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Estado de Minas ELEIÇÕES 2020

Em áudio, médico da Prefeitura de Sete Lagoas orienta colegas a pressionar empregados domésticos a votar no atual prefeito

"Se não tiver condições, não vou te empregar mais", diz Caio Márcio Dutra. Cirurgião afirmou que fala foi retirada de contexto e que foi dita em um grupo de funcionários da Saúde, relembrando atrasos salariais vividos pelos servidores no passado


11/11/2020 19:57 - atualizado 12/11/2020 12:03

Médico afirma que servidores precisam ser incisivos com seus funcionários, alertando sobre prejuízos com mudança de governo(foto: PMSL/Divulgação)
Médico afirma que servidores precisam ser incisivos com seus funcionários, alertando sobre prejuízos com mudança de governo (foto: PMSL/Divulgação)
A quatro dias das eleições municipais, um áudio de um servidor da Prefeitura de Sete Lagoas, o médico cirurgião Caio Márcio Dutra, anda circulando pelas redes e, nele, o cirurgião sugere a colegas que alertem seus funcionários sobre os perigos de uma mudança no governo municipal, orientando-os a votar no atual prefeito, Duílio de Castro (Patriota), que é candidato a reeleição.

“Outra estratégia também é virar e falar: ‘olha, o dinheiro que eu ganho é porque estou trabalhando na administração do Duílio [de Castro]. Tá dando tudo certo e é por isso que você está trabalhando aqui dentro de casa. Porque se amanhã eu não tiver condições eu não vou poder te empregar mais”, diz Dutra.
 
Na sequência do áudio, o médico ainda afirma aos seus pares que devem conversar com seus empregados de forma mais firme. “Esse pessoal é muito assim, sabe, toma lá, dá cá. Então, tem que abordar de uma maneira bem incisiva, mesmo. Hoje em dia sabem que alguns ramos de emprego não estão fáceis de ser encontrados mais”.  Segundo o Portal da Transparência, no site da Prefeitura, o médico tem salário bruto de R$ 24.430,33. 

O Estado de Minas ouviu o médico, que confirmou a autoria do áudio. No entanto, ressaltou ter sido retirado de contexto. Ele explica que conversava normalmente sobre política com colegas de profissão e relembrava momentos conturbados passados pelos servidores, como atrasos de salários.

“A conversa foi desvirtuada. Foi uma fala dentro de um contexto, dentro de um grupo de funcionários da Saúde. Isso é apenas uma opinião minha como cidadão, mas de maneira alguma é aliciatória ou vexatória. É uma realidade nossa, dos profissionais de saúde. Muitos estavam passando necessidade quatro anos atrás, com três meses de salários atrasados. A gente chegou a fazer vaquinha para muitas pessoas poderem trabalhar e comer”, explicou.

A respeito da abordagem aos funcionários dos servidores, Dutra afirma que apenas fez uma colocação em cima da instabilidade econômica ocorrida no passado da cidade.

“Nós estamos recebendo em dia e por isso que eles estão recebendo. Tem um ditado que diz: sem milho não se faz pipoca. Como é que você consegue pagar um funcionário seu se você não está recebendo? Isso é impossível! Isso, querendo ou não, a cidade hoje tem uma normalidade de recebimento do funcionário público, coisa que aquece o comércio, a economia local, e a saúde financeira de nós servidores públicos aqui da cidade”.

Sobre a troca de governo, ele garante que pode trazer instabilidade novamente para a cidade. “Infelizmente pode acontecer sim. Você não pode trocar uma administração correta por uma sem experiência. Sou amigo pessoal do prefeito e como cidadão vejo as melhorias que aconteceram na cidade. Apesar do voto ser secreto, tenho meu direito de expressão”, reafirmou o médico.


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