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Estado de Minas COVID-19

Após 14 dias internado com COVID-19, ex-prefeito de Mariana tem alta; veja

Ex-prefeito se despede de equipe médica da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto após ficar em UTI


05/01/2021 19:42 - atualizado 05/01/2021 20:39

"Têm pessoas que ainda não entendem a gravidade do momento ´porque não vivenciaram isso tão de perto. Cheguei a acreditar que não estaria vivo pra contar essa história" (foto: Foto: Reprodução/Facebook)
“Só quem vivencia a parte mais difícil da COVID-19 para entender o que é ver a morte de perto”. Foi essa constatação que o ex-prefeito de Mariana, Região Central de Minas Gerais, Duarte Júnior, fez após passar 14 dias internado, sendo 11 deles, na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto.
 
 Um vídeo postado nas redes sociais do ex-prefeito mostra a saída do ex-prefeito nesta terça-feira (04/01).


 
Em entrevista ao Estado de Minas, Duarte Júnior, ainda em recuperação, conta como foi enfrentar uma doença sem nunca ter tido nenhum problema de saúde anteriormente, aos 40 anos.
 
A primeira internação de Duarte Júnior foi no dia 23 de dezembro, no Hospital Monsenhor Horta, em Mariana, após sentir sintomas leves da doença. "Os meus exames iniciais não testaram positivo para  COVID-19 e a doença foi encontrada pelo médico após o a tomografia quando percebeu 25% dos pulmões comprometidos”.
 
O salto dos 25% para 75% foi em três dias e Duarte teve que ser transferido para a UTI da Santa Casa de Ouro Preto. 
 
“Quando já estava com mais de 75% dos pulmões comprometidos eu cheguei a conversar com a minha esposa sobre as contas que estavam para pagar, os cuidados com a família e filhos. O crescimento da proporção foi tão grande e rápido, de 25% para 75% de comprometimento que não imaginava mais voltar e cheguei a pensar no pior”.
 
Desde março de 2020, Duarte Júnior, então prefeito de Mariana, acompanhou o crescimento da COVID-19 na cidade, mas segundo ele vivenciar a doença marcou os últimos dias do mandato. 
 
“Têm pessoas que  ainda não entendem a gravidade do momento ´porque não vivenciaram isso tão de perto.  Às vezes chegamos no número de 200 mil mortes de 2 milhões infectados, mas a proporção ainda não chegou dentro da casa de cada um e não conseguimos dimensionar o tamanho da tragédia dentro das famílias que estão vivendo a COVID-19. Cheguei a acreditar que não estaria vivo pra contar essa história”. 
 
Duarte relata que o tratamento feito pelo SUS na Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto é igualitário. “As pessoas estavam sendo tratadas pela equipe médica na UTI da mesma forma e cuidado. Não era porque eu estava ainda no cargo de prefeito que tive um atendimento privilegiado, todos estavam sendo atendidos da mesma forma. A Santa Casa de Ouro Preto foi uma surpresa muito agradável de perceber o tamanho do comprometimento e preparo dos profissionais” lembra.
 

Mandato tumultuado do início ao fim

 
Por ter sido vice-prefeito, Duarte Júnior assumiu a cadeira do Executivo de Mariana, em 2015, após cassação do mandato do prefeito Celso Cota. De lá para cá, o prefeito viu a barragem de Bento Rodrigues  ser rompida e a cidade viver até hoje os efeitos da lama. Depois veio a COVID-19 no final do mandato.
 
“Pra mim foi assim, algo muito surreal, comecei o meu mandato com uma cassação, depois veio a tragédia da barragem de Bento Rodrigues que assolou a nossa história de uma forma incalculável, e no final peguei a COVID-19. Agora deixei o mandato sem nem saber o que estava acontecendo porque foram dias que eu não tive controle de nada de ações e emoções, não estava mais sob domínio das minhas razões. Não esperava a forma que iniciou e não esperava a forma que terminou, não vi o final da minha gestão”.
 
Com a nova gestão da cidade sob o comando do irmão, Juliano Duarte, como prefeito interino, foi anunciada a intenção de comprar 60 mil doses da vacina contra a COVID-19. Duarte Júnior percebe que só o comprometimento da população vai amenizar os estragos que a doença tem feito no país. 
 
“A vacina a gente percebe que está perto de chegar, mas não será de uma vez todo mundo vacinado. Se a gente tiver 15 milhões de vacinados por mês, em um ano, a gente não vacinou nem a metade da população brasileira. Então, estamos longe da realidade de falar que iremos superar a COVID-19, apenas estamos dando um passo com a vacina. Por isso, ainda precisamos de um comprometimento total de nós brasileiros, senão, ainda veremos muitas famílias chorando pelos seus mortos”. 


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