O Grupo Globo e o jornal Folha de S.Paulo anunciaram nesta segunda que suspenderão temporariamente o plantão em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República. O motivo é a crescente insegurança causada pela presença de militantes bolsonaristas – cada vez mais agressivos – no local.
A Folha também questionou o GSI e a Secretaria Especial de Comunicação Social sobre a falta de segurança para os jornalistas, mas não obteve resposta. Segundo o jornal, a pretensão é de “retomar a cobertura no local somente depois das garantias de segurança aos profissionais por parte do Palácio do Planalto”.
Perigo iminente
![(foto: Ed Alves/CB/D.A Press) (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)](https://i.em.com.br/ChPDjs07__lqh4wGUyTKgRSYhSw=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2020/05/25/1150600/20200525214225109564u.jpg)
Nesta segunda-feira, os bolsonaristas hostilizaram os jornalistas que trabalhavam no local com gestos, gritos e xingamentos como “lixo”, “escória”, “safados”, entre outros.
A ação dos populares ocorreu pouco depois de Bolsonaro deixar o local, após ficar quase 16 minutos conversando com os simpatizantes e ter dito que não falaria com a imprensa. “No dia que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo”, disse o presidente, recebendo imediato apoio de alguns simpatizantes.
Na hora das agressões verbais, os manifestantes se uniram em coro para chamar a imprensa de “lixo”, enquanto outros gritavam e batiam no peito. “Nossa bandeira jamais será vermelha”, “fechada com Bolsonaro” e “Bolsonaro até 2050” foram algumas das frases ditas.
Agressões físicas
![(foto: Ed Alves/CB/D.A Press) (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)](https://i.em.com.br/oWAjhxdMMYwQlP7P_z241O_d6gE=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2020/05/25/1150600/20200525214253645612a.jpg)
No domingo 17, uma repórter da TV Bandeirantes foi atingida por uma bandeirada ao cobrir um ato de apoio ao presidente. A mulher que segurava o objeto, uma servidora pública, alegou ter sido um acidente.
No início do mês, o fotógrafo Dida Sampaio, do jornal O Estado de S. Paulo, foi agredido por bolsonaristas. Segundo consta na ocorrência da Polícia Civil, o repórter fotográfico informou que fazia a cobertura de uma manifestação e estava tirando fotos do presidente da República quando começou a ser hostilizado. Algumas pessoas teriam colocado bandeiras na frente da câmera, tentando impedir os registros.
Na sequência, os manifestantes começaram a colocar a mão na lente da câmera e a agredir o profissional. O homem, que usava uma escada pequena para ter uma visão melhor, acabou sendo empurrado, caiu e bateu a cabeça no chão. A partir daí, ele se levantou para tentar sair da aglomeração e começou a ser agredido com socos e chutes.
No dia 20, uma equipe da TV Integração, afiliada da TV Globo, foi agredida enquanto fazia reportagem na cidade de Barbacena, Campo das Vertentes, no interior de Minas. Empresário e cinegrafista entraram em luta corporal após discussão verbal.
De acordo com boletim de ocorrência, o cinegrafista Robson Panzera estava realizando gravação de reportagem na rua quando o empresário do ramo de massas, Leonardo Rivelli, passou de carro filmando com celular proferindo palavras ofensivas e gritando “Globo lixo”, dando início a uma discussão verbal.
A fúria. Uma equipe da Tv Integração,afiliada da Globo em MG, foi agredida pelo empresário Leonardo Rivelli.O cinegrafista Robson Panzera teve o dedo quebrado.Os equipamentos também foram https://t.co/arFNxSHFn1 delegacia,o empresário disse que a vítima foi ele.Tá difícil... pic.twitter.com/C0xOWx45jF
%u2014 Casemiro Neto (@Casemiro_Neto) May 20, 2020