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Estado de Minas PANDEMIA

Após Ministério sugerir 'maquiagem' nos dados da COVID-19, secretários reagem: 'profunda ignorância'

Em entrevista, novo secretário da pasta, Carlos Wizard, disse que estados e municípios inflam número de mortes para obter mais recursos públicos


postado em 06/06/2020 15:16 / atualizado em 06/06/2020 15:44

Brasil soma mais de 35 mil baixas em virtude da doença.(foto: Michael Dantas / AFP)
Brasil soma mais de 35 mil baixas em virtude da doença. (foto: Michael Dantas / AFP)
A fala do futuro secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, insinuando “maquiagem” nos dados do novo coronavírus no Brasil gerou forte reação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). À coluna da jornalista Bela Megale d’O Globo, Wizard afirmou que gestores inflaram os números de óbitos em busca de mais recursos públicos. Em nota, a entidade que representa os secretários estaduais classificou as declarações como “levianas”.

“Ao afirmar que Secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos decorrentes da Covid-19 em busca de mais “orçamento”, o secretário, além de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias. A tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela COVID-19 não prosperará”, diz o texto, assinado pelo presidente do Conass, Alberto Beltrame.

O Brasil soma 35.026 mortes em decorrência da doença. No entanto, na visão de Wizard, mesmo ante a subnotificação admitida por estados e pelo Ministério da Saúde, os dados foram inflados.

“Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como covid. Estamos revendo esses óbitos”, disse, nessa sexta-feira.

Na nota oficial, o Conass afirma que as declarações do novo integrante da saúde federal “menospreza a inteligência” da população. “(A fala de Wizard) ofende Secretários, médicos e todos os profissionais da saúde que têm se dedicado incansavelmente a salvar vidas. Wizard menospreza a inteligência de todos os brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como “mercadoria”.

“Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco. Não somos mercadores da morte”, termina o Conass.


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