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Estado de Minas INQUÉRITO DO STF

Indícios evidenciam atuação de empresários em esquema de fake news, diz Moraes

Luciano Hang, dono da Havan, é um dos alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF nesta terça


postado em 27/05/2020 15:08 / atualizado em 28/05/2020 08:09

Em decisão, ministro do STF diz que há evidências sobre a participação de empresários no esquema de notícias falsas(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em decisão, ministro do STF diz que há evidências sobre a participação de empresários no esquema de notícias falsas (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira, uma série de mandados de busca e apreensão. A decisão, do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está ligada ao inquérito que apura a produção de fake news contra integrantes da Suprema Corte e outras instituições democráticas. No despacho, Moraes diz que indícios apontam a utilização de robôs para propagar as notícias falsas. Tudo leva a crer, afirma o ministro, que há a atuação de empresários no esquema. Eles seriam responsáveis por financiar a organização responsável por disseminar os conteúdos falsos.

“As postagens são inúmeras e reiteradas quase que diariamente. Há ainda indícios que essas postagens sejam disseminadas por intermédio de robôs para que atinjam números expressivos de leitores”, escreveu Moraes. “Toda essa estrutura, aparentemente, está sendo financiada por um grupo de empresários que, conforme os indícios constantes dos autos, atuaria de maneira velada fornecendo recursos (das mais variadas formas), para os integrantes dessa organização”, continua o magistrado.

As investigações chegaram, inclusive, ao dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang, aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro (sem partido). O proprietário das academias de ginástica SmartFit, Edgar Corona, também é citado. Além deles, outros três empreendedores são mencionados Otavio Fakhoury, financiador do site Crítica Nacional; o humorista Reynaldo Bianchi Júnior; e o coordenador do Bloco Movimento Brasil Winston, Rodrigues Lima.

Para embasar a decisão, Moraes cita trechos dos depoimentos dos deputados federais do PSL paulista, Alexandre Frota e Joice Hasselmann. Também há falas de Heitor Freire (PSL-CE). Ex-integrantes da base aliada de Bolsonaro no Congresso Nacional, eles prestaram esclarecimentos sobre as questões investigadas pelo inquérito.

Os parlamentares citaram que o esquema está ligado ao “gabinete do ódio”. Em seu depoimento, Freire diz que o gabinete do óbio é um núcleo composto, inclusive, por assessores especiais de Bolsonaro, e responsável por propagar, com o auxílio de páginas e perfis na web, as mensagens falsas. O grupo é chamado de “associação criminosa” pelo ministro do STF.

“As provas colhidas e os laudos periciais apresentados nestes autos apontam para a real possibilidade de existência de uma associação criminosa, denominada nos depoimentos dos parlamentares como “Gabinete do Ódio”, dedicada a disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”, pontua Moraes.

Grupos de WhatsApp

Segundo Moraes, grupos de WhatsApp compõem a estratégia do esquema. Por isso, ele ressalta a importância do acesso aos celulares dos investigados.

“Essas tratativas ocorreriam em grupos fechados no aplicativo de mensagens WhatsApp, permitido somente a seus integrantes. O acesso a essas informações é de vital importância para as investigações, notadamente para identificar, de maneira precisa, qual o alcance da atuação desses empresários nessa intrincada estrutura de disseminação de notícias fraudulentas”, diz o magistrado.

Com informações da Agência Estado.


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