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