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Estado de Minas

Roberto Alvim diz que Bolsonaro não viu má intenção em citação de nazista

O secretário da Cultura afirmou que conversou com o presidente Bolsonaro logo após a repercussão gerada pelo vídeo


postado em 17/01/2020 11:29 / atualizado em 17/01/2020 11:42

Roberto Alvim participou da 'live' do presidente Bolsonaro no Facebook nessa quinta-feira(foto: Reprodução/Facebook)
Roberto Alvim participou da 'live' do presidente Bolsonaro no Facebook nessa quinta-feira (foto: Reprodução/Facebook)

O secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro na manhã desta sexta-feira, (17), após a repercussão gerada pelo vídeo em que copia um trecho do discurso do ministro de Hitler, Joseph Goebbels

"Liguei para ele [Bolsonaro] e expliquei a coincidência retórica. Ele entendeu que não houve má intencionalidade e que eu não sabia a origem da menção", comentou o secretário em entrevista ao programa Chamada Geral da rádio GaúchaZH. Alvim explicou que o texto foi construído com o auxílio de assessores. O Palácio do Planalto afirmou, em nota, que não vai se manifestar sobre a fala do secretário.
Alvim disse que a semelhança entre os discursos foi "uma coincidência retórica" e que, apesar de concordar com o trecho citado no vídeo, repudia os ideais nazistas. "Eu sou cristão, minha vinculação ao povo judeu é absoluta. Então, peço, humildemente, de todo o coração, perdão às pessoas que se sentiram ofendidas por essa infeliz associação retórica", se desculpou. "Não há em nosso horizonte nenhuma conexão com o regime nazista", completou.



A fala do secretário gerou uma forte repercussão nas redes sociais e entre políticos. Dos dez assuntos mais comentados no Twitter, oito tinham relação com o episódio. Também no microblog, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu o afastamento imediato de Alvim e disse que o secretário "passou de todos os limites".

Trecho copiado de Goebbels


No vídeo, Alvim diz que "a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”.

A fala é semelhante a um discurso de Joseph Goebbels em 8 de maio de de 1933, no hotel Kaiserhof, em Berlim."A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada". Na ocasião, ele falava para diretores de teatro.

O trecho do discurso do ministro nazista está relatado no livro "Joseph Goebbels: Uma biografia" (Ed. Objetiva), escrito pelo historiador alemão Peter Longerich. Além da citação, a música de fundo do vídeo é um trecho da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma obra que Hitler contou em sua autobiografia ter sido decisiva em sua vida. 


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