A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira operação, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), para cumprimento de mandados de busca e apreensão em casas de suspeitos de disparar na internet ofensas e ameaças de morte aos ministros da Corte.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que é relator da investigação. Nessa quarta-feira (20), Moraes indicou dois delegados para atuar no caso.
Na quinta passada (14), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, anunciou a abertura de inquérito criminal para apurar fatos relacionados a notícias "falsas, caluniosas, difamantes e injuriantes" que atinjam a honorabilidade dos membros do STF e seus familiares. O procedimento tramitará sob sigilo, e Toffoli não especificou que fatos específicos serão investigados.
Críticas
O inquérito foi alvo de críticas de procuradores da República que atuam na Operação Lava-Jato, juristas e até mesmo integrantes do STF. Um dos magistrados mais antigos do STF, ministro Marco Aurélio Mello foi ums críticas à decisão de Dias Toffoli.
Vazamento
Na noite desta quarta-feira (20), Moraes designou dois delegados para trabalhar nas investigações, um da Polícia Civil de São Paulo, da divisão de inteligência da corporação que auxiliará nas investigações das redes e outro da PF especializado em repressão a crimes fazendários.
No despacho, o ministro explicou que, entre as apurações do inquérito, está o vazamento de informações e documentos sigilosos, que tiveram o intuito de "atribuir ou insinuar a prática de atos ilícitos" por membros da Suprema Corte. O ministro não cita o Fisco na decisão, no entanto, recentemente, a Corte se voltou contra vazamentos de análises da Receita Federal que citavam ministros dos tribunais superiores, como Gilmar Mendes.
Financiamento
Moraes também aponta que o inquérito investiga a existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais que tenham o objetivo de lesar a independência do Poder Judiciário. Na última terça-feira, o ministro destacou que a Polícia de São Paulo irá colaborar na parte de investigação relacionada à internet, uma vez que a apuração está atrás de redes de "robôs, WhatsApp, Twitter" que "alguém paga e financia por algum motivo", apontou o ministro.
Moraes designou o delegado federal Alberto Ferreira Neto, chefe da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Fazendários, e o Delegado Maurício Martins da Silva, da Divisão de Inteligência do DIPOL-SP para trabalharem no inquérito.